21 de dez. de 2007

Individualidade - cap 2 de Modernidade Líquida, Zygmunt Bauman (Resumo)

Em primeira análise, duas visões distópicas sobre o trágico futuro do mundo foram lembradas pelo autor: O mundo de George Orwel e o de Aldous Huxley. Eles compartilhavam de um pressentimento de um mundo controlado, da liberdade individual reduzida e rejeitada por pessoas treinadas a obedecer ordens e seguir rotinas estabelecidas. Ambos sentiram que a tragédia do mundo era seu ostensivo e incontrolável progresso rumo à separação entre os mais poderosos e remotos controladores e o resto, destituído de poder e controlado.

Capitalismo – pesado e leve / Tenho carro, posso viajar
As histórias de Orwell e Huxley poderiam ter sido classificados como “discurso de Joshua”, onde a ordem é a regra e a desordem, uma exceção. Aqui, o mundo é organizado e delimitado por fronteiras impenetráveis. Tudo serve a algum propósito, e a própria ordem é, ela mesma, seu próprio propósito. Deus a fez existir e a tarefa de projetar e servir à ordem cabe aos homens. O que sustentava o discurso de Joshua era o mundo fordista, um modelo de industrialização, acumulação e regulação, separando projeto de execução, liberdade de obediência.
O fordismo era a autoconsciência da sociedade moderna em sua fase “pesada”, “sólida”. Nesse estágio, capital, administração e trabalho estavam condenados a ficar juntos talvez para sempre. O capitalismo pesado era obcecado por volume, tamanho e fronteiras firmes impenetráveis.
Agora, o trabalho permanece tão imobilizado quanto no passado, mas o lugar em que ele imaginava estar fixado perdeu sua solidez. Alguns dos habitantes do mundo estão em movimento, para os demais é o mundo que se recusa a ficar parado. O discurso de Joshua, então, começa a soar vazio.
Na passagem do capitalismo pesado para o leve foi considerado um novo tipo de incerteza: não saber os fins, em lugar da incerteza tradicional de não saber os meios. O que está em pauta é considerar e decidir, diante dos riscos, quais dos flutuantes e sedutores fins devem ter prioridade. Ao contrário do pesado, o capitalismo leve tende a ser obcecado por valores, e a ver o mundo como uma coleção infinita de possibilidade. Assim, é a infinidade das oportunidades que preenche o espaço deixado vazio pelo desaparecimento das “torres de comando e de controle”: é o mundo pós-fordista, moderno fluido, dos indivíduos que escolhem em liberdade.
Tudo corre agora por conta do indivíduo. Cabe a ele descobrir o que é capaz de fazer, esticar essa capacidade ao máximo e escolher os fins a que essa capacidade poderia melhor servir. Para que as possibilidades continuem infinitas, nenhuma deve ser capaz de petrificar-se em realidade. Melhor que permaneçam líquidas, fluidas, finitas. Viver em meio a chances aparentemente infinitas tem o gosto doce da “liberdade de tornar-se qualquer um”. O tornar-se sugere que nada está acabado e temos tudo pela frente. A infelicidade dos consumidores deriva do excesso e não da falta da escolha. Caracteriza-se como uma alegria duvidosa, dada a incerteza perpétua e um desejo que nunca saciará.

Pare de me dizer; mostre-me! / A compulsão transformada em vício
Não faltam ainda pessoas que têm milhões de seguidores identificados pelo autor como conselheiros. O papel de um exemplo na sociedade tem a importância quando olhando para a experiência de outras pessoas, esperamos descobrir e localizar os problemas que causaram nossa própria infelicidade, dar-lhes um nome e, portanto, saber para onde olhar para encontrar meios de resistir a eles ou resolvê-los.
Uma celebridade é uma pessoa conhecida por ser muito conhecida. As celebridades com autoridade suficiente para fazer com que o que dizem seja digno de atenção mesmo antes que o digam são muito poucas para estrelar os inúmeros programas de entrevistas da TV, mas isso não impede que esses programas seja uma compulsão diária para milhões pessoas ávidas por aconselhamento. As pessoas “comuns” que aparecem na TV são tão desvalidas e infelizes quanto os espectadores. Seria equivocado condenar ou ridicularizar o vício dos programas de entrevistas como efeito da eterna avidez humana pela fofoca e da “curiosidade barata”. As lições retiradas desse programas respondem a uma demanda genuína e têm valor pragmático inegável, pois já sabemos que depende de nos mesmos fazer o melhor possível de nossas vidas.
Procurar exemplos, conselho é um vício e todos os vícios são auto-destrutivos, destroem a possibilidade de se chegar à satisfação. Exemplos são atraentes enquanto não-testados; a satisfação não duraria muito, pois no mundo dos consumidores as possibilidades são infinitas igualmente ao volume de objetos sedutores à disposição. Então, permanecer na corrida se torna o verdadeiro vício. Nenhum prêmio é suficientemente satisfatório para destituir a atração de outros prêmios O desejo se torna seu próprio propósito. O arquétipo dessa corrida particular é a atividade de comprar: esquadrinhar as possibilidades, examinar, tocar, sentir e manusear coisas. “Vamos às compras” pelo tipo de imagem que gostaríamos de vestir e por modos de fazer com que os outros acreditem que somos o que vestimos; pelos meios de extrair mais satisfação do amor; pelos recursos para fazer mais rápido o que temos a fazer. Essa lista não tem fim. O consumismo de hoje, porém, não diz respeito à satisfação das necessidades, mas ao desejo, o qual liga o consumo à auto-expressão, ao gosto e à discriminação.
Mas o consumismo atual não está fundado sobre a regulação dos desejos, mas sobre a liberação de fantasias desejosas. A história do consumismo é a quebra de sucessivos obstáculos “sólidos” que limitam a fantasia e reduzem o “princípio do prazer (PP)” ao que é dito pelo “princípio da realidade (PR)”. Um estimulante ainda poderoso para manter a demanda do consumidor é o “querer”, que é imediato e completa a libertação do PP, limpando os últimos resíduos dos impedimentos do PR.

O corpo do consumidor / Comprar como ritual de exorcismo
O principal cuidado é a adequação: estar sempre pronto, desenvolver novos desejos (insaciáveis). Se a sociedade de produtores coloca a saúde como o padrão de meta, a sociedade de consumidores tem seu ideal na aptidão. A saúde demarca os limites entre norma e anormalidade; é o estado próprio e desejável de corpo e espírito. Refere-se a uma condição corporal e psíquica que permite a satisfação das demandas do papel socialmente atribuído. O estado de aptidão é tudo menos sólido, seu verdadeiro teste fica sempre no futuro: “estar apto” significa ter um corpo flexível, ajustável, pronto para viver sensações ainda não testadas e imprevisíveis. A aptidão diz respeito a uma experiência subjetiva: a satisfação e o prazer são sensações precisam ser subjetivamente experimentadas.
O status de todas as normas (também da saúde) foi abalado numa sociedade de infinitas possibilidades. O que ontem era considerável normal e satisfatório, hoje pode ser considerado preocupante, patológico. E, dentre outras coisas, é por isso que o cuidado com a saúde torna-se cada vez mais semelhante à busca da aptidão: contínuo, fadado à insatisfação permanente, gerando ansiedade e incerteza.
A compulsão transformada em vício de comprar é uma luta contra a incerteza aguda e contra um sentimento de insegurança incomodante. Os consumidores provavelmente estão correndo atrás de sensações agradáveis e reconfortantes. Mas também estão tentando escapar da agonia, do medo do erro, da incompetência. Por isso, o comprar compulsivo é um ritual diário para exorcizar essas terríveis aparições.

Livre para comprar – ou assim parece
As pessoas sofrem por não serem capazes de possuir o mundo de maneira suficientemente completa. Tendemos a ver as vidas dos outros como uma obra de arte e, assim, lutamos para fazer o mesmo. Isso que queremos moldar chama-se identidade. A busca da identidade é a incessante tentativa de solidificar o fluido e de dar forma ao disforme. Porém, as identidades parecem fixas e sólidas apenas quando vistas de fora. A identidade experimentada, vivida, só pode se manter unida com o adesivo da fantasia, do sonhar acordado. É a capacidade de “ir às compras”, de selecionar a própria identidade e de mantê-la enquanto desejo que se torna o verdadeiro caminho para a realização das fantasias de identidade. Com essa capacidade, parece sermos livres para fazer e desfazer identidades à volta. Compartilhar a dependência de consumidor é a condição da liberdade de ser diferente, de ter identidade. Além do ato da compra, é preciso levar em conta o poder que os meios de comunicação de massa exercem sobre a imaginação popular e individual. A vida na telinha diminui e tira o charme da vida vivida. Se coisas instáveis são a matéria-prima das identidades, é preciso manter a própria flexibilidade ao padrões do mundo exterior. Em relação ao panóptico de Foucault, a obediência aos padrões tende a ser alcançada hoje pela tentação e pela sedução, e não mais pela coerção.

20 de dez. de 2007



São tantos peixinhos
Mil lugares pra explorar
Se você for, eu acompanho
E aí? Quer tentar...?

**Bom, não sei se poderia, mas me atrevi a postar =)
Foi numa discussão em uma de nossas aulas que Lázaro me lembrou da analogia do aquário feita por kléber; depois da aula fui pra BICEN e no caminho pensei nessas quatro frases
Me veio na cabeça de fazer uma postagem e pôr uma foto
É isso.. ^^
Bjinhos e Sorrisos
Até a volta**




13 de dez. de 2007

ATA - Reunião 11.12.07

  • Presença: Andressa, Bruna, Herica, Jade, João, Karine, Lázaro, Marcus, Rafaela.
  • Discussão e apresentação por Marcus do capítulo 1 "Emancipação" - Modernidade Líquida.
  • Proposta da Bolsa UOL: dois bolsista e Kleber

TAREFAS

  • Herica: postar até segunda o capítulo 2 "Individualidade" - Modernidade Líquida
  • Kleber: propor um cronograma de entrevistas (previstas para o retorno do recesso)
  • Marcus: continuar (e finalizar) a apresentação do capítulo 1 na p´roxima reunião.

PRÓXIMA REUNIÃO

  • Não haverá

BOLSA UOL

  • Avaliação: Texto "O que é o Iluminismo?" (Michel Foucault)
  • Data: 18.12.07
  • Hora: 9 hs às 12 hs
  • Aplicador da avaliação: Marcus

10 de dez. de 2007

Emancipação - cap 1 de Modernidade Líquida, Zygmunt Bauman (Resumo)

**Emancipação
Ao fim das três décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, época de prosperidade, de uma sociedade rica e poderosa, apresentou-se como problema o dever de emancipação, não a libertação em si, mas a falta de desejo das pessoas para serem libertadas. Libertar-se significa sentir-se livre das limitações, ser livre para agir conforme os desejos. Uma ameaça que atormentava os filósofos era que as pessoas pudessem não querer ser livres, pelas dificuldades que o exercício da liberdade pode acarretar.

As bênçãos mistas da liberdade
A questão sobre a liberdade, se seria ela uma bênção ou uma maldição, assombrou pensadores durante a maior parte da era moderna, quando ficou claro que os que deveriam dela gozar relutavam em aceitá-la. Houve dois tipos de resposta à questão: a primeira lançando dúvidas sobre a prontidão do povo para a liberdade, e a segunda inclinando-se a aceitar que os homens podem estar certos quando questionam os benefícios que as liberdades podem trazer. Na perspectiva de Hobbes, depois desenvolvida por Durkheim, não há outro caminho para o indivíduo buscar a libertação senão submetendo-se à sociedade e seguindo suas normas. Padrões e rotinas fazem com que os homens saibam como agir na maior parte do tempo, e que raramente se encontrem em situações em que as decisões devem ser tomadas com a própria responsabilidade e sem o conhecimento das conseqüências.

As casualidades e a sorte cambiante da crítica
Para Cornelius Castoriadis o que está errado em nossa sociedade é que ela deixou de se questionar, não reconhece mais qualquer alternativa para si mesma. Mas isso não significa que tenha suprimido o pensamento crítico como tal, pelo contrário, fez da crítica da realidade e do que está posto uma parte inevitável e obrigatória da vida dos indivíduos. Mas a sociedade da modernidade fluida é inóspita à crítica, acomoda o pensamento e a ação críticos de modo que permaneça imune a suas conseqüências, saindo intacta e sem cicatrizes.
Atualmente temos a crítica ao estilo do consumidor, que veio substituir a crítica ao estilo do produtor. As causas da mudança estão ligadas à profunda transformação do espaço público, e do modo como a sociedade opera e se perpetua. A teoria crítica clássica, de Adorno e Horkheimer, insere-se no contexto de uma modernidade pesada, sólida, condensada e sistêmica, tendente ao totalitarismo. Um dos principais ícones dessa modernidade é a fábrica fordista, que reduzia a atividade humana a movimentos simples e rotineiros, excluindo a espontaneidade e iniciativa individual. A teoria crítica pretendia neutralizar e eliminar de vez a tendência totalitária da sociedade, buscando sobretudo a defesa da autonomia, da liberdade de escolha e da auto-afirmação humanas. A sociedade que entra no século XXI é moderna de um modo diferente da que entrou no século XX. A modernidade é marcada pela contínua modernização, por uma insaciável destruição criativa. Ser moderno significa ser incapaz de parar e de ficar parado, por causa da impossibilidade de alcançar a satisfação. Duas características fazem nossa modernidade nova e diferente: o colapso da antiga crença de que há um fim no caminho que andamos, um telos alcançável, e a desregulamentação e privatização das tarefas e deveres modernizantes.

O indivíduo em combate com o cidadão
A apresentação de seus membros como indivíduos é marca registrada da sociedade moderna. A individualização é uma atividade incessante e diária, e muda seu significado constantemente, assumindo novas formas. Ulrich Beck contribui para a compreensão do processo de individualização, através de diversas obras. A individualização consiste em transformar a identidade humana de um em uma tarefa, encarregando os atores da responsabilidade de realizar essa tarefa e das conseqüências de sua realização. Os indivíduos não mais nascem em suas identidades; precisam tornar-se o que já são, sendo esta uma característica da vida moderna. A modernidade antiga desacomodava para reacomodar, sendo essa reacomodação uma tarefa posta aos indivíduos. Os estamentos, a que se pertencia por hereditariedade, foram substituídos pelas classes. O pertencimento às classes era uma realização, deveria ser buscado, continuamente renovado, reconfirmado e testado na conduta diária. Os indivíduos com menos recursos tinham que compensar sua fraqueza individual pela força do numero, partindo para a ação coletiva, somando suas privações, que congelavam-se em interesses comuns. O coletivismo foi a primeira estratégia para aqueles incapazes de se auto-afirmar enquanto indivíduos. O que distingue essa individualização da individualização da segunda modernidade é a ausência de lugares para reacomodação, e os lugares que se apresentam são frágeis, e freqüentemente desaparecem antes que seja completado o trabalho de reacomodação. Tanto no estágio leve e fluido da modernidade quanto no sólido e pesado a individualização é uma fatalidade, não uma escolha. Os riscos e contradições são socialmente produzidos, mas o dever e a necessidade de enfrentá-los estão sendo individualizados. Atualmente, os problemas dos indivíduos podem ser semelhantes, mas não podem fundir-se para formar uma totalidade. Tocqueville afirma que a libertação das pessoas pode torná-las indiferentes. O indivíduo é o pior inimigo do cidadão, pois o cidadão busca seu próprio bem-estar através do bem-estar da cidade, enquanto o indivíduo tende a ser cético ou prudente em relação à causa comum. O outro lado da individualização parece ser a corrosão e lenta desintegração da cidadania. Os cuidados e preocupações dos indivíduos, enquanto indivíduos, enchem o espaço público, como seus únicos ocupantes legítimos, expulsando todo o resto. Assim, o público é colonizado pelo privado.

O compromisso da teoria crítica na sociedade dos indivíduos
Ser um indivíduo significa não ter ninguém a quem culpar pela própria miséria, não procurar as causas das próprias derrotas senão na própria indolência e preguiça, e não ter outro remédio senão tentar com mais determinação. Há demanda por cabides individuais onde os indivíduos possam pendurar coletivamente, ainda que por breve período, seus temores individuais. Há um grande abismo entre a condição de indivíduos de jure e suas chances de tornarem-se indivíduos de facto. Ele não pode ser transposto apenas por esforços individuais, pois é tarefa da Política. O abismo emergiu e cresceu por causa do esvaziamento do espaço público, e do lugar intermediário público/privado, onde problemas privados são traduzidos para linguagem das questões públicas, e soluções públicas para os problemas privados são buscadas, negociadas e acordadas. A tarefa da teoria crítica era defender a autonomia privada contra as tropas da “esfera pública”. Hoje sua tarefa é defender o domínio público, ou repovoar e reequipar o espaço público, que se esvazia rapidamente. Não é mais o público que tenta colonizar o privado; o que se dá é o contrário, o privado coloniza o público. O poder navega para longe do alcance do controle dos cidadãos, para a extraterritorialidade das redes eletrônicas. O espaço público está cada vez mais vazio de questões públicas, dessa forma as perspectivas de que o indivíduo de jure se torne indivíduo de facto parecem cada vez mais remotas.

****



Nota: Não sabia bem o que fazer, entre roteiro e fichamento, preferi resumir. Muita coisa ficou de fora. E o que ficou foi, provavelmente, por dificuldade de compreensão.

3 de dez. de 2007

Um calendário

As datas buscam fazer dos dias alguma repetição. Isso parece triste. É triste, mas é confortável. Quando são datas alegres, comemora-se e na data arrisca-se a felicidade. Um acontecimento.
Já quando as datas são fardulentas, arriscar uma alegria já parece temerário. Arrisca-se então o conforto. Mas pode aparecer alguém com uma vontade desmedida que arrisque retirar a métrica da data, já que data e dados são a mesma coisa. E se “ainda estão rolando os dados”, as coisas podem ser diferentes daquilo que lhe quis as datas.
Bom, vamos às datas:
11/12 > reunião às 9h. Apresentação e conversa sobre o capítulo 1 de Modernidade Líquida (Marcus).
18/12 > reunião às 9h. Apresentação e conversa sobre o capítulo 2 de Modernidade Líquida (Hérica).
Seria interessante postar no blog um roteiro ou fichamento do que vai ser apresentado com no máximo 24 horas de antecedência.

ps: por e-mail, proposta de programação para as entrevistas.

2 de dez. de 2007

Foram perguntas interessantes, que em alguns momentos se tornaram muito íntimas mas acredito que havendo só o entrevistado e entrevistador, caso entre eles haja uma interação vão ser respondidas sim. Afinal de contas eu acho que o vai fazer a diferença é como elas vão ser perguntadas. Bom, gostei de poder ter contribuído e vamos torcer para que um bom trabalho possa ser realizado :]

Beijos

29 de nov. de 2007

ATA - Reunião 27.11.07

  • Presença: Andressa, Bruna, Herica, Jade, João, Karne, Laura, Lázaro, Marcus.
  • Realização da entrevista com Bruna: Identidade - Jade/ Consumo - Herica/ Amizade - Andressa
  • Na entrevista de amizade, atentar para a cibercultura; caso ela não apareça, o entrevistador pode investigar.
  • Conversa/discusão sobre o andamento e funcionamento do grupo

PRÓXIMA REUNIÃO

  • Local: Sala 117 Didática I
  • Hora: 9 hs

TAREFAS

  • Kleber: postar uma sugestão de cronograma para o roterio de entrevista
  • Bruna: postar suas impressões sobre as questões e a entrevista.

28 de nov. de 2007

Minha situação

Genteeeeee...
Td bem? quanto tempooo...hihihi
Já to com saudades...
Enfim, estou aqui para explicar minha ausência/saída do grupo. Eu já expliquei para Kleber e conversei com alguns de vocês...mas, como nao pude ainda ir na reunião para falar oficialmente vim aqui para falar.
É o seguinte, eu arranjei um estágio e por todos os motivos que vocês podem imaginar é impossível recusar e como são todos os dias pela manhã vou ter que sair do grupo=(
Há ainda uma remota possibilidade de eu voltar caso consiga dar um jeitinho lá e faltar a terça, mas ainda nao tive oportunidade de falar com a chefinha...
Então por enquanto oficialmente eu saí do grupo...certo?
Desculpa por não poder ir falar pessoalmente e talz..mas vou ver se consigo na próxima terça!

=)

22 de nov. de 2007

ATA - Reunião 20.11.07

  • Discussão das questões do roteiro de entrevistas
  • Leitura e Esclarecimento de cada pergunta e dos seus questionamentos
  • Presença: Andressa, Herica, Jade, João, Karine, Laura, Lázaro, Rafaela.

PRÓXIMA REUNIÃO

  • Local: diática I - sala: 117 / Hora: 9 hs
  • A entrevista será feita com Bruna.

15 de nov. de 2007

ATA - Reunião 13.11.07

  • Discusão do roteiro de entrevista - Rafaela e Andressa trouxeram suas perguntas para a reunião.
  • Presença: Andressa, Herica, Jade, João, Karine, Lázaro, Marcus, Rafaela.
  • Para todos: já podem enviar perguntas do roteiro de entrevista pro email do grupo; Kleber se disponibilizou a fazer um "roteirão".

14 de nov. de 2007

Site-referência

Pensando em todos que nos acompanham e dão suporte escrito a nossas falas e posteriores, também, escritos, venho aqui por meio destas mal traçadas linhas meio que trazer a tona um achado - muito interessante por sinal - com qual me deparei por acaso e que me deixou contente, pois também dialoga com alguns bons conhecidos nossos que permeiam discursos outros, e principalmente por ser gente nova e interessante produzindo, dizendo coisas...
Tornar público um bom trabalho é sempre interessante, então vou usando o blog como uma via de fazê-lo, não só para nós do grupo de pesquisa, mas também para algum navegador (des)avisado que também, algum dia, depare-se por acaso com nosso blog e sinta essa vontade de falar dele. fica aí a dica:

http://www.rizoma.net/

11 de nov. de 2007

ATA - Reunião 06/11/07

Para constar como ATA dessa data de reunião, fica aqui o seguinte...

  • Discussão do prefácio de Modernidade Líquida: Cada autora dos textos postados no blog se posicionou. Depois tentou a partir do texto original, explicar algumas partes e retirar algumas dúvidas.
  • Presença de: Kleber, Andressa, Hérica, Rafa, Jade, Bruna, João, Lázaro, Karyne, Laura.
  • RELEMBRANDO - Dentro do cronograma para reunião de 13/11/07 fica a formulação das perguntas do roteiro de entrevistas do projeto PIBIC. OBS: "Cobaia" ou "Rato branco" (apelidos carinhosos dado a Bruna) não vai à reunião... :)
  • Maiores informações a ATA podem se colocar...INTÉ

7 de nov. de 2007

Mensagem da Lígia

----- Original Message -----
From: Lígia Oliveira Silva
To: kleber matos
Sent: Tuesday, November 06, 2007 10:49 PM
Subject: Abrapso - Resultados
Kleber, por favor leia e repasse esse e-mail para os integrantes da pesquisa.Olá a todos!!Estou escrevendo para dar alguns pareceres sobre o trabalho do Orkut no encontro da abrapso. Foram vários imprevistos, mas no final deu tudo muito certo!! Primeiro, que colocaram preu apresentar o pôster no sábado e eu ia embora na sexta de madrugada. Enchi tanto o saco do organizador que no final ele conseguiu me transferir pra sexta-feira!! Lá tinha avaliador e premiação de pôster, ou seja, tinha q apresentar mesmo e as pessoas davam valor. Assim que eu pendurei o pôster, um monte de gente parava pra olhar, e quando as avaliadoras chegaram, que eu comecei a explicar, começou a juntar um monte de gente, que nem cabia mais no corredor, e o povo perguntando milhões, e as avaliadoras também perguntando milhões, sobre coisas que eu nunca tinha pensado, mas deu pra se virar legal!! Sei que todo mundo discutiu, tirou onda, acrescentou, criticou, elogiou, e no fim, uma explicação que era pra durar uns 10 min durou 40min, mas todo mundo achou legal. Depois que as avaliadoras foram embora, juntou mais um monte de gente e eu dei outra explicação prum cara que foi aluno de Virginia Kastrup, que comecou a perguntar milhões, o que durou mais uns 40 min. Daí depois disso acabou o tempo do pôster (era +/- 1:30h só). Nesse mesmo dia, mais tarde, foi a sessão temática. Não sei como meu nome foi parar de coordenadora da sessão, mas bom, lá fui eu. Todos os outros trabalhos da sessão era sobre orkut e internet, o que fez da sessão muito proveitosa, pois os trabalhos se complementaram. Porém, a análise mais profunda sobre o orkut em si foi a nossa. Uma menina falava sobre anorexia no orkut (comunidade), um cara sobre prazer sexual (mas não compareceu), e outra menina falava sobre um estudo de lan houses e usuário de internet. A sala lotou, e no fim das apresentações se deu um debate muito produtivo. As pessoas comentavam, problematizavam, elogiavam, etc. E basicamente foi isso!! E ainda mais, pra completar, acabei de ver no site da abrapso que o nosso painel foi premiado como o melhor do eixo de mídia, comunicação e linguagem no dia 02/03! olhem aqui o link do site: http://abrapso.org.br/siteprincipal/index.php?option=com_content&task=view&id=171&Itemid=29
No mais, bjo a todos e agradeço pela oportunidade que me foi dada de levar esse trabalho pro Rio, apesar de não fazer mais parte do grupo. Outros congressos que os integrantes não puderem comparecer e eu porventura for, estou à disposição para apresentar o trabalho novamente.
Bjo gente!!!
Lígia

4 de nov. de 2007

A Solidificação dos Líquidos

Que os líquidos têm uma qualidade de “fluidez”, isto é certo; eles são capazes de modificar sua forma, ocupar espaços variados e não se fixam em uma ou outra determinação de espaço nem de tempo. Fluidos (ou líquidos) podem, ainda, contornar barreiras que têm o poder de deter sólidos. Enquanto os primeiros inundam espaços, dissolvem matérias; estes últimos limitam-se a permanecer como são, imutáveis, sem recursos.
Essas características parecem representar muito bem, metaforicamente falando, o momento histórico atual. A instabilidade, o desconforto, as mudanças, a fluidez, estão presentes nas atitudes, nas múltiplas opiniões, em qualquer manifestação que tenha um caráter social nos dias de hoje. Mas o início disso tudo está um pouco mais distante da nossa década, como nos mostra o texto: “Ser Leve e Líquido”, prfefácio do Livro “Modernidade Líquida”; desde a época do Manifesto Comunista fala-se em “derreter os sólidos”, o que mostra a insatisfação de um espírito moderno que se acha inadaptável ao momento em que se manifesta.
O que não se pode esquecer é que os estados físicos das substâncias mudam, de uma certa forma, também são “fluidos”. Na química, uma substância no estado líquido pode virar um sólido, depois derreter-se, evaporar; o que significa que também ocorre com os líquidos do nosso tempo a possibilidade de virarem gelo.
A liquidez da modernidade encontrou os seus antigos 'sólidos-base' já em um estado de desintegração; assim, além de derreter esses, solidificou outros, criou seus próprios sólidos. O derretimento dos sólidos antigos levou ao surgimento de uma sociedade 'economicamente líquida', o que dá o tom de fluidez e movimento são as variadas possibilidades de atuação no campo econnômico sem o entrave de questões como honra, família, ética. O que não significa, é claro, que se viva a liberação total; na verdade, essas questões citadas deixaram de ser consideradas obstáculos pois outras são criadas para ocupar seu lugar, mas, agora, de maneira racional.
Essa dita, racionalidade, mantém um sistema de determinações e regras tão rígido e sólido quanto antes, ou mais. O que se percebe é apenas uma mudança de alvo; se, por um lado, as questões familiares eram empecilho para a prosperidade da economia e, dessa forma, deveriam ser esquecidas, por outro, o conjunto de itens que dominam uma transação bancária podem, também, atrapalhar o desenvolvimento de algum negócio. O que se vê hoje não é a vantagem da liberdade, mas sim uma luta pela adaptação, que a modernidade dita fluida, maleável, determinou ao solidificar suas categorias e instituições.
É verdade que cada vez mais o tempo e o espaço tornam-se infinitos ao homem, ele os conquista e os modifica de diferentes – e, cada vez mais, profundas – formas. Mas é exatamente neles que a modernidade adquire sua força, na medida em que se aparenta ter mais liberdade (por causa das conquistas do tempo-espaço), se observa uma maior dominação (por causa das conquistas tempo-espaço) e um poder fluido e líquido, que transpõe barreiras físicas e derrete solidificações subjetivas. O domínio atinge a vontade, a vida é planejada para que se encaixe em uma determinada maneira de se viver, a qual é imposta e criada para disciplinar quem a escolhe. A fluidez deixa de significar mudança para exprimir a fuga e o ocultamento dos sólidos modernos.
Não se pode negar que desde a época do Manifesto Comunista até hoje mudou-se muita coisa, a vida ficou mais fácil, tudo se tornou mais acessível, as distâncias diminuíram, ou seja, é possível se ter muito mais do que as gerações anteriores tiveram. De uma certa maneira, mudou-se da água para o vinho...o que não significa que o vinho não congele.

2 de nov. de 2007

Interpretação do prefácio de Modernidade Líquida

“Tudo que é sólido se desmancha no ar”. Frase famosa do Manifesto do Partido Comunista de K. Marx e F. Engels (aput Zygmunt Bauman, pág. 09). Ali, naquelas poucas palavras, os autores estavam descrevendo um fenômeno que começava a surgir a olhos vistos na sociedade ocidental do século XIX, marcaria profundamente o séc. XX e reafirma-se como característica primordial do incipiente séc. XXI: a fluidez. A constante mudança; mutação dos corpos, regras e acontecimentos.

Sua função é a quebra de todos os sólidos, as marcas estabelecidas anteriormente pela sociedade e que já não mais servem para a nova organização totalmente capitalista. Deveriam ser aniquilados os entraves que impediam o aprimoramento do capitalismo. Mas, como não seria possível a manutenção da sociedade sem um suporte, novas bases têm de ser lançadas. Isto é, novos sólidos surgirão, porém mais fortes e de acordo com as regras do jogo econômico. Segundo Z. Bauman, a característica principal que se busca nestes novos sólidos é a durabilidade; porém, como obter tal performance, que está em total contradição à regra do mercado, a fluidez?
As primeiras quebras de sólidos foi àquelas relacionadas aos costumes familiares e leis de proteção ao empregado. Tais regras antigas iam de encontro ao livre comércio e à exploração do mercado e da força humana. Na verdade, é principalmente uma “limpeza dos entulhos” destes sólidos, que estavam se deteriorando havia algum tempo.

A nova base sólida, descrita por Marx, é a economia, que dita as transformações nos demais ramos da sociedade – a superestrutura (religião, família, educação, Estado, etc). É através da solidificação do fator econômico que os demais sólidos são destruídos, ou outros sólidos que poderiam competir pelo posto de maior importância são impedidos de crescer. Todo o sistema capitalista que se desenvolve tem como requisitos básicos fortalecer-se e não permitir que traços oponentes se instalem também.

Esta base só se manterá desta forma: não permitindo críticas ou formas de mudança estrutural. Até mesmo a maneira como o indivíduo é ensinado a observar a realidade visa cria-lo como um cordeirinho, alguém que não tem forças ou não quer se rebelar. O sujeito foi exercitado a considerar conceitos antes honrosos como ruins à sociedade: identidade, emancipação. Outras idéias, como tempo/espaço e trabalho foram reestruturadas, para um melhor encaixe nesta nova solidez. Tudo para tentar conseguir quebrar as noções de individualidade ou especificidade de algum grupo; é a lei da globalização, do mercado exigindo a ligação entre todos do planeta, para terem as mesmas características e demandas de produtos.

A fluidez talvez se encaixaria aqui, instigando as mudanças no desejar de algo; o novo é o melhor, e um desejo renovado surge a todo instante.

Esta liquefação trás conseqüências ao poder. Ele é posto em prática por uma maior ênfase no subordinado; antes, os subordinadores eram identificados através do poder, e constantemente vistos por isso; agora, na modernidade, são os dominados os visados pelo poder, rastreados e identificados por ele. Esta modificação, a desterritorialização do poder, tornou possível a inacessibilidade dos detentores verdadeiros dele, que manipulam os demais através da força do mercado e de sua influência na sociedade. É a era pós-Panóptica, onde não há necessidade de vários sólidos, apenas da força de dominação para manter a sociedade dócil e liquefeita na superfície, porém firme na base – composta de dinheiro, muito dinheiro.



PS: Gente, desculpa a demora. Realmente, tive alguns problemas com relação ao texto e a redação que deveria fazer em cima dele. Espero que consigam entender, porque ainda não organizei todas as idéias. Não sei se foi possível a percepção, mas vou expor mais claramente minha principal dúvida, que me fez recear pelo texto que escreveria: como estruturas ditas tão sólidas, sendo construídas pela modernidade, dariam espaço a serem também líquidas? Tentei buscar mais Marx, acho que ele tenta explicar isso com a idéia de estrutura e superestrutura. É isso mesmo?
:)

31 de out. de 2007

Resumo referente ao prefácio do livro “Modernidade Líquida” de Zygmunt Bauman

O líquido não possui uma forma definida, assume a forma do recipiente no qual ele seja colocado. Em outras palavras, sua forma é temporária, ele está constantemente mudando. Esse fato os distingue fundamentalmente dos sólidos, os quais oferecem resistência à separação dos seus átomos.
A situação dos líquidos, para Bauman seria a que mais se encaixaria ao que se vive hoje. O fato de os líquidos estarem sempre prontos para mudar a sua forma, faz com que o tempo lhes seja essencial. Portanto, qualquer descrição que se faça deles é meramente temporária. A mobilidade que lhes é tão característica faz com que eles passem a idéia de “leveza”. Quanto maior a facilidade em se mover, mais rápido se dará o movimento. A leveza é frequentemente associada à mobilidade e inconstância. A situação que caracteriza a presente fase é muito semelhante a essa condição dos líquidos. A modernidade já nasceu “derretendo os sólidos”. Tudo o que apresentasse uma tendência a permanecer constante à medida que o tempo passasse, deveria ser destruído. Todas as tradições deveriam ser “liquefeitas”. Todos os sólidos deveriam ser destruídos para dar lugar a novos sólidos, mais aperfeiçoados. Sólidos que possuíssem uma solidez mais confiável e desse modo pudessem ser mais duradouros, faziam-se necessários.
Todas as obrigações “irrelevantes” deveriam deixar de existir: as empresas deveriam se libertar dos deveres para com a família e das obrigações éticas; só deveria permanecer nas empresas o que tivesse fins materiais. As relações sociais ficavam desprotegidas e o papel da economia ganhava destaque. Ela ia se libertando progressivamente de obstáculos éticos, políticos e culturais. Desse modo, construía-se uma nova ordem, a qual era definida principalmente pela economia e que por ter se libertado de todos esses entraves, deveria ser uma ordem mais “sólida”. “Não que a ordem econômica, uma vez instalada, tivesse colonizado, reeducado e convertido a seus fins o restante da vida social; essa ordem veio a dominar a totalidade da vida humana porque o que quer que pudesse ter acontecido nessa vida tornou-se irrelevante e ineficaz no que diz respeito à implacável e contínua reprodução dessa ordem.” (BAUMAN, 1999, p.11)
Consoante Bauman, essa nova ordem é composta por subsistemas livres, mas o modo que esses sistemas estão ligados é bastante rígido. A ordem das coisas se apresenta fixa, não está aberta a opções. Esse quadro surgiu quando o que limitava a liberdade do homem foi “derretido”. “A rigidez da ordem é o artefato e o sedimento da liberdade dos agentes humanos. Essa rigidez é o resultado de ‘soltar o freio’: da desregulamentação, da liberalização, da ‘flexibilização’, da ‘fluidez’ crescente, do descontrole dos mercados financeiro, imobiliário e de trabalho, tornando mais leve o peso dos impostos etc.” (BAUMAN, 1999, p.11). Uma conseqüência disso é que é cada vez mais difícil encontrar pessoas que satisfaçam o “perfil revolucionário”, que esteja disposto a abrir mão de interesses individuais em nome do coletivo.
A ausência desses revolucionários torna a construção de uma nova ordem tarefa impossível. As forças que poderiam manter a ordem e o sistema na agenda política foram dissolvidas. Segundo Bauman, os sólidos que estão derretendo, ou os que estão para serem derretidos são os que entrelaçam as escolhas individuais em projetos e ações coletivas. Ele cita Ulrick Beck, que fala sobre as “instituições zumbi”, que estão vivas e mortas ao mesmo tempo, como é o caso da família, da classe e do bairro.
Para Bauman, ocorre hoje uma redistribuição dos poderes de derretimento da sociedade. As instituições foram as primeiras a serem atingidas e a sociedade teve sua forma mudada. Ele acrescenta que os velhos moldes foram sendo distribuídos por outros, as pessoas foram se libertando das antigas gaiolas e com seus próprios esforços, tiveram de encontrar lugar nos novos nichos pré-fabricados . Os indivíduos deveriam fazer isso seguindo regras que lhes eram exteriores.
Essas regras, que serviam para orientar, estão cada vez mais em falta. Mas isso não quer dizer que as pessoas hoje constroem sua vida utilizando-se somente de sua própria imaginação, quer dizer que o trabalho de autoconstrução individual não está totalmente determinado. Hoje os padrões não são dados, eles são bem variados e alguns deles se chocam. Eles mudaram de natureza e são agora tarefas individuais. Uma conseqüência disso é que “o que acontece” com o indivíduo é problema dele somente.
Os padrões de dependência e interação, assim como os líquidos, não mantêm a forma por muito tempo. Essa extrema mobilidade muda radicalmente a condição humana e faz com que os velhos conceitos referentes a ela se tornem obsoletos. Eles necessitam, portanto serem atualizados ou inteiramente descartados e é justamente isso que Bauman se propõe a fazer no livro.
Uma característica fundamental da vida moderna é a relação entre espaço e tempo. É dela de onde partem todas as outras características. Segundo Bauman, a modernidade tem início quando tempo e espaço se separam entre si e da prática da vida. Ele acrescenta ainda que na modernidade o tempo passa a ter história e a velocidade de movimento através do espaço se torna uma questão do engenho, da imaginação e capacidade humanas. E a partir desse momento a velocidade superou seus próprios limites.
Essa velocidade sem limites foi fundamental na conquista do espaço. Agora podia-se percorrer grandes espaços em pouco tempo e a velocidade tornou-se, desse modo, uma ferramenta de poder e dominação. Bauman cita o exemplo do Panóptico, onde os internos se encontravam impedidos de se movimentar. Como os controlados não viam os vigias, eles não tinham como burlar as regras, tinham que ficar apenas nos lugares indicados, se encontravam assim, imóveis no espaço. Os vigias tinham facilidade de se movimentar, dominavam o tempo e isso era uma estratégia de poder. Apesar de esses vigias terem facilidade de se movimentar, eles não o podiam fazer livremente, pois tinham de ficar observando os internos nos lugares estipulados.
Por isso que Bauman fala que a modernidade no presente estágio é pós- Panóptica. Diferentemente do Panóptico, agora o poder não se limita a um espaço. Os controladores não precisam mais estar próximos aos controlados, eles podem exercer seu poder independente do espaço que se encontre. Se no Panóptico os vigias tinham de estar perto para poder exercer seu poder, agora a principal técnica de poder é justamente evitar qualquer tipo de confinamento no espaço. Se antigamente uma guerra se dava basicamente de confrontos “corpo a corpo” terrestres, agora – Bauman cita o exemplo da Guerra do Golfo – uma maneira eficiente de guerrear é a utilização de mísseis auto dirigidos, que aparecem e desaparecem numa velocidade extraordinária. E essa nova maneira de se fazer guerra é condizente aos objetivos da mesma: fazer o inimigo abrir mão de suas próprias regras e assim poder dominá-lo.
Bauman cita Jim MacLaughlin, que diz que uma característica da modernidade foi o ataque contra o nomadismo. Na época em que nações e Estados nações se firmavam, os nômades passaram a ser considerados “sedentários” no tempo. No entanto, no presente estágio da modernidade, o líquido, os nômades, que não possuem território “sólido”, ganham vantagem. Consoante Bauman, hoje um propósito da política e das guerras é eliminar as barreiras e permitir o tráfego nômade.
A elite dominadora, ao exercer seu poder, não precisa se preocupar com a maneira que ela vai fazer isso. No mundo contemporâneo, os dominadores não levam em conta o bem estar dos dominados, pois isso lhes seria custoso. Não vale a pena investir tanto em um só território, o ideal é deixar recursos livres para abandonar o território e migrar para outros, tão logo surjam novas oportunidades. Essa velocidade é fundamental quando o assunto é lucro. Logo, os detentores de poder devem dar preferência a tudo o que for transitório. Já os destituídos de poder, desesperadamente procuram por algo durável.
Para Bauman, a desintegração social é uma conseqüência e, ao mesmo tempo, condição da nova técnica de poder, pois para que este flua é necessário uma rede de laços sociais facilmente quebráveis. Laços que assim se encontrem irão permitir a fluidez, esta, por sua vez, irá permitir que o poder desintegre as redes.
Olá pessoas!!!

Já estou de volta e dando um parecer da minha ausencia enquanto estive viajando!!
já dei também uma lidinha nas postagens aqui!!
é isso!!
abraçoo

30 de out. de 2007

ATA - Reunião 30/10/07

  • Comentou-se sobre o projeto sobre os Centro de Inclusão Digital, a coleta de informações pela internet e a possibilidade dessa coleta se dar de forma mais presente, nos próprios locais.
  • Tratou-se da saída da Fernanda, comentando que ninguém respondeu ao e-mail dela. Junto a isso se discutiu o compromisso com os trabalhos e a pensar sobre a entrada e saída de membros do grupo.
  • Fez-se uma breve avaliação da apresentação dos painéis.
  • Kleber indagou o não posicionamento no Blog sobre o prefácio de Modernidade Líquida. Foi ugerido fazer então postagens sobre as dúvidas, questões, idéias, colocando como marcador: "conversa fiada".
  • Cronograma estabelecido para as próximas reuniões: dia 06/11 - discussão sobre o texto.prefácio de Modernidade Líquida, esperando que se façam postagens e comentários sobre o texto; nas próximas duas semanas será a produção da entrevista do Projeto PIBIC em duas etápas = dia 13/11 - produção de questões para entrevista, pensando numa lógica de raciocínio para elaborar o roteiro (nesse dia, nossa "cobaia" ou "rato branco" (hehehehe) Bruna não irá comparecer), dia 20/11 - ocorrerá o teste em Bruna com o intuito de ver se o roteiro de entrevista, as questões respondem, atrapalham ou batem com o nosso interesse no projeto e se por acaso surgem novos pontos.
  • Houve a apresentação do texto/resumo O nascimento da Merdicina Social por Andressa, além da discussão no grupo.
  • Tratou-se da proposta de apresentar os trabalhos na Semana de Graduação. Fica pendente saber se os trabalhos da Inciação podem ser apresentados na Semana. Kleber sugere que façamos uma comunicão sobre o modo de funcionamento do grupo, os trabalhos, o andamento, projeto, entre outros.
  • Presença: Marcus, Laura, Karine, Rafaela, Lázaro, Jade, Bruna, Andressa, Joãozinho, Kleber.

Modernidade líquida

Será que o duradouro transformou-se em algo tedioso? Esta se torna uma importante pergunta após a leitura do presente texto. O parar para pensar sobre o que seria “A Modernidade” também adquire forma, pois esta “significa muitas coisas, e sua chegada e avanço podem ser aferidos utilizando-se muitos marcadores diferentes.”(p. 15). Ademais, tentar entender o porquê de buscarmos o fluido, o instável, que não se fixa ao espaço, nem prende o tempo, em detrimento do estável, do resistente é algo que nos faz querer percorrer todo o percurso lógico de idéias existentes no texto.
Em Modernidade Líquida, a palavra liquefação resume todo um processo em busca da modernidade, de desprender-se dos caminhos habituais, da estagnação. Enfim, a busca da leveza. Porém, o objetivo final não era acabar com os sólidos definitivamente, mas sim proporcionar o surgimento de reconstruções sólidas novas e aperfeiçoadas
Tal derretimento levou a uma sedimentação, a concretização de uma nova ordem baseada em termos econômicos. Ordem esta que encontrou, segundo Max Weber, portas abertas devido a forma que se propiciava o derreter: “ antes e acima de tudo,eliminar as obrigações “irrelevantes” que impediam a via do cálculo racional.”(p.10). Para este, o que restaria seria o “nexo dinheiro”.
A reprodução dessa nova ordem era implacável, meios capazes de desestruturá-la foram quebrados. Amarras que eram suspeitas de desprover de liberdade individual de escolha e ação foram substituídas por algemas que nos prendem a esse novo modo de ver: “Por mais livres e voláteis que sejam os “subsistemas” dessa ordem, isoladamente ou em conjunto, o modo como são entretecidos é “rígido, fatal e desprovido de qualquer liberdade de escolha”.”(p.11)
Primeiramente, os “poderes de derretimento” afetaram as molduras, tudo aquilo que circunscrevia o domínio de ações e escolhas. Hoje, a sua tarefa não é mais construir uma nova ordem, mas sim findar elos que ligam escolhas individuais em projetos e ações coletivas, fase que podemos denominar de “segunda modernidade” (modernidade voltando-se para si mesma). Etapa em que as responsabilidades pelo fracasso recaem sobre os ombros do próprio indivíduo.
Tempo e espaço distinguem-se. Não há mais como enxergar os dois como um só, o que podemos definir é que com a expansão do tempo moderno este se tornou a arma de conquista do espaço. O tempo é o dinâmico, enquanto que o espaço o lado sólido.
Com o advento da modernidade, o poder se tornava extraterritorial, não era mais necessário o contato ou suposto contato entre comandante e comandado explícito no modelo panóptico. O poder era capaz de se mover através de um sinal eletrônico, podendo se dizer que o tempo de comando e execução de um movimento resumia-se a instantaneidade. Os poderosos desvencilhavam-se do engajamento para com seus subordinados , ele era considerado desnecessário, ineficaz e custoso.
A liberdade estava em questionamento, porém as pessoas realmente desejavam ser libertadas? Como nos revela o texto eram poucos aqueles que estavam dispostos a agir para obtê-la. Muitas eram as incertezas sobre como a libertação da sociedade iria distinguir-se do Estado em que se encontrava. Dúvidas sobre o que era a libertação também surgiram, caminhando entre meios de tornar-se benção ou maldição.
Havia a idéia de que dependência e libertação não ocasionavam contradição, pelo contrário, o único caminho para encontrá-la seria submeter-se às normas impostas pela sociedade. Seguia-se a idéia de que normas podiam incapacitar, mas também capacitavam enquanto que a sua ausência propiciava apenas a pura e simples incapacitação: “A rotina pode apequenar, mas ela também pode proteger.” (p. 28)
A esperança de totalidade era abandonada, a crença de que quando encontrado o último pedaço de todo um conjunto de fragmentos estes poderiam ser reagrupados novamente vai ser colocada à parte. Emergia a noção de que o que foi fragmentado não podia ser colado novamente. O ser humano não era mais denominado como um ser social que definia-se por sua ocupação na sociedade e conseqüentes ações e comportamentos. As respostas passavam a ser encontradas dentro do próprio indivíduo, desligada de instituições sociais ou em princípios universais. Tal suposição nos remetia a idéia de que a liberdade já teria sido alcançada, restando apenas a limpeza dos poucos cantos restantes e o preenchimento dos poucos lugares vazios.
O voltar-se para si, questionando-se não era mais exercido pela sociedade. Críticas eram feitas, porém distantes de possuírem toda potência possível, simplesmente desdentadas.
Com o fim da crença da revelação e condenação eterna o que nos restava era nos encontrarmos “por nossa própria conta”. As limitações para o nosso aperfeiçoamento nos era dada a partir das limitações dos nossos próprios dons herdados e adquiridos. A capacidade de ficar parado era inexistente, os movimentos continuariam devido à impossibilidade de satisfação: “A consumação está sempre no futuro, os objetivos perdem sua tração e potencial de satisfação no momento de sua realização, senão antes.” (p. 37)

* Gente desculpa pela demora, mas meu computador realmente está me dando muitos problemas.Acessar o blog, o e-mail do grupo e msn são tarefas praticamente impossíveis, ele acessa quando bem quer e entende, desde sexta tento manter contato com vocês. No texto que postei vai ter o que tentei entender até a página 40 pois entre os vários problemas que tive com o meu pc, foi perder meus arquivos tendo que refazer esse texto( acabei de acabar), não vou mentir que ficou complicado dentro dessas circunstâncias escrever novamente todo o texto :/

* Tive muitas dúvidas talvez por essa razão o texto esteja confuso, gostaria de tirar elas durante a reunião, td bem? :]

Beijos








17 de out. de 2007

ATA - Reunião 17/10/07

  • Apresentação de proposta por Kleber de um futuro projeto de curto a médio prazo (para mais de um ano), sobre os Centro de Inclusão Digital ou projetos do Poder Público Constituído que tenham essa dimensão em Aracaju, com idéia inicial de conhecer, analisar e em seguida fazer algum trabalho com a comunidade envolvida. Pretensão também de que haja alguma bolsa envolvida pelo PIBIEX na atuação de estágio dos alunos envolvidos. Preferência de 4 alunos. TAREFA: os interessados procurem mais informações sobre esses centros, o que são, quais existem em Aracaju, memdidas burocráticas para adentrar nesses recintos, etc.
  • Trazido por Kleber indicação de leitura dos textos para núcleo da Identidade da pesquisa = Corpos Elétricos: do assujeitamento à estética da obra - Richard Misholci; e Identidade e diferença em movimento: ressonâncias da obra de Deleuze - Maria Lopes da Rocha. Serão enviados pelo e-mail.
  • Apresentação dos painéis de Iniciação Científica (Problematização, Comunicação e Ciberespaço), junto a pontuações dadas por Kleber.
  • Foi informado pela COPES-POSGRAP que horário para colocar os painéis no devido lugar serão às 15hrs.
  • Indicação de leitura do prefácio do livro Modernidade Líquida e TAREFA de os integrantes mais novos do grupo postar algo sobre o texto.
  • Presença: Rafaela, Fernanda, Andressa, Bruna, Vanessa, Jade, Laura, Joãozinho, Marcus, Kleber.
  • LEMBRANDO: Não haverá reunião na próxima semana, apenas no dia 30/10/07, em que ocorrerá a apresentação e discussão do resto do fichamento "A loucura e a sociedade" e do fichamento "O nascimento da clínica social".

10 de out. de 2007

Textos para cópia

Hoje na Casa da Cópia vão estar três novos textos. Todos retirados do livro Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman: Prefácio - Ser Leve e Líquido (7-22); cap. 1. Emancipação (23-63) e cap. 2. Individualidade (64-106).
Quem vai trabalhar com a questão da produção de identidade fica com o Prefácio e o cap. 1. .
Quem vai trabalhar com a questão da produção do consumo fica com o Prefácio e o cao. 2. .

abraço

5 de out. de 2007

ATA - Reunião 02.10.07

- Presença: Andressa, Bruna, Herica, Jade, João, Karyne, Laura, Marcus, Rafaela, Vanessa
- Painel: encaminhar as produções para o Blog até hoje (05.10)
- Texto sobre a metodologia padronizado para os três paineis: Kleber
- Tesoureira dos painéis ($30,00 cada - Marcus já confirmou): Andressa
- Ver com Thiago (3º período) sobre a configuração dos painéis - já confirmado por $30,00 os três painéis.
- Herica, Andressa e Marcus: dividir a taxa de inscrição de Marcus ($3,35 cada).
PRÓXIMA REUNIÃO
- Fechamento do texto e da discussão do fichamento "A Loucura e a Sociedade"

1 de out. de 2007

Painel e etc

Oi gente, acho que já devemos começar a pensar a produção de cada painel que escrevemos na jornada científica UFS. Cada grupo poderia formular uma proposta de formatação do painel, com as informações que são fundamentais para o trabalho. É importante considerar que um painel não precisa ser auto-explicativo. Penso que ele deva conter elementos que despertem o interesse de quem passa e ao mesmo tempo possa ser disparador de questões para quem para e quer saber mais sobre esse assunto.
Um painel também envolve custos e edição. Quem tiver propostas leve amanhã. No mais, já é outubro. Abraço!

O NASCIMENTO DA MEDICINA SOCIAL

O texto de Michel Foucault é de uma conferência que tem por principal objetivo indagar se a medicina sempre foi social, coletiva e não centradas no indivíduo. Principalmente se a medicina moderna, que nasceu nos fins do século XVIII, teria ou não essa concentração no individual. Poderia ser correta a hipótese de que a medicina moderna tornou-se individual porque penetrou no interior das relações de mercado, tendo em vista a economia capitalista que prima pela relação médico-doente, ignorando a dimensão global, coletiva da sociedade?

Foucault procura mostrar o contrário: que na realidade a medicina moderna é uma prática social que possui uma tecnologia do corpo e tendo apenas como um de seus usos o tipo individual que valorizaria essa relação médico-doente. Para esclarecer essa indagação, Foucault menciona que no livro de Victor Bullough (1965), conta sobre a história da medicina na Idade Média que já era do tipo individualista, mas com dimensões coletivas discretas e limitadas. Por isso e outros indícios Foucault aposta da hipótese de que o capitalismo ao invés de ter transformado a medicina coletiva em privada, fez exatamente o contrário. Ocorreu a socialização da medicina, pois o corpo tornou-se força de produção, força de trabalho, existindo o interesse, com isso, de controlar a sociedade através do indivíduo, investindo-se primeiro no âmbito biológico, somático e corporal, para só adiante controlar as consciências e ideologias.

O corpo torna-se uma realidade bio-política e a medicina é uma estratégia bio-política, que serviu e serve para o controle do corpo. Mas apesar do corpo ter sido investido político e socialmente como forma de trabalho, esta não foi a primeira forma assumida pela medicina e sim em último lugar, já na segunda metade do século XIX. Para organizar didaticamente a grosso modo, Foucault indica três etapas para a formação da medicina social: a medicina de Estado, a medicina urbana e a medicina da força de trabalho.

I. A medicina de Estado acontece na Alemanha, no começo do século XVIII, em que se forma a ciência do Estado, onde este se torna objeto de conhecimento, além de instrumento e lugar de formação de conhecimentos específicos. Tais conhecimentos se desenvolveram de forma mais rápida e concentrada neste país, tendo entre as razões, a necessidade de se fazer inquéritos sobre recursos e o funcionamento dos estados que compunham a Alemanha, que naquela época ainda se encontrava dividida, sob intenso clima de conflitos e afrontamentos. Uma outra razão para essa rápida ascensão da ciência do Estado foi a condição econômica estagnada em que se encontrava a Alemanha, que impulsionou a burguesia se aliar ao soberano para melhor organizar o Estado.

O mercantilismo era a teoria econômica ou prática política que delineava as ações daquele momento, final do século XVII para início do século XVIII. Com fins de melhor controlar a produção e por sua vez a quantidade de população ativa, a Alemanha desenvolve a chamada política médica de Estado. Este sistema teria um modo muito mais completo de observação da morbidade, ao requerer a contabilidade de médicos e hospitais das diversas regiões da Alemanha, além do registro dos diferentes fenômenos epidêmicos ou endêmicos. Essa política permitiu ainda o acontecimento de uma série de inovações tais como: a organização de um saber médico estatal, a normalização da profissão médica, a subordinação central e integral de vários médicos em uma nova organização estatal.

A medicina de Estado tinha por objetivo não de garantir uma força de trabalho, mas o corpo dos indivíduos enquanto força do Estado. Não é a toa que essa medicina se propôs a mais funcionalizada, estatizada, coletivizada dessa época fazendo com que os outros modelos nada mais sejam do que atenuações.

II. A medicina urbana aconteceu na França já nos fins do século XVIII, exatamente pelo desenvolvimento das estruturas urbanas. Este país também se encontrava fracionado em múltiplos territórios heterogêneos, além da existência de poderes senhoriais rivais num mesmo território e a estratificação do poder em representantes do poder estatal. Com essa situação, fica clara a necessidade da unificação do poder urbano bem regulamentado, que por sua vez proporcionará a unificação do território francês de modo coerente e homogêneo.

Esse objetivo vinha por razões, tanto econômicas, pela intenção de tornar a cidade um importante lugar de mercado, além de unificar as relações comerciais à nível de nação; quanto por razões políticas, pois com o desenvolvimento das cidades, ocorre o aparecimento do proletariado, que fará com que as tensões aumentem consideravelmente. Isso se deve ao afrontamento entre pequenos grupos (plebe e burguês, ricos e pobres) o que ocasiona agitações e sublevações urbanas cada vez mais numerosas, que se chamam de revoltas de subsistência.

Dentro desse panorama é que percebe a necessidade de um poder político capaz de esquadrinhar a população urbana para um melhor controle da mesma. Para tanto, colaborou o surgimento da atividade do medo diante das cidades, caracterizado por pânicos ocasionados pela vida urbana das grandes cidades do século XVIII. Este pânico urbano era resultado de uma inquietude político-sanitária, que atingia principalmente a burguesia. Por isso essa classe reage ao lançar um modo de intervenção que se trata do modelo médico e político de quarentena.

Surgiram para esse esquema de quarentena dois modelos: um em reação à lepra, que consistia em um mecanismo de exclusão ou exílio do doente, semelhante a uma forma religiosa de atuar, pois se tinha a intenção de purificar as cidades retirando os “bodes expiatórios” (os leprosos); o outro teria sido suscitado pela peste que procurava uma análise minuciosa da cidade, de maneira individualizante, com o registro permanente tal qual uma revista militar. Desta forma, a sociedade estaria disposta em um espaço esquadrinhado, dividido e inspecionado sob um olhar permanente e controlado de registro.

Entre os objetivos delineados para esse plano de conduta médica urbana, tinha-se: 1º) O fato de analisar regiões de amontoamento, confusão e perigo urbano, que são propícios a doenças e fenômenos epidêmicos e endêmicos. Espaços como cemitérios passavam a se localizar em regiões afastadas da cidade e a organizar seus cadáveres tal qual um exército enfileirado e classificado; 2º) O controle e estabelecimento de uma boa circulação do ar e da água. Isso se devia por pensar que o ar seria um dos grandes fatores patogênicos, pois agia diretamente por ação mecânica sobre o corpo. Com isso se organizou métodos de arejamento das cidades; 3º) A organização da distribuição e seqüências de água e esgoto, de maneira que não entrassem em contato.

Já a importância da medicalização das cidades se deu principalmente: · quando a prática médica entrou em contato direto com as ciências extra-médica ou físico-quimicos, graças a socialização da medicina; · quando a medicina passou a se preocupar com as condições de vida e o meio de existência, ou seja, da relação do organismo com seu meio, e isso devido a união das ciências naturais à medicina; · quando surge a noção de salubridade caracterizada pela preocupação com o estado das coisas, do meio e dos elementos constitutivos que afetam a saúde dos indivíduos. Junto a essa idéia surge a noção de higiene pública que seria as técnicas de controle político-científico e modificação dos elementos materiais do meio que sejam suscetíveis a favorecer ou prejudicar a saúde.

III. A medicina da força de trabalho surge na Inglaterra, no momento de seu desenvolvimento industrial, fazendo aparecer uma classe pobre, plebéia e proletária que ainda não era considerada um elemento perigoso para a saúde da população, mas passaria a ser. O que fazia com que essa massa ainda não se tornasse um perigo seria a ordem quantitativa dessas pessoas que ainda não eram tão numerosos e o fato de serem úteis à vida urbana, servindo como uma parte instrumental da existência urbana. Foi já no segundo terço do século XIX, aconteceram razões que levaram a crer que o pobre seria um perigo, entre elas: 1. Por razão política, pois enquanto força a população pobre poderia ser capaz de se revoltar ou participar de revoltas; 2. No momento em que se constrói sistemas (postal e carregadores), dispensam, em parte, os serviços prestados pela população, produzindo uma série de revoltas; 3. O aparecimento da cólera de 1832 fez cristalizar uma série de medos políticos e sanitários sob a população proletária, fazendo crer no perigo em suas presenças na cidade, surgindo com isso a divisão do espaço urbano em bairros e habitações de ricos e pobres.

Para a socialização da medicina inglesa, elaborou-se a Lei dos pobres que tinha o intuito ambíguo de tanto promover uma assistência controlada aos pobres, através de uma intervenção médica, o que os beneficiava por um lado; como também protegia as classes ricas, sendo a burguesia quem mais se interessava em assegurar sua segurança política. Para melhor completar o intuito da Lei, grandes fundadores da medicina social incluíam o sistema Health Service que tinham medidas preventivas a serem tomadas tais como a intervenção nos locais insalubres, as verificações de vacinas, o registro de doenças.

Esta medicina de controle suscitou uma série de reações violentas da população, de resistência popular, que aconteciam não só na Inglaterra, da segunda metade do século XIX, como em diversos países do mundo. Formaram-se grupos de resistência aparentemente religiosos que lutavam contra a medicalização, o direito de querer ser atendido ou não pela medicina oficial e, sobretudo, o direito sobre o próprio corpo.

Esta medicina foi a que mais vingou, pois ligou três pontos: a assistência médica ao pobre, o controle de saúde da força de trabalho e o esquadrinhamento geral da saúde pública. Ao mesmo tempo realizou três sistemas médicos: a assistencial, a administrativa e a privada. Conclui-se que a medicina na Inglaterra era essencialmente um controle da saúde e do corpo das classes mais pobres para torná-las mais aptas ao trabalho e menos perigosas às classes mais ricas.

27 de set. de 2007

Ciberespaço entre conceitos e experiências

CIBERESPAÇO ENTRE CONCEITOS E EXPERIÊNCIAS. João José Gomes dos Santos (Psicologia/UFS); Kleber Jean Matos Lopes (Orientador DPS/UFS); Bruna Vasconcelos Gonçalves (Psicologia/UFS).

O ciberespaço configura-se como um novo plano de experiência humana no contemporâneo. A proliferação e intensidade dessa experiência tornaram necessária a criação de ferramentas conceituais que auxiliassem no entendimento e problematização de estar no ciberespaço. Tarefa árdua pelo seu caráter virtual, algo incomum frente aos demais meios de trocas e construção de conhecimento. No entanto real, posto que imprime novas possibilidades de relação, de produção de sentido e aquisição de informações na vida cotidiana. A realidade virtual proporciona uma nova noção para a experiência no tempo e localização no espaço. O tempo não será apenas histórico-cronológico, assumindo também a dimensão do atual, do agora. O espaço perde a concretude como característica principal, tornando-se fluido e navegável em sua interface hiper-textual. Silvana Monteiro em discussão sobre o Ciberespaço, efetua o mapeamento do conceito promovendo o dialogo entre três áreas do conhecimento: artes, ciência e filosofia. A primeira seria o berço do termo, aparecendo na obra de Willian Gibson como um novo espaço aonde não se vai com o corpo, mas sim com a mente conectada a um deck cyberespacial. A segunda busca localizar o ciberespaço e seus desdobramentos dentro de semióticas científicas utilizando como referenciais: David Koepsell, que mantém uma perspectiva da sua materialidade, entendendo-o como um emaranhado de fios e cabos interconectados originando um sistema de troca de bits, e Pierre Lévy, que não desconsidera a interligação entre infra-estrutura e pessoas que navegam esse universo fluido de informação. A terceira situa o ciberespaço na dimensão filosófica utilizando-se do conceito de máquina abstrata pensado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, onde se alcança o pico da desterritorialização dos agenciamentos discursivos e de corpos. Metodologicamente, essa discussão se deu nas reuniões que envolvem o projeto de pesquisa Psicologia, tecnologia e modos de subjetivação contemporâneos, no endereço eletrônico http://entrenospelarede.blogspot.com/, que funciona como um espaço de discussão on line do grupo e também através do e-mail do psicibercultura@yahoogrupos.com.br . Análises iniciais consideram o ciberespaço como dispositivo capaz de agregar vários meios de comunicação e promover socialização, transações econômicas e principalmente novas agenciamentos cognitivos. Diante do crescimento acelerado e importância que as novas tecnologias da comunicação estão adquirindo ante a conjuntura social contemporânea, problematizar o conceito de ciberespaço consiste em ampliar os modos de experiência do mesmo, bem como situar academicamente os desdobramentos desse acontecimento.


bom pessoal.. esse aí é o resumo.

26 de set. de 2007

ATA - Reunião 25.09.07

- Presença: Andressa, Fernanda, Herica, Jade, João, Karyne, Laura, Lázaro, Marcus, Rafaela, Vanessa.
- Discussão e conclusão dos Resumos para o Encontro de Inciação Científica
- Nova proposta de resumo/painel: O Ciber espaço - João e Bruna (quem tiver interesse, falar com eles)
TAREFAS:
- Concluir resumos, gravar o texto do resumo em um cd ou disquete para efetuar a inscrição até dia 28.09.07
PRÓXIMA SEMANA:
- Apresentação do fichamento "A Loucura e a Sociedade"

PROBLEMATIZANDO CAMINHOS NA PSICOLOGIA

PROBLEMATIZANDO CAMINHOS NA PSICOLOGIA.
Andressa Almada Marinho Pontes (Bolsista Voluntário PIBIC/CNPq - Psicologia/UFS); Kleber Jean Matos Lopes (Orientador DPS/UFS); Jade Santana de Azevedo (Psicologia-UFS); Lázaro Batista da Fonseca (Psicologia-UFS); Fernanda Hermínia Oliveira Souza (Psicologia-UFS).
Esse trabalho problematiza junto a Heliana de Barros Conde Rodrigues, os caminhos que a psicologia faz ou poderia vir a fazer, enquanto um campo de saberes e práticas, analisando implicações que envolvem a produção da temporalidade, biografia e experiência. Busca assim, indagar para onde a Psicologia se encaminha e se organiza, questionando a pretensão em tornar-se uma ciência formadora de saberes supostamente nobres e verdadeiros. Têm-se também como objetivos questionar as práticas que não toleram surpresas e estão à busca de um conhecimento final, da verdade dada e consumada. Assim como publicizar essa discussão, buscando ressonâncias junto à sociedade acadêmica. Metodologicamente, essa discussão se deu nas reuniões que envolvem o projeto de pesquisa Psicologia, tecnologia e modos de subjetivação contemporâneos e no endereço eletrônico http://entrenospelarede.blogspot.com/, que funciona como um espaço de discussão on line do grupo. Partindo da importância e necessidade de problematizar a psicologia, atentando para a condução de sua história, procura fazer uma eventualização, ou seja, fazer surgir a singularidade e romper com as evidências que apóiam o saber formal. Essa discussão não apresenta resultados conclusivos, entretanto problematiza os caminhos na Psicologia, que são pertinentes a sua busca em enquadrar-se nos parâmetros formais da ciência, como também nas práticas psicológicas e nos processos de formação de seus profissionais. Desse modo, não basta conhecer a história de datas e nomes consagrados, mas fazer aparecer a força das experiências e das suas mutações, que seriam para Conde, acontecimentos produzidos pela introdução de descontinuidades nos saberes. Saberes que demandam correlações com outros, formando séries de saberes para tornar possível um sentido novo, uma descoberta ou invenção. Essa ação busca um movimento de transformação na Psicologia, que vá além das grandes narrativas, permitindo problematizações e interferências em jogos de verdade, configurando assim outros modos de experimentar a temporalidade e a história.

Comunicação e psicologia: modos de captura e produção da realidade

Comunicação e psicologia: modos de captura e produção da realidade
Herica Silva França, Marcus Vinicius de Jesus Silva, Vanessa Araujo Souza Côrtes, Karyne Emanuely Lima Cardoso, Laura Regina Oliveira Santana, Rafaela Santos de Carvalho.
A problematização dos meios de comunicação de massa no que tange a possibilidade da sua conversão em modos de exercício da democracia direta ou em maneiras de opressão simbólica constitui o sentido desse trabalho. O fenômeno da comunicação atenta para a sua atuação na construção da realidade, na detenção do poder, na produção da cultura, no controle social e na modificação e fomento do ser humano. Compreende-se, então a comunicação social, como um conjunto de instrumentos capaz de atingir a todos com uma ação simbólica no plano das informações. Com isso, o presente estudo reflete a articulação entre o campo da Comunicação e da Psicologia, enquanto saberes e práticas que se afetam e se configuram na produção da subjetividade contemporânea. Para tanto, foram realizadas discussões com Pierre Bourdieu e Pedrinho Guareschi, dentre outros, que resultaram na produção e publicação de textos dispostos no endereço eletrônico http://entrenospelarede.blogspot.com/. Considerações desse trabalho apontam que os meios de comunicação podem difundir uma concepção de mundo a partir daquilo que é comunicado, consumido e visto, como também daquilo que se faz perceber, atribuindo a essas veiculações de massa uma força singular sobre a existência das coisas e a difusão das idéias. Por outro lado, há possibilidade de resistência a esse poder, já que lhe escapa ao controle, a transmissão de sinais não-verbais, como gestos, olhares, entonação, que estão presentes nos seus discursos. Trata-se assim de problematizar e perceber que os meios de comunicação mesmo pretendendo ser um mecanismo de registro da informação, podem tornar-se um forte instrumento de modos de captura do desejo e de criação da realidade.

24 de set. de 2007

Como estamos?

Oi gente, li os resumos no blog, mas parece que eles estão mais vivos fora dele. Melhor, que ainda não aparece na tela a discussão de fazem entre si. Por isso vou deixar meus comentários para o momento em que vocês encontrarem um texto que aglutine a conversação produzida. É importante lembrar que amanhã é nosso prazo. Abraços!

21 de set. de 2007

RASTROS NO ORKUT:a produção de sentidos entre deletar e manter scraps

RASTROS NO ORKUT: a produção de sentidos entre deletar e manter scraps

Marcus Vinicius de Jesus Silva (Bolsista PIBIC/CNPq - Psicologia/UFS); Kleber Jean Matos Lopes (Orientador DPS/UFS) Andressa Almada Marinho Pontes(Bolsista Voluntário PIBIC/CNPq - Psicologia/UFS, Herica Silva França(Bolsista Voluntário PIBIC/CNPq - Psicologia/UFS), Ligia Carolina Oliveira Silva e Vanessa Araujo Souza Côrtes.


Esse trabalho analisa os modos de inscrição e de produção da subjetividade no ambiente da cibercultura na plataforma Orkut. Ante a intensa dimensão do uso desse programa entre brasileiros, dentre esses, todos os autores desse estudo, o mesmo estabeleceu-se como campo de observação e análise de movimentos e representações que se busca dar a si. Através (da aplicação) de 57 entrevistas realizadas no ambiente do próprio software Orkut, se busca entender os sentidos que usuários desse programa produzem ao administrar a seção de comentários disposta em cada endereço, tendo como condição de análise inicial, a manutenção ou não, das mensagens que recebem. Essa ação de exclusão ou de manutenção do comentário (recebido) é pensada como uma disposição que marca maneiras de operar na vida cotidiana, que se desdobram em pelo menos duas modalidades de experiências contemporâneas: uma que tem caráter individual, onde cada usuário busca formas de atender demandas que lhe são mais imediatas e requerem um sentido no presente, e uma outra marcada por um modo mais ampliado de entender como o Orkut se transforma, enquanto experiência coletiva, a partir do apagar ou manter as mensagens que recebe. Esses sentidos(,entretanto,) não definem campos opostos de significação. Ao contrário, marcam-se como fluxos articulados para a experiência cibernética, onde a diversidade no coletivo possibilita heterogeneidade na dimensão do singular, como apontam(estudos realizados por) Michel Foucault, Gilles Deleuze, Bruno Latour, Heliana Conde, Leila Machado e Virgínia Kastrup. Considerações iniciais dessa análise indicam uma modalidade de experiência no uso da plataforma Orkut, que empobrece semanticamente os modos de dizer de si para o mundo e perceber nesse mundo um dito distinto daquele que lhe parece próprio. A leitura dos discursos e a observação realizada nas páginas desses usuários apontam para uma ação que visa objetivar os sentidos, primando pela busca da identificação máxima com a informação mínima. Ação que reduz as possibilidades tecnológicas postas na plataforma Orkut, no que lhe confere importante fundamento social: encontrar, conhecer e fazer amigos. A ação de excluir os comentários deixados pelos amigos de Orkut, desdobra-se em movimentos de abreviação da experiência singular em sua dimensão semântica( e já se configura em comunidades do Orkut, voltadas para um procedimento de legitimar moralmente a ação de deletar as mensagens recebidas). Considerações preliminares permitem supor processos de afastamento gradual do uso da plataforma Orkut, como conseqüência do sentido particularizado que dela se faz ou se fez.
*tudo em vermelho foi retirado
420 palavras...ok?
vou levar impresso...
não sei se a forma que foram colocados os nomes tá certa.
inté

RESUMO ESQUELETO HELIANA CONDE

PROBLEMATIZANDO A PSICOLOGIA. Andressa Almada Marinho Pontes (Bolsista Voluntário PIBIC/CNPq - Psicologia/UFS); Kleber Jean Matos Lopes (Orientador DPS/UFS); outros...

A partir do texto de Heliana Conde, Para Desencaminhar o Presente Psi: biografia, temporalidade e experiência, indica-se a problematização como uma experiência aliada da reflexão historiográfica e envolvida por uma inquietação sobre a construção da Psicologia, o que faz surgir uma produção teórico, prático e político. Este trabalho tem por objetivo, junto a discussão do texto de Conde, indagar para onde a Psicologia caminha, como se organiza e questionar a pretensão da Psicologia buscar sua condição de ciência formadora de saberes pretensamente nobres e verdadeiros. Ao mesmo tempo tornar público o conteúdo dessa discussão afim de incluir a sociedade acadêmica. Metodologicamente, o presente trabalho funcionou na exposição o texto em blog exclusivo do grupo de pesquisa chamado Entre Nós, que junto a debates sobre o texto nas reuniões, percebeu-se a importância da Psicologia ser problematizada, atentando à condução de sua história, procurando assim fazer uma eventualização, que significa fazer surgir a singularidade e romper com as evidências que apóiam o saber formal. Resultado dessa discussão está longe de terminar, porém consegue trazer questões sobre a Psicologia que são pertinentes não só para sua formação como ciência, como também para as atuações psicoterápicas e para a formação de profissionais da Psicologia. É possível constatar com esse trabalho discursivo e problematizador da conjuntura da Psicologia, que não basta conhecer a sua história, mas fazer surgir as mutações, que seriam para Conde, acontecimentos produzidos pela introdução de descontinuidades nos saberes, que demandariam correlações com outras séries de saberes para tornar possível um sentido novo, uma descoberta ou invenção. Com isso, conseguir nesse movimento a transformação da Psicologia, para que vá além das grandes narrativas e se tornem tal qual obras de arte, que se propõem fazer arqueologias, problematizações auto-reflexivas e interferências em jogos de verdade.

Pontos que ressalto: isso é um esqueleto que muito do colocado foi uma tentativa. Há muito a ser revisado. O título, por exemplo a ser discutido; falta colocar o nome dos outros componentes q aliás quem são, todos da pesquisa ou só do painel?; Introdução: foco na questão da problematização; Objetivo: muito doq Kleber expôs; Metodologia: tirei doq achava mas não se está certo; Resultado: tentei respnder isso mas não sei tb...; Conclusão: Não sei tb se dei conta. Foram 311 palavras (420) e 2.139 caracteres com espaço (2.640). Então, espero críticas...Inté

19 de set. de 2007

Resumo Inicial de Comunicação

Os intrigantes discursos sobre os meios de comunicação de massa sustentam essa temática, enquanto um forte instrumento para exercer a democracia direta, face aos seus mecanismos ocultos e a opressão simbólica, ao jogo de imagem, de manipulações e de enunciação dos significados. Por vezes, o fenômeno da comunicação faz com que se atente para a sua atuação na construção da realidade, na detenção do poder, na cultura, no próprio controle social e na modificação e fomentação de um novo ser humano. Compreende-se, então, um conjunto de instrumentos que, teoricamente, possibilitam atingir a todos sob uma ação simbólica no plano das informações. Com isso, o presente estudo pretende a reflexão e a articulação entre o campo da Comunicação e da Psicologia, enquanto saberes que se afetam mutuamente e se configuram em produção de subjetividade contemporânea. Para tanto, o grupo de estudo formado por alunos de Psicologia da Universidade Federal de Sergipe aprimorou-se da leitura e discussões acerca de dois referenciais, a saber, “Sobre a Televisão” de Pierre Bourdieu e, “Comunicação e Controle Social” organizado por Pedrinho Guareschi. Tal apanhado teórico resultou em produção e, consequentemente, publicação de resenhas dispostos em endereço eletrônico. As análises finais concentram-se na idéia de que os meios de comunicação podem, sim, difundir uma concepção de mundo a partir daquilo que é comunicado, consumido, visto e daquilo que se faz perceber, atribuindo a estas veiculações de massa uma espécie de poder sobre a existência das coisas, sobre a difusão das idéias. Por outro lado, este poder escapa ao transmitir também sinais não-verbais, como gestos, olhares, entonação, que não são ditos, mas estão presentes nos seus discursos e, aliados aos fatores primeiros, produzem de alguma forma significado e subjetividade. Trata-se, contudo, de criticar, refletir e perceber que os Meios de Comunicação mesmo pretendendo ser um mecanismo de registro da informação, podem torna-se um forte meio de criação da realidade.
-Pessoal... aí tem 311 palavras, sendo que o máximo é 420.
Mas ainda falta em cima do texto: o nome do resumo, o nome do professor/orientador e o nome dos alunos... e essas coisas também contam como palavras
temos que dar uma olhada naquele modelo de resumo que eles passaram pra ver como é a forma certa de colocar essas coisa em cima do texto...
é isso!!
bjinhos
=)))

ATA - Reunião 18.09.07

- Reorganização das pesquisas em subgrupos:

  • Amizade: Andressa, Rafaela, Bruna
  • Consumo: Herica, Laura, João
  • Identidade: Marcus, Vanessa, Fernanda, Karine, Jade, Lázaro

Obs.: Ainda falta a escolha de Bruna dentre esses temas.

- XVII Encontro de Iniciação Científica da UFS - Painéis:

  • Orkut: Marcus
  • Sobre a TV e Comunicação e Controle Social: Herica, Vanessa, Marcus, Laura, Rafaela, Karine, Marcus
  • Para Desencaminhar o presente psi: Andressa, Fernanda, Lázaro, Jade, Bruna , João.

- Os resumos devem conter: introdução; objetivo; metodologia; resultado(s); conclusão(s)
Inscrições até dia 28.09.07 --> www.posgrap.ufs.br/encontro

- Discussão das questões referentes à reunião passada

- Apresentação do fichamento "A Loucura e a Sociedade"

- Presença: Andressa, Fernanda, Herica, Jade, João, Karine, Laura, Lázaro, Marcus, Rafaela, Vanessa

TAREFAS:

- Herica e Andressa:
preparar um "esqueleto" do resumo dos painéis e postar aqui no Blog até sexta (21.09.07)
mandar resenha desses textos para o email do grupo

PRÓXIMA REUNIÃO:

- Continuar a aprosentação do fichamento "A Loucura e a Sociedade"

- Ver resumos do encontro

15 de set. de 2007

A volatilização do poder capitalístico-Respostas

Retomando o capítulo “A disciplina” da Michel Foucault e o capítulo “A invenção da psicologia social” pode-se perceber que há sim uma homogeneização dos pensamentos e sentimentos apesar da concomitante individualização sofrida pelos indivíduos. Observando bem todo pensam da mesma forma por alguns fatores: conteúdos veiculados nos meios de comunicação de massa, globalização, imposição da falta de respeito à alteridade e até mesmo ao biopoder. Entretanto, essa homogeneização não se estabelece apenas na sociedade de controle, mas também na disciplinar. Na segunda, através da docilização dos corpos e na primeira, através da disciplina investida para os sentimentos, pensamentos, desejos e etc.

Assim o controle exerce “formas cada vez mais sutis de assujeitamento, moldando nossos corpos não apenas do exterior, mas, sobretudo, do interior, através de uma homogeneização dos nossos modos de pensar, agir e sentir”. (SILVA, p.47). Entender que se homogeiniza é fácil, porem ela acontece concomitante com a suposta (ou não) individualização. Desde a sociedade disciplinar no século XVIII, com o proposto esquadrinhamento busca-se individualizar e com o incremento da sociedade de controle as pessoas são individualizadas de forma a manter o controle e a aumentar a competição inerente ao capitalismo. Daí surge a subjetivação capitalística em que se produz uma individualidade, com o objetivo de alcançar uma uniformidade. Os indivíduos são vistos como “conjuntos de indivíduos” o que representa a individualização concomitante com a homogeneização do pensamento.

É importante compreender eu essa homogeneização, como já foi citada, não se dá apenas com o fim da sociedade disciplinar até mesmo porque a sociedade disciplinar não acabou ela extrapolou os muros das instituições, se incrementou e se tornou a sociedade de controle.

Essa lógica disciplinar preservada tratará de encerrar desejos em ações estereotipadas e, assim desencadeia um processo de individualização da subjetividade, que forja a idéia de subjetividade privatizada posto que não haja singularidade real nessa subjetividade. Pois, produz uma “sociedade de normalização” (Foucault, 1999) que fabrica indivíduos “normais”, com padrões médios de comportamento exigidos pelo poder capitalista. Percebe-se assim, a verdadeira função da pretendida adaptação social, pregada pela psicologia científica do final do século XIX: normalização social.
Aqui vai gente minha tentativa de responder as questoões das meninas...não sei se tá muito confuso ou se tá certo...hihihi.mas..
=)

11 de set. de 2007

Ata 11/09

Pessoas, me ajudem se estiver faltando algo sobre a reunião de hoje!Eu nunca fiz atas :P

*Apresentação de novas pessoas em situação de "estágio": Lázaro e Jade. Explicando o que o grupo já havia trabalhado e o que estava por trabalhar.

*Continuação da apresentação da Terceira parte de Vigiar e Punir por Marcus.
Pontos discutidos:
-corpo dócil- útil
-violência implícita
-vigilância hierárquica
-sanção normalizadora
-exame Pergunta: como o exame não atua diretamente sobre o indivíduo? O exame já não se utiliza da violência direta e sim da lógica da docilidade que passa a agenciar os corpos, se apropria deles sem que eles percebam.
-exame na escola - avaliação
no exercito- subir de patente
no hospital e no hospício- garantia ou não da alta
na prisão- aumento ou diminução da pena
-vigilânica - os corpos passam a vigiar a si mesmos e a se auto-controlar- o que é possível pela potencialidade de vigilância.
Falamos também de individualização ascendente e descendente que era inclusive uma das perguntas feitas pelas meninas. O trecho da página 160(no meu livro que a edição é mais nova) ajudou a esclarecer.

Tarefas:
Kleber add Jade e Lázaro no Blog e explicar a diferença entre sociedade disciplinar e controle.

Nós= responder as perguntas elaboradas pelas meninas.

Presença: Bruna, Fernanda, Vanessa, Marcus,Andressa, Laura, Jade, Lázaro, Rafaela,Karyne.

10 de set. de 2007

Fichamento - "A Loucura e a Sociedade" (Michel Foucault)

Ao acusar os sistemas de pensamento no Ocidente de abarcar somente os fenômenos positivos de uma sociedade, Foucault avalia, que não se trata mais de saber apenas o que é afirmado e valorizado em uma sociedade ou em um sistema de pensamento. Para ele, a atenção destes sistemas deve-se voltar também para o que rejeitado e excluído. Nesse sentido, conta que a loucura foi excluída em todos os tempos. E é sobre essa questão que o autor revela seus interesses e inquietações para produzir uma análise histórica da loucura.
A título de metodologia, as problematizações concentram-se em “como as condições nas quais o louco se encontra mudaram da Idade Média aos nossos dias”. Para tanto, Foucault examina qual o status do louco nas sociedades primitivas e como isso se configura nas sociedades industriais, e pensa sobre a causa da mutação que se operou no século XIX.
Como configuração inicial da sua análise, Foucault avalia que os domínios da atividade humana estão divididos em quatro categorias: o trabalho, a sexualidade, a linguagem e as atividades lúdicas (jogos, festas), afirmando que as pessoas que escapam às regras definidas nesses domínios são chamadas de indivíduos marginais, comumente presentes em todas as sociedades. No caso da loucura, uma mesma pessoa passa a ser excluída e rejeitada em todos os domínios. Aqui, então, o autor analisa também o louco diante das quatro categorias, já que o mesmo difere em seu comportamento das outras pessoas no trabalho, na família, nos discursos, nos jogos, etc.
Com relação à sexualidade, somente a partir do século XIX, práticas sexuais como masturbação, homossexualidade, ninfomania foram consideradas anomalias identificadas à loucura por serem incapazes de adaptação à família burguesa européia. A idéia de que a principal causa da loucura residia na anomalia sexual consolidou ainda com Beyle, relacionando a paralisia progressiva com a sífilis, e com Freud, desenvolvendo teorias sobre o distúrbio da libido.
Na Idade Média, no que diz respeito à linguagem, a fala dos loucos ora era dada como sem valor, ora prestavam-lhe uma atenção particular. Para contextualizar tal afirmação, Foucault faz referência aos bufões europeus, os quais contavam a verdade sob forma simbólica que os homens comuns não fariam. Faz referência ainda a uma curiosa afinidade entre a literatura e a loucura, especialmente, porque a primeira não está obrigada às regras da linguagem formal e cotidiana, ocupando a literatura uma posição também marginal.
No teatro tradicional europeu, como exemplo de atividades lúdicas, o louco divertia os espectadores, era um personagem que exprimia a verdade de que os outros atores e espectadores não estariam conscientes. Outro exemplo está nas festas que na Idade Média, havia apenas uma delas que não era religiosa, a festa de Loucura, onde os papéis tradicionais eram invertidos e todas a instituições sociais, lingüísticas, familiares eram derrubadas e questionadas.
E, como última análise, a inaptidão ao trabalho foi considerada o primeiro critério da loucura. Historicamente, na Idade Média, os loucos eram admitidos e podiam vagar pela cidade; eles não se casavam, não participavam de jogos, eram alimentados e sustentados pelos outros (família), mas também, por vezes, tornavam-se excitados e perigosos, sendo afastados e “presos”. Entretanto, no século XVII, constituindo-se a sociedade industrial e a existência dessas pessoas não foi mais tolerada. Foram criados estabelecimentos para todos aqueles que se encontravam fora da ordem social, a saber, loucos, desempregados, doentes, velhos, prostitutas, considerados grupos de vagabundos para a nova sociedade. Uma grande ironia, colocada pelo autor, é o fato de que nos hospitais psiquiátricos modernos, pratica-se o tratamento pelo trabalho, sendo este o principal critério para a exclusão do louco. Ora, bastaria curar a loucura com trabalho.
No século XVIII, Pinel e Tuke, ao considerarem os loucos como doentes, “libertaram” destes estabelecimentos todos os vagabundos, já que, dentro da lógica industrial, eram aptos a trabalhar. Separadamente, os loucos não tendo a faculdade de trabalhar, tornaram-se pacientes cujos distúrbios tinham causas que se referiram ao caráter psicológico. Pinel e Tuke tornaram o estabelecimento de internação um hospital psiquiátrico, abrindo as portas para o nascimento da psiquiatria, cujo objeto de estudo configurava-se nos distúrbios mentais.
Em última e principal análise, Foucault revela que tal medicalização do louco produziu-se por razões econômicas e sociais, pois o status do louco não variou em nada entre as sociedades primitivas e avançadas. Em outras palavras, em nossa sociedade pouquíssimas coisas revalorizaram o status do louco, mas ela ainda continua o excluindo. Isso só demonstra, para Foucault, o primitivismo de nossas sociedades.

6 de set. de 2007

ATA -Reunião 04.09.07

- Apresentação dos novos membros do grupo, em "estágio": Laura Regina e Fernanda Hermínia

nandaherminia@yahoo.com.br
nandaherminia@uol.com.br
lauryregina@yahoo.com.br

- Kleber irá se ausentar por um tempo nas reuniões e nas comunicações no blog e no email, por motivos particulares, provavelmente até dia 18.09.07

-Leitura e discussão do fichamento de Marcus sobre "A disciplina" (Foucault)

-Presença: Andressa, Bruna, Fernanda, Herica, João, Karine, Laura, Marcus, Vanessa.

TAREFAS:

- Kleber quando voltar do "recesso":
postar fichamento do capítulo 1 "A Volatização do poder capitalista" do livro "A invenção da Psicologia Social".

- Herica e Andressa:
postar fichamentos aqui no blog dos textos "A Loucura e a Sociedade" e "O Nascimento da Medicina Social"

-Fernanda e Laura:
Ler dois textos base
o primeiro capítulo de "A Invenção da Psicologia Social"
a introdução e o primeiro capítulo de "A corrida para o século XXI: o loop da montanha russa"

-Todos:
Tentar responder os questionamentos postado por Bruna e Rafaela. Deixar como postagem

PRÓXIMA REUNIÃO:

-Terça-feira às 9hs na sala próxima ao departamento de Psicologia

- Continuar leitura e discussão do fichamento "A disciplina"