28 de set. de 2008
Cibercultura e Psicologia
O desenvolvimento desse trabalho está vinculado à pesquisa realizada sobre a Psicologia, tecnologia e modos de subjetivação contemporâneos, que analisa a produção da subjetividade nas articulações entre o humano e o uso de suportes cibernéticos na atualidade, bem como às experiências de identificação, de amizade e de consumo vividas na atualidade. Para problematizar as relações entre cibercultura e psicologia, atravessada pelo dispositivo do consumo contemporâneo, realizaram-se leituras sobre a produção da subjetividade contemporânea e moderna; e foram analisados os discursos de 19 alunos ingressos na Universidade Federal de Sergipe no ano de 2007, focando os sentidos que atribuem as experiências de identificação, consumo e amizade. Esses sentidos se formalizaram as categorias de análise da pesquisa, no caso o processo de formação, a preocupação com a imagem de si e a presença da família, como um valor que se atribui a relacionamentos importantes, mesmo fora dela. A preocupação com a imagem de si, bem como com essa construção, relacionam-se intimamente aos padrões de consumo da atualidade, onde se percebe um intenso movimento em busca da satisfação do próprio desejo. Nos discursos analisados emerge a produção desse voltar-se para si através do consumo de kits-de-perfils-padrão e conseqüente valorização de referenciais identitários. Dispositivos cibernéticos tais como a televisão e a internet estimulam o consumo e a sua exacerbação. O corpo torna-se então alvo do desejo, onde se busca produzir corpos ideais através da superação das limitações anátomo-fisiológicas. Esse movimento segue uma lógica estética imposta pelo social, denunciada por autores como Bauman, Sibília. Sarlo, Sevcenko, dente outros. Faz-se necessário a crítica, no sentido de produzir modos de resistência à imposição desse consumo voltado para imagem de si, possibilitando espaços para o exercício de autonomia em ambientes não identitários.
10 de set. de 2008
PSICOLOGIA, PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO E PRODUÇÃO DE IDENTIDADES. Marcus Vinicius de Jesus Silva (Bolsista PIBIC/CNPq - Psicologia/UFS); Kleber Jean Matos Lopes (Orientador DPS/UFS).
O desenvolvimento desse trabalho está vinculado à pesquisa realizada sobre a Psicologia, tecnologia e modos de subjetivação contemporâneos, que analisa a produção da subjetividade nas articulações entre o humano e o uso de suportes cibernéticos na atualidade, bem como às experiências de identificação, de amizade e de consumo vividas na atualidade. Para problematizar as relações entre cibercultura e psicologia, atravessada pelo dispositivo do consumo contemporâneo, realizaram-se leituras sobre a produção da subjetividade contemporânea e moderna; e foram analisados os discursos de 19 alunos ingressos na Universidade Federal de Sergipe no ano de 2007, focando os sentidos que atribuem as experiências de identificação, consumo e amizade. Esses sentidos se formalizaram as categorias de análise da pesquisa, no caso o processo de formação, a preocupação com a imagem de si e a presença da família, como um valor que se atribui a relacionamentos importantes, mesmo fora dela. Portanto, esses sentidos marcam movimentos que passam pelo contemporâneo. No que tange aos modos de formação da identidade ressalta-se a escolha profissional, religiosidade e uma moral conservadora nas organizações discursivas. Os primeiros sentidos dessa problematização apontam para a crescente individualização nos modos de subjetivação contemporâneos, bem como para continuidade em problematizar esses processos, no sentido de resistir às estratégias de homogeneização, intolerância e descartabilidade que se fortalecem nas experiências do viver na atualidade. Entende, esse projeto, que a relação entre essas categorias, dispõe um leque de possibilidades para a compreensão do psicológico na contemporaneidade, pois realizam, essencialmente, funções que agregam produção e reconhecimento de si, das relações que mantém com outros e sentidos sobre os modos de estar na vida.
O desenvolvimento desse trabalho está vinculado à pesquisa realizada sobre a Psicologia, tecnologia e modos de subjetivação contemporâneos, que analisa a produção da subjetividade nas articulações entre o humano e o uso de suportes cibernéticos na atualidade, bem como às experiências de identificação, de amizade e de consumo vividas na atualidade. Para problematizar as relações entre cibercultura e psicologia, atravessada pelo dispositivo do consumo contemporâneo, realizaram-se leituras sobre a produção da subjetividade contemporânea e moderna; e foram analisados os discursos de 19 alunos ingressos na Universidade Federal de Sergipe no ano de 2007, focando os sentidos que atribuem as experiências de identificação, consumo e amizade. Esses sentidos se formalizaram as categorias de análise da pesquisa, no caso o processo de formação, a preocupação com a imagem de si e a presença da família, como um valor que se atribui a relacionamentos importantes, mesmo fora dela. Portanto, esses sentidos marcam movimentos que passam pelo contemporâneo. No que tange aos modos de formação da identidade ressalta-se a escolha profissional, religiosidade e uma moral conservadora nas organizações discursivas. Os primeiros sentidos dessa problematização apontam para a crescente individualização nos modos de subjetivação contemporâneos, bem como para continuidade em problematizar esses processos, no sentido de resistir às estratégias de homogeneização, intolerância e descartabilidade que se fortalecem nas experiências do viver na atualidade. Entende, esse projeto, que a relação entre essas categorias, dispõe um leque de possibilidades para a compreensão do psicológico na contemporaneidade, pois realizam, essencialmente, funções que agregam produção e reconhecimento de si, das relações que mantém com outros e sentidos sobre os modos de estar na vida.
9 de set. de 2008
UMA AMIZADE FAMILIAR PULSA NO CONTEMPORÂNEO
Autores: Andressa Almada Marinho Pontes (Bolsista Voluntária PIBIC/CNPq - Psicologia/UFS); Kleber Jean Matos Lopes (Orientador DPS/UFS).
O desenvolvimento desse trabalho está vinculado a pesquisa realizada sobre a Psicologia, tecnologia e modos de subjetivação contemporâneos, que analisa a produção da subjetividade nas articulações entre o humano e o uso de suportes cibernéticos na atualidade, bem como as experiências de identificação, de amizade e de consumo vividas na atualidade. Para problematizar a Amizade mediada por dispositivos tecnológicos realizaram-se leituras sobre a produção da subjetividade contemporânea e moderna; e os discursos de 19 alunos ingressos na Universidade Federal de Sergipe no ano de 2007, focando os sentidos que atribuem as experiências de identificação, consumo e amizade. Esses sentidos se formalizaram como categorias de análise o processo de formação, a preocupação com a imagem de si e a presença da família, como um valor que se atribui a relacionamentos importantes, mesmo fora dela. Daí esse viés familiarista que fundamenta os sentidos atribuídos à amizade entre os discursos analisados, tendo por referência à discussão sobre a amizade feita por Michel Foucault, Francisco Ortega, Hanna Arendt, Jaques Derrida, dentre outros. Esse discurso familiarista vem influenciar a experiência da amizade, seja pela presença marcante de familiares nessas relações, seja pela semântica ou compreensão que se tem da amizade atrelada a expressões “é como um irmão pra mim”. Neste sentido, a relação da amizade se caracteriza pelas idéias de intimidade, fraternidade, igualdade, proximidade. Essa semântica que significa o amigo como íntimo circunscreve a amizade num universo familiar, conhecido e habitual, que pode está a acarretar a transformação da diversidade em identidade, anulando a pluralidade e a diferença nesse modo de relacionamento. Essa articulação amizade-intimidade-proximidade privilegia as afinidades e não as diferenças. O que existe em comum ou semelhante impera, remetendo a uma lógica individualista. Traduzem-se, assim, as formas de sociabilidade em metáforas familiares, na busca por segurança e conforto. No entanto, faz-se necessário a crítica, no sentido de possibilitar às relações de amizade um espaço para falar e agir com liberdade, resistindo aos processos automáticos da lógica familiarista.
O desenvolvimento desse trabalho está vinculado a pesquisa realizada sobre a Psicologia, tecnologia e modos de subjetivação contemporâneos, que analisa a produção da subjetividade nas articulações entre o humano e o uso de suportes cibernéticos na atualidade, bem como as experiências de identificação, de amizade e de consumo vividas na atualidade. Para problematizar a Amizade mediada por dispositivos tecnológicos realizaram-se leituras sobre a produção da subjetividade contemporânea e moderna; e os discursos de 19 alunos ingressos na Universidade Federal de Sergipe no ano de 2007, focando os sentidos que atribuem as experiências de identificação, consumo e amizade. Esses sentidos se formalizaram como categorias de análise o processo de formação, a preocupação com a imagem de si e a presença da família, como um valor que se atribui a relacionamentos importantes, mesmo fora dela. Daí esse viés familiarista que fundamenta os sentidos atribuídos à amizade entre os discursos analisados, tendo por referência à discussão sobre a amizade feita por Michel Foucault, Francisco Ortega, Hanna Arendt, Jaques Derrida, dentre outros. Esse discurso familiarista vem influenciar a experiência da amizade, seja pela presença marcante de familiares nessas relações, seja pela semântica ou compreensão que se tem da amizade atrelada a expressões “é como um irmão pra mim”. Neste sentido, a relação da amizade se caracteriza pelas idéias de intimidade, fraternidade, igualdade, proximidade. Essa semântica que significa o amigo como íntimo circunscreve a amizade num universo familiar, conhecido e habitual, que pode está a acarretar a transformação da diversidade em identidade, anulando a pluralidade e a diferença nesse modo de relacionamento. Essa articulação amizade-intimidade-proximidade privilegia as afinidades e não as diferenças. O que existe em comum ou semelhante impera, remetendo a uma lógica individualista. Traduzem-se, assim, as formas de sociabilidade em metáforas familiares, na busca por segurança e conforto. No entanto, faz-se necessário a crítica, no sentido de possibilitar às relações de amizade um espaço para falar e agir com liberdade, resistindo aos processos automáticos da lógica familiarista.
5 de set. de 2008
SENTIDOS SOBRE IDENTIDADE, CONSUMO E AMIZADE ENTRE ALUNOS DA UFS
AUTORES: João José Gomes dos Santos (Psicologia/UFS); Andressa Almada Marinho Pontes (Bolsista Voluntária PIBIC/CNPq - Psicologia/UFS); Marcus Vinicius de Jesus Silva (Bolsista Remunerado PIBIC/CNPq - Psicologia/UFS); Karyne Emanoely Lima Cardoso (Bolsista Voluntária PIBIC/CNPq - Psicologia/UFS); Kleber Jean Matos Lopes (Orientador - DPS/UFS).
Analisa a produção da subjetividade nas articulações entre o humano e o uso de suportes cibernéticos na atualidade, bem como as experiências de identificação, de amizade e de consumo entre alunos ingressos na Universidade Federal de Sergipe no ano de 2007. No encaminhamento dos planos dessa pesquisa realizaram-se leituras sobre a produção da subjetividade contemporânea e moderna; e análise dos discursos de 19 alunos ingressos na Universidade Federal de Sergipe no ano de 2007, problematizando os sentidos que atribuem as experiências de identificação, consumo e amizade. Esses sentidos formalizaram como categorias de análise o processo de formação, a preocupação com a imagem de si e a presença do dispositivo família nas configurações assumidas para relações de amizade. No que tange aos modos de formação da identidade ressalta-se a escolha profissional, religiosidade e uma moral conservadora nos platôs de organização discursiva. A produção da imagem de si aparece atrelada aos modos de consumo, caracterizado por um movimento que visa primeiro a satisfação própria que a do outro. Ressalta-se a emergência do dispositivo familiar como fundamentador de sentidos atribuídos as relações de amizade. Características como de fraternidade, intimidade, proximidade, igualdade, segurança e conforto configuram essa modalidade de relacionamento nos discursos dos entrevistados. Os primeiros sentidos dessa problematização apontam para a crescente individualização nos modos de subjetivação contemporâneos, bem como para continuidade em problematizar esses processos, no sentido de resistir às estratégias de homogeneização, intolerância e descartabilidade que se fortalecem nas experiências do viver na atualidade.
Analisa a produção da subjetividade nas articulações entre o humano e o uso de suportes cibernéticos na atualidade, bem como as experiências de identificação, de amizade e de consumo entre alunos ingressos na Universidade Federal de Sergipe no ano de 2007. No encaminhamento dos planos dessa pesquisa realizaram-se leituras sobre a produção da subjetividade contemporânea e moderna; e análise dos discursos de 19 alunos ingressos na Universidade Federal de Sergipe no ano de 2007, problematizando os sentidos que atribuem as experiências de identificação, consumo e amizade. Esses sentidos formalizaram como categorias de análise o processo de formação, a preocupação com a imagem de si e a presença do dispositivo família nas configurações assumidas para relações de amizade. No que tange aos modos de formação da identidade ressalta-se a escolha profissional, religiosidade e uma moral conservadora nos platôs de organização discursiva. A produção da imagem de si aparece atrelada aos modos de consumo, caracterizado por um movimento que visa primeiro a satisfação própria que a do outro. Ressalta-se a emergência do dispositivo familiar como fundamentador de sentidos atribuídos as relações de amizade. Características como de fraternidade, intimidade, proximidade, igualdade, segurança e conforto configuram essa modalidade de relacionamento nos discursos dos entrevistados. Os primeiros sentidos dessa problematização apontam para a crescente individualização nos modos de subjetivação contemporâneos, bem como para continuidade em problematizar esses processos, no sentido de resistir às estratégias de homogeneização, intolerância e descartabilidade que se fortalecem nas experiências do viver na atualidade.
Mostrando novidades
O blog "Entre Nós" ficou bem parado... Procurando dividir e mostrar das novas empreitadas, aqui expomos os resumos que serão apresentados no 18º Encontro de Iniciação Científica. Serão resumos da comunicação oral de cada plano de trabalho do projeto de pesquisa já concluído o qual viemos trabalhando. Ao mesmo tempo o resumo do painel da pesquisa concluída referente ao mesmo projeto. Seguem os resumos nas próximas postagens.
21 de mai. de 2008
NOTA DE REPÚDIO
Venho aqui me colocar ante a situação que se configurou na manhã dessa quarta, que nada mais reflete uma total falta de organização e respeito com o que se pode chamar de Encontro de Psicologia em uma universidade pública. Eu sei que ninguém nasce sabendo organizar eventos, mas o mínimo de bom senso é necessário para se gerir um grupo e também alunos que se propõem a ajudar. Além disso, gostaria de colocar a questão da falta de interesse e descaso de alunos em compartilhar, de usufruir e prestigiar um evento que tem uma boa parte gratuita e com contepudos muitas vezes comuns, se não no momento que se encontram, ou já passou ou vai passar em sua formação acadêmica.
Vou relatar o acontecido: no horário das 8:00 da manhã existiam 3 sessões coordenadas em que nãoi compareceram nenhum aluno até às 8:30 praticamente. Para uma das sessões existiram apenas dois expectadores, porém para demais sessões ninguém. Nesse momento, me indagava, oinde estava a organização para que pudesse nos elucidar ou dar alguma sugestão ou atenção que seja para aqueles que se propuseram a apresentar algo e estavam nessa saia justa. No final das contas, Joãozinho, meu colega de apresentação, propôs a junção das sessões, de modo que cada um falasse seu conteúdo principal. Porém, a sessão que já tinha iniciado sua apresentação tomou maior parte do tempo, e justo afinal a apresentação era realmente para se tomar boa parte do horário estabelecido, mas as outras duas sessões sem tempo, fez com que uma delas desistisse, não a minha e por sua vez, eu e João que restamos, apresentamos, um tanto a contra gosto, o principal de nossas falas.
Bom, minhas questões são: Que tipo de evento é esse que tem uma organização que a princípio, não informa aos respónsáveis das sessões ou mesmo deixa informado no departamento, em tempo hábil possível para se pensar em se programar uma apresentação, ou mesmo, não tem pessoas da organização no local do evento auxiliando num momento como esse relatado a direcionar quem quer que seja às salas? Enfim, a organização desse evento, está mais que evidente, teve falhas que não sei se é possível culpabilizar alguém, ou talvez nem seja necessário, mas pensar de certa maneira, a responsabilidade que é gerir todos os detalhes de um evento que é um Encontro Psi, a questão da organização do próprio grupo envolvido (quanto as informações que não circvulavam entre eles...), a não requisição de auxílio para dar conta dos afazeres ou mesmo divulgação de qualquer que fosse a necessidade de algo que, se não fosse no grupo de organização, alguém do curso pudesse estar auxiliando.
Além disso, a idéia não sei se infeliz, de ter colocado sessões pela manhã, os quais teoricamente não se tem compromisso nenhum já que são gratuitas, enquanto os minicursos, que tem uma necessidade de presença obrigatória para obter o certificado, é de tarde. Ou seja, é realmente deixar as sessões coordenadas e talvez até temáticas às moscas, principalmente porque era às 8 da manhã, véspera de feriado sem aulas de psicologia.
Por fim, esta experiência chata e desgastante de me preparar para uma fala, pensar que ela seja importante para pensar pesquisa, compartilhar de experiências e discutir sobre posturas e acontecimentos, ou seja, um expectativa frustrada de um lado e de outro, alunos que estão em formação, que talvez queiram saber sobre ações Psi no curso de graduação, mas que não comparecem a certos espaços ou horários que estão disponíveis para essas e outras discussões. Acho que essa situação foi uma amostra do não comprometimento com uma formação acadêmica de qualidade e conteúdo mais dinâmico e criativo por parte dos discentes, e da inexperiência ou falta de responsabilidade por parte da organização (e daí me refiro ao grupo como um todo e não suas secções), na gerência desse evento.
19 de mai. de 2008
Cartografia Sentimental - Cap III a VI
No seu livro Cartografia Sentimental, Rolnik explora a história das noivinhas. Sendo que no capítulo III ela as compara. Dando três possibilidades: o quanto se deixa roçar pelo mundo; o quanto se permite falar por afeto; e pelo tanto que cada uma consegue ampliar o alcance da força gerada no encontro. Essas três possibilidades são relacionadas, respectivamente, pelo tanto que cada uma consegue aproveitar, cuidar da força gerada no encontro (o dos noivos) e sustentar essa força.
A autora remete-nos ao fator de afetivação em relação as noivinhas. E primeiramente, podemos considerar “o corpo sem órgãos e não o corpo orgânico, com seus significados a priori: corpo que vê e é visto pelo olho” (pág. 45) para afirmar, de certo modo, que a natureza do corpo de cada uma é dada pelos agenciamentos que faz, como práticas afetivas, aventuras, riscos. E seria assim o quanto a noivinha, ou qualquer outro ator, se deixa roçar pelo mundo, afetando e se deixando afetar.
Em segunda instância fala-se do quanto se permite falar por afeto. E que na verdade o mais importante dessa possibilidade é fazer passar os afetos. Até porque para Rolnik “fazer passar os afetos: é isso que parece gerar brilho.” (pág. 46). Há também a diferenciação pelo tanto que cada uma consegue ampliar o alcance da força gerada no encontro fazendo a atração, a força, um campo magnético. Que será cuidado por muito tempo.
Quanto as Linhas de vida, termo de Deleuze, e que pode ser entendido como um desenho mais abstrato e que delineiam movimentos de desejo, são três e compuseram o destino das noivinhas. A primeira linha, a linha dos afetos, é invisível e inconsciente. Pode ser entendida também como um fluxo que nasce entre os corpos. Possuindo, de alguma forma, longitude e latitude. Como ela é um fluxo, para estancá-la, só fingindo. Fingindo e indo a outros encontros. Já que ao longo da vida eles são inúmeros. O fingimento em questão salva alguns encontros. E desse modo temos afetos que escapam. E esses afetos escapantes traçam linhas de fuga.
A segunda linha é a linha de simulação. Que corresponde a um vaivém, a um duplo traçado. Que de certa forma se dá inconsciente e ilimitado. Tendo dois traçados, precisamos identificá-los. Então o primeiro é o da territorialização, que fala da produção de afetos para composição de territórios. Já o segundo é o da desterritorialização, que remete a algo que vai dos territórios para os afetos escapando. De alguma forma por essa linha da simulação temos um momento de oscilação: de crise e encantamento. Pra este há algo irreconhecível, de estranhamento e com perda de sentido. Entretanto, para aquele é onde isso vinga e há um reconhecimento, uma familiaridade e até uma oscilação.
Mas de algum modo estamos num caminho difícil de caminhar. Essa oscilação gera angústia, com três fases: ontológica, existencial e psicológica. E essa angustia vai tentar abolir a ambigüidade, e ela define as diferentes estratégias do desejo. Por ser, para a angustia, a face ontológica o medo de morrer, a existencial o medo de fracassar e a psicológica o medo de enlouquecer. Desse modo as estratégias de desejo estão relacionadas a essas três faces. De algum modo a angustia faz com que os desejos tracem estratégias para vingarem.
A terceira, e ultima, linha de vida é a linha dos territórios. Vale ressaltar, então, que a linha anterior nada mais é que o “meio termo” entre a primeira e a terceira. Essa que é finita, visível e consciente. E que pode ser caracterizada como o campo de visão, o plano da representação, algo como uma espécie de desenho. “De qualquer maneira, seja qual for o movimento pelo qual nos introduzimos na abordagem do desejo, sempre encontramos, ao mesmo tempo, os outros dois movimentos. Não há simulação (2º movimento) que não implique, simultaneamente, por um lado, atração ou repulsa de corpos gerando afetos (1º movimento) e, por outro, formação de territórios (3º movimento). Assim como não há território (3º movimento) que não seja trabalhado por desterritorializações, operadas por afetos que lhe escapam, nascidos do encontro com outros corpos ou com os mesmo corpos, que se tornaram outros: linhas de fuga (1º movimento). Como tampouco há linhas de fuga de afetos (1º movimento) que não tentem se simular (2º movimento) e agenciar matérias para a constituição de território (3º movimento), a ponto de nem dar para dizer quem vem primeiro.” (págs. 52/53). E portanto, se nem dar para dizer quem vem primeiro é necessário que o corpo vibrátil sinta esse limiar.
Outro ponto importante para Rolnik é o de que só há real social. E ela afirma que não existe sociedade que não seja feita de investimentos de desejo nesta ou naquela direção, com esta ou aquela estratégia e , reciprocamente, não existem investimentos de desejo que não sejam os próprios movimentos de atualização de um certo tipo de prática e discurso, ou seja, atualização de um certo tipo de sociedade.
A autora remete-nos ao fator de afetivação em relação as noivinhas. E primeiramente, podemos considerar “o corpo sem órgãos e não o corpo orgânico, com seus significados a priori: corpo que vê e é visto pelo olho” (pág. 45) para afirmar, de certo modo, que a natureza do corpo de cada uma é dada pelos agenciamentos que faz, como práticas afetivas, aventuras, riscos. E seria assim o quanto a noivinha, ou qualquer outro ator, se deixa roçar pelo mundo, afetando e se deixando afetar.
Em segunda instância fala-se do quanto se permite falar por afeto. E que na verdade o mais importante dessa possibilidade é fazer passar os afetos. Até porque para Rolnik “fazer passar os afetos: é isso que parece gerar brilho.” (pág. 46). Há também a diferenciação pelo tanto que cada uma consegue ampliar o alcance da força gerada no encontro fazendo a atração, a força, um campo magnético. Que será cuidado por muito tempo.
Quanto as Linhas de vida, termo de Deleuze, e que pode ser entendido como um desenho mais abstrato e que delineiam movimentos de desejo, são três e compuseram o destino das noivinhas. A primeira linha, a linha dos afetos, é invisível e inconsciente. Pode ser entendida também como um fluxo que nasce entre os corpos. Possuindo, de alguma forma, longitude e latitude. Como ela é um fluxo, para estancá-la, só fingindo. Fingindo e indo a outros encontros. Já que ao longo da vida eles são inúmeros. O fingimento em questão salva alguns encontros. E desse modo temos afetos que escapam. E esses afetos escapantes traçam linhas de fuga.
A segunda linha é a linha de simulação. Que corresponde a um vaivém, a um duplo traçado. Que de certa forma se dá inconsciente e ilimitado. Tendo dois traçados, precisamos identificá-los. Então o primeiro é o da territorialização, que fala da produção de afetos para composição de territórios. Já o segundo é o da desterritorialização, que remete a algo que vai dos territórios para os afetos escapando. De alguma forma por essa linha da simulação temos um momento de oscilação: de crise e encantamento. Pra este há algo irreconhecível, de estranhamento e com perda de sentido. Entretanto, para aquele é onde isso vinga e há um reconhecimento, uma familiaridade e até uma oscilação.
Mas de algum modo estamos num caminho difícil de caminhar. Essa oscilação gera angústia, com três fases: ontológica, existencial e psicológica. E essa angustia vai tentar abolir a ambigüidade, e ela define as diferentes estratégias do desejo. Por ser, para a angustia, a face ontológica o medo de morrer, a existencial o medo de fracassar e a psicológica o medo de enlouquecer. Desse modo as estratégias de desejo estão relacionadas a essas três faces. De algum modo a angustia faz com que os desejos tracem estratégias para vingarem.
A terceira, e ultima, linha de vida é a linha dos territórios. Vale ressaltar, então, que a linha anterior nada mais é que o “meio termo” entre a primeira e a terceira. Essa que é finita, visível e consciente. E que pode ser caracterizada como o campo de visão, o plano da representação, algo como uma espécie de desenho. “De qualquer maneira, seja qual for o movimento pelo qual nos introduzimos na abordagem do desejo, sempre encontramos, ao mesmo tempo, os outros dois movimentos. Não há simulação (2º movimento) que não implique, simultaneamente, por um lado, atração ou repulsa de corpos gerando afetos (1º movimento) e, por outro, formação de territórios (3º movimento). Assim como não há território (3º movimento) que não seja trabalhado por desterritorializações, operadas por afetos que lhe escapam, nascidos do encontro com outros corpos ou com os mesmo corpos, que se tornaram outros: linhas de fuga (1º movimento). Como tampouco há linhas de fuga de afetos (1º movimento) que não tentem se simular (2º movimento) e agenciar matérias para a constituição de território (3º movimento), a ponto de nem dar para dizer quem vem primeiro.” (págs. 52/53). E portanto, se nem dar para dizer quem vem primeiro é necessário que o corpo vibrátil sinta esse limiar.
Outro ponto importante para Rolnik é o de que só há real social. E ela afirma que não existe sociedade que não seja feita de investimentos de desejo nesta ou naquela direção, com esta ou aquela estratégia e , reciprocamente, não existem investimentos de desejo que não sejam os próprios movimentos de atualização de um certo tipo de prática e discurso, ou seja, atualização de um certo tipo de sociedade.
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Resenha - Cartografia Sentimental
ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.
Capítulo I e II
O desejo é o maior ponto que se encontra em Rolnik. Ela o define como o processo de produção de universos psicossociais, os quais não totalizam, não são dados nem infinitos, mas que se desdobra em 3 movimentos simultâneos.
Capítulo I e II
O desejo é o maior ponto que se encontra em Rolnik. Ela o define como o processo de produção de universos psicossociais, os quais não totalizam, não são dados nem infinitos, mas que se desdobra em 3 movimentos simultâneos.
No primeiro movimento, enfoca o corpo vibrátil, o corpo sendo tocado pelo invisível das experiências. Nestas ultimas, os corpos são tomados por uma mistura e uma movimentação de afetos, de energia e de intensidades. A todo o momento, tais intensidades e jogo de afetos fazem com que nós busquemos formar máscaras para nos apresentarmos diante de uma situação que “simulam” nossa exteriorização, e que tomam o corpo em matérias de expressão. Nosso corpo tocado pelo invisível, então, percebe apenas a máscara resultante do movimento de simulação.
As intensidades experimentadas numa situação (a nível de exemplo, a autora se baseia numa situação-encontro) vão compondo um plano de consistência: os afetos tomam corpo, delineiam um território, mapeiam aquela situação e tudo que está contido nela. O corpo invisível percebe que tal composição é efeito de uma série de imperceptíveis processos de simulação. Esse processo de simulação vai caracterizar o segundo movimento, no sentido de “para onde as intensidades vão”, qual desdobramento elas vão tomar, se elas vingam ou se elas goram. Encontramos isso no terceiro movimento.
Se as intensidades não existem e estão sempre efetuadas em máscaras, elas podem representar um estado de graça, um devir, um campo magnético, algo que aposta no novo (aquilo que vinga). Aqui a máscara funciona como condutor de afeto, tem credibilidade, é viva e real. E do mesmo modo que as intensidades podem, ao contrário, esfriar, criar desconforto, perder a graça, contrair e enrijecer o corpo. A simulação que gora geralmente se dá, fala Rolnik, para evitar a sensação de desorientação e do medo de se despedaçar.
Durante o processo de produção do desejo, nesses movimentos imperceptíveis, o jogo de afetos e de intensidades pode proporcionar a criação de outras máscaras, na medida em que ele é o artifício para as realidades em que estamos e vamos viver . A procura pelo verdadeiro perde o sentido até aqui e, a única pergunta caberia é se os afetos estão ou não podendo passar.
A dinâmica das ondas e das vibrações desses afetos, o estado intensivo da potência de afetar e ser afetado desses corpos, o conjunto de afetos que os preenche a cada momento. A esta definição, Suely denomina a dimensão da latitude das experiências. E acrescenta que nessa dimensão, devemos encontrar o nosso fator de a(fe)tivação. Em outras palavras, aquilo que desperte nosso corpo, que nos permite a habitar o ilocalizável, aguçando a nossa sensibilidade.à latitude ambiente, e possibilitando que nós nos aproprie do espaço, do território. Estamos falando, então, que as cartografias vão se desenhando ao mesmo tempo em que os territórios vão tomando corpo: a produção do desejo e de realidade é ao mesmo tempo material, semiótica (atingindo o plano dos desejos) e social.
18 de mai. de 2008
A prática do cartógrafo e a influência psicanalista
Rolnik, no capítulo VII de seu livro Cartografia Sentimental, indaga sobre a prática de um cartógrafo, que deve estar atento às estratégias do desejo, em qualquer que seja o fenômeno da existência humana, não importando as referências teóricas. O cartógrafo absorve matérias de expressão de qualquer procedência para compor suas cartografias, já que: "Todas as entradas são boas, desde que as saídas sejam múltiplas" (pág.66). Seu critério de escolha é qualquer que seja a matéria de expressão que possibilite da linguagem facilitar a passagem das intensidades que percorrem o corpo no momento do encontro dos corpos. A linguagem promove a criação de mundos e além da transição para novos mundos.
Tendo em vista que a função do cartógrafo é compor territórios existenciais, ou seja, construir realidades, ele luta muito mais com o entre estar vitalizante ou destrutivo e ativo ou reativo, do que o dito falso ou verdadeiro e teórico ou empírico. O cartógrafo não teme o movimento, vibra e encontra vias para a existencialização. E os procedimentos não importam, pois quaisquer que sejam eles, inventa-se em função do contexto, não seguindo nenhum protocolo normalizado. O perfil do cartógrafo é definido de acordo com sua sensibilidade, e assim podemos afirmar que ele se utiliza de um composto hibrido, o olho e o corpo vibrátil. Ele apreende o movimento do que acontece entre o fluxo de intensidades e a representação. O fluxo é o que escapa do plano da organização de território, desestabilizando representações desestabilizando representaçe o floxo e as intensidadese encontrar sempre ; e estes, de forma contrária, estancam os fluxos, canalizam as intensidades e dão sentido a essas intensidades. Este movimento de tensão é o desafio permanente do cartógrafo, que se equipara, por sua vez, a coexistência do macro e micropilítica que são complementares e indissociáveis. É esse movimento que se formam inúmeras estratégias da coexistências e mundos desses dois blocos.
Mas de qualquer forma, Rolnik se pergunta: que tipo de equipamento o cartógrafo leva a campo? A autora explica que o manual desse desbravador, existe um critério, um princípio, uma regra e um breve roteiro de preocupações, que se definem e redefinem constantemente. No que diz respeito ao critério utilizado, é o grau de intimidade ou o grau de abertura para a vida que cada cartógrafo se permite a cada momento. Sobre o princípio, este é extramoral, ou melhor dizendo, o princípio é um antiprincípio, pois o parâmetro para tanto é a expansão da vida ou o quanto em meio às situações da vida encontra formas para efetuação e para isso estes princípios que devem estar sempre mudando, devem ser vitais e não morais. A regra estará sempre em nome da vida e daí são diversas as estratégias inventadas, mas que devem respeitar um limite suportável, de acordo com o momento e a intimidade. Trata-se de um limiar de tolerância para a desorientação e reorientação de afetos, ou seja, para a desterritorialização. A avaliação desse limiar de desencatamento (o mesmo de limiar de tolerância) é saber o quanto se suporta em cada situação, a partir das máscaras que possui, no momento de perda de sentido e desilusão, em que existem afetos recém-surgidos que precisam ser liberados. É nesse momento que se inventam ou buscam matérias de expressão e se criam novas máscaras, novos sentidos. A regra do limiar de desencantamento, é uma regra de prudência que permite discriminaros graus de perigo e de potência.
Então, percebe-se que a prática do cártografo se encontra no espaço de exercício ativo das estratégias das formações de desejo no campo social, de emergência de intensidades, de incubação de novas sensibilidades e linguas. A análise do desejo, nesse viés, é a forma de escolher como viver, dos critérios com os quais o social se inventa. Por isso a prática do cartógrafo é também política , sendo que não envolvida num jogo do poder com relações de soberania ou dominação, nem está alçada na lógica da macropolítica que é da totalidade, identidade, entre outros. Mas com a micropolítica, que está relacionada às técnicas de subjetivação, ou estratégias de produção de subjetividade, uma dimensão fundamental da produção e reprodução do sistema. Também não significa dizer que a prática do cartógrafo na análise do desejo seja da libertação desse desejo, como se fosse algo natural. Ao contrário, o desejo nada mais é do que artifício que associa afeto e linguagem na configuração de existências singulares. O que o cartógrafo faz, então, é a ampliação do alcance do desejo, potencializa-o participando da produção da sociedade ou criação de mundos tanto quanto necessários para facilitar a passagem das intesidades geradas nos encontros aletórios vivenciados no cotidiano.
A atividade do cartógrafo, além de política, é ética e daí o princípio para esta função ser um antiprincípio, pois não envolve a moral em suas andanças. Ele, o cartógrafo, nada tem a ver com os mundos que se criam, mas com o cuidado ao escutar as vidas expostas. A ele não cabe sustentar valores ou qualquer coisa que seja, mas a vida e seu movimento de expanção. Quanto às possibilidades dessa prática cartográfica, existem algumas facetas ou máscaras com nomes respectivos, que variam de acordo com as necessidades estratégicas a que se está envolvido. São pelo menos cinco nomes indicados por Rolnik: cartógrafo (já conhecido) mesmo como aquele que não revela os sentidos, mas os cria, através dos olhos e corpo vibratil; psicólogo social quanto a indissociabilidade entre o psíquico e o social; micropolítico pelo caráter político e pela função de análise da produção de subjetividade; analista do desejo por sua pártica estar associada ao do psicanalista, no trabalho da escuta; e por fim o esquizoanalista que, não por fazer apologia ao esquizofrênico, mas pela análise do desejo ser também uma análise das linhas de fuga, linhas esquizo por onde desmancham os territórios. Nesse sentido, tenta-se alertar para que a análise do desejo não se reduza a uma representação do ego ou unidade de pessoa, à escuta pelo olho e àquilo que ele alcança.
Rolnik destaca o capítulo VIII a influência do psicanalista na função do cartógrafo, melhor dizendo, a cartografia nasce com a psicanálise ao existir um espaço que inicia o exercício do pensamento como produção de cartografia. Com isso ocorre um movimento de ruptura do exercício do pensamento tradicional ocidental, que no caso está envolvido com a busca pela verdade e por um pensamento marcado pela enfase no macro, na representação. Foi a partir de Freud que foi possível o pensamento acessar o corpo vibratil e a micropolítica das desterritorializações e simulações. Ele introduziu uma prática de iniciação ao pensamento que emerge do movimento invisível dos afetos ao possibilitar seu acesso através da linguagem. Dessa forma a desterritorialização é vivida não como uma carência ou ameaça, mas uma invenção. Ao pensamento é aberta a possibilidade de ultrapassar os limites do visível e participar da processualidade de elaboração de cartografias e constituição de sentido, em meio às linhas de fuga, inventando saídas a cada momento que existem impasses de sentido. No final das contas, a maior colaboração que Freud pode dar a tal exercício foi, não no repertório (que é datado), ou nos procedimentos (que são meros rituais esvaziados de sentido), mas a escuta de cartógrafo.
Enfim, a análise do desejo é um exercício de criação de um campo que se possa conquistar intimidade, vivenciando e reconhecendo as formas de resistência à intimidade que é sabotada pelas estratégias que o desejo monta, que nada mais são do que desperdício de vida. Coragem é vivenciar os vácuos de território, afrontar as rupturas de sentido, sem recorrer aos velhos vícios e buscar matérias de expressão para administrar as partículas de afeto enloquecidas, dando-lhes sentido. Ao administrar tais partículas, fazer um plano de consistência, fazer a passagem dessas intesidades e descobrir que não existe rosto atrás da máscara, ou seja, não existe verdade. Existe é a necessidade de criar novas máscaras. Quem não enfrenta as desterritorializações e encaram o processo reterritorializar com novas máscaras é porque não tem vontade de nada, ou seja, a morte, ou mesmo a loucura, que são o resultado da impossibilidade de não enfrentar o vazio.
Enfrentar e viver a repetição de tudo isso é poder saber/sentir que dá para conviver com o finito ilimitado. Por isso a análise e ilimitada, porque ilimitado é o movimento de simulação. Mas nem por isso a relação analista/analisando deixa de ser limitado, pois se aceita o caráter ilimitado da análise em decorrência da ilimitada produção de universos, sempre finitos, que são os desejos. Além disso, o psicanalista cartógrafo deve saber que seu campo, por ser atravessado por correntes coletivas de sensibilidade, mundos em transformação, não pode grudar em mundo algum como parâmetro para sua escuta, pois os modos de produção de subjetividade mudam de acordo com os tempos na história.
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