25 de mar. de 2008

Formas de enunciação midiática

São muitas as formas de se expressar, mas o texto de Rocha deixa claro que na mídia se predomina um tipo de linguajar que pretende manter um entedimento dentro de padrões compreensíveis, dentro de uma lógica maniqueísta, ou seja, daquela que mais nos habituamos na nossa história ocidental, a luta do bem contra o mal. Assim foi o exemplo retratado no texto sobre como se mencionou sobre o atentado do 11 de setembro, o ataque as torres gêmeas, que após tal fato suscedido, se procurou reterritorializar o desterritorializado, mas de que modo?
No final das contas, percebe-se que os discursos, por mais que se queira negar, são produzidos por agenciamentos coletivos de enunciação. São mútiplas vozes, tendências, uma construção histórica envolvida que produz por sua vez inevitavelmente modos de pensar e agir, ou seja, a subjetividade. A produção de territórios é convencionada pelo sentimento de se querer afastar o estranho e o caos e querer o reconhecível e normalizado. A intenção é de trazer a sensação de pertencimento a algo e daí se menciona no texto de Rocha os traços de rosticidade que se trata de um perfil de território que, no caso, tenderia a identificações com papéis ou funções estáveis. A mídia auxilia muito nessa produção de protótipos facilmente reconhecíveis.
No entanto, nos cabe saber que os territórios não são estanques ou naturais, são produzidos por forças e produzem multiplicidades, mas que a sociedade normalizadora tenta controlar. O interessante seria permitir que o pensamento fluísse das mais diversas formas, mas tende-se a manter as coisas como convém, sob controle.
Mas então, o autor nos faz questionar: do que adianta refletir sobre os agentes coletivos de enuciação que produzem subjetividade "se permaneceremos confinados ao que se produz no estrato linguageiro?". Bom, a subjetividade é produzida por mais do que apenas a linguagem, e o importante desse exercício de reflexão é perceber que nas práticas linguageiras que os agenciamentos funcionam melhor do que o sujeito de enunciação (que trabalha num plano das formas constituída, ou seja, para mera transmissão de intensidades determinantes de modos de sentir e agir) que faz da linguagem um instrumento que se diz apenas para informar e marcar representações, mas se sabe que a linguagem vai além, como disse Naffah Neto (apud, Rocha), ela pode afetar, ou seja, de "atualização de forças interpretantes que corporificam os acontecimentos".
P.S.: Tem também outras discussões que preferi não me aprofundar como as próprias enunciações sobre o caso do 11 de setembro que exemplifica no artigo e conceitos interessante como noções de espaço liso e estriado ( que queria saber mais...) e oposição entre molar e molecular ( que lembrou discussão de macro e micropilítica de Rolnik, acho que deve ter o mesmo raciocínio, né?) Inté
Comentários do texto: Agenciamentos coletivos de enunciação e discursos midiáticos - Décio Rocha

10 comentários:

Bruna_ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bruna_ disse...

Esse texto me fez lembrar um pouco de "Sobre a televisão"
Andressa fiquei curiosa com uma coisa, será que não tem como o pensamento fluir de várias formas mas ao mesmo tempo como convém?
Gostei do texto :]

Beijos

Andressa disse...

Q bom que gostou do texto Bruna, mas leia então tb o texto na íntegra, é bacana tb! E qto a sua indagação, bom, nem tenho resposta de fato, e nem muito menos alguma opinião formada. Mas primeiro queria saber, o que significa "como convém" q vc disse? A forma que se pensa padrão, normal e mais fácil reconhecer?
De qq modo, acho que pensamento tem suas limitações (me refiro à questão da gramática e por sua vez a significação dada a palavras e por aí vai), como pode ser limitada por qq viés teórico e tal, e pode assim existir várias formas de fluir, inclusive, que foi o que acho que vc quis dizer, que seria o pensamento sem regras e limitações, o que é extremamente raro, eu acho até pq muito do que se pensa hoje, pouco é realmente original e criativo, mas pra mim é legal quando se procura ser diferente do que já é dado, quando o dado não funciona potencializando coisas. Bom, viajei mais uma vez... Mas dá pano pra manga essa discussão. hehe Inté

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Gostei muito do texto.
Vou comentar antes de ler na íntegra porque concordo com Bruna.

Me lembrou muito a manipulação que se fala no "Sobre a Televisão", como as coisas nos são apresentadas de tal forma que seja possível "prever" (porque não é extamente isso) a opinião que se irá formar sobre aquilo.

Talvez quando as pessoa têm acesso ao original, sem ter passado por tantas mãos e tantas transformações, ocorra um pensamento mais "livre", que possa "fluir de várias formas" como falou Bruna.

Mas não podemos esquecer que somos afetados não só por aquilo que vêm com uma opinião formada, mas também, pelo nosso meio, pelo histórico de vida, enfim...daí entra a questão de Bruna, que se pode pensar "livremente" e ao mesmo tempo como convém.

Talvez seja um pensamento livre e que me convém, como pode ser um pensamento livre que convém ao meio em que vivo...

É isso...
Viagens =)

Anônimo disse...

[comentário excluído foi meu]

=)

Unknown disse...

andressa, uma parte de seu texto me fez lembrar a Ordem do Discurso de Foucautl. Precisamente essa parte "Mas então, o autor nos faz questionar: do que adianta refletir sobre os agentes coletivos de enuciação que produzem subjetividade "se permaneceremos confinados ao que se produz no estrato linguageiro?". " ... em uma parte da fala de Foucault, na sua aula inaugural do College de France,q é o q compoe a Ordem, ele vem falando de algo nesse caminho. Onde se chega a um ponto onde se discute certos padroes normativos, mas qd chega em algumas barreiras como a da linguagem, meio q a discussao nao avança, pois nao se permite esse questionamento Linguagem ou da gramatica, como preferir (entendendo gramatica como um conjunto de normas que estratificam modos de falar, escrever, etc)...
qt ao lance do pensamento livre ou como se convem pensar...acho que o pensamento ou as formas de pensar tem esses caminhos: um no qual partimos de modos ja estabelecidos, mas q ao mesmo tempo é atravessado por outros que vêem a mostrar outras possibilidades do Pensar...nao sei se o pensamento livre posso ocorrer qd se tem acesso ao original de um dado texto, nao entendi bem essa ideia do Original. Pq nao há como fugirmos totalmente das forças q nos atravessam, podemos criar rotas de fuga sim, mas sempre a partir das brechas dessas próprias forças, por isso nao sei bem se esse termo Original se encaixaria nesse ponto..

Andressa disse...

Em que momento foi mencionado esse termo pensamento Original? Inté

Unknown disse...

nao é no seu texto nao andressa. foi no comentario de rafa...

Anônimo disse...

Não é exatamente um pensamento original, mas a forma como as coisas são apresentadas

Uma notícia, por exemplo, eu penso que para vc formar uma opinião sobre algo que é noticiado vc tem que ter contato com várias faces da mesma notícia, porque se vc se prender em uma emissora de Tv que apresenta a tal notícia, vc corre o risco de não formar opinião, mas sim reproduzir o que foi dito.

Foi dessa forma que o texto me lembrou de "Sobre a Televisão".

Ao abordar essa questão de produção de territórios.