20 de jan. de 2008

O Trabalho deve ser fonte de Prazer

No capitalismo, o sustentáculo é o dinheiro, obtido sempre através de alguma forma de trabalho – seja verdadeiramente produzido ou uma simulação, como a bolsa de valores – e crescente por causa da tecnologia. Porém, o avanço tecnológico mostrou também seu lado mais negativo: o valor que o sujeito adquire não pelo que é, mas pelo que exerce (seu trabalho) ou até mesmo a falta dele – o desemprego.
Ao observar este cenário, em que a economia vigente dita as regras de ser somente feliz aquele que produz o máximo possível, é clamada uma revolta de todos aqueles que queiram fazer uma crítica voltada ao fundo do problema, às questões sociais, as mudanças descabidas de valores do que é preferencial. O autor denomina estas pessoas de hackers, por modificarem o sistema e introduzirem novos códigos, novos valores, novas concepções. O capitalismo deveria, então, ser destruído ou adquirir novas formas, com o trabalho valendo aquilo que proporciona, e não somente servir para gerar dinheiro; deve haver prazer, buscas de significações ou qualquer outra coisa que o homem deseje. Lembra bastante o que sugere Skinner em Walden II, onde afirma que o trabalho não deve ser a vida em si, mas apenas um sustentáculo físico (alimentação, vestuário, etc) que auxilie na procura da felicidade, na prática do que realmente dá prazer.

10 comentários:

Andressa disse...

Olá! Bom, essa idéia do trabalho muitas vezes é tão clara pra gente, pra mim, porque tal questão da utilidade-proditividade que se engendra no fato de estar "vivo", de ser oque produz, enfim, e e penso, que por mais que se queira reformular o capitalismo, isso não se faz, porque é próprio da sua conjuntura ser assim, e o máximo que se poderia fazer e fazer outra organização, de outra forma, para q só então se fosse possível mudar, caso existisse ainda, a idéia de trabalho. assim como de outras idéias que existissem nessa nova organozação. Ou seja, não existe mudar capitalismo, existe fazer outra coisa, e acredito eu que em coletivo. Enfim, viajei mas é isso aí! Inté

Anônimo disse...

Lembra a solidificação dos líquidos
Nada muda ou some, apenas toma-se u ma nova forma, mesmo aqueles que se dizem "líquidos" e flexíveis, se tornam duros e enrijecidos quando querem impor sua vontade.

Interpretei como sendo isso o que o autor pede, uma mudança, não para criar um mundo novo, totalmente livre, porque acredito não existir, mas a recriação de algo que destrói em outro que construa mais ou que tenha foco em outros objetivos mais "humanizados"..

=**

Laura Regina disse...

ahh
eu acabei lembrando de novo Skinner (acho q tem algo d inconsciente ai... hehe) nesta ideia d q nao existe sociedade totalmente livre, sempre achei tb q tem q haver algo ou alguem q regule tudo, pra nao ficar baderna. mas tem q haver tb uma forma de ser o menos tolhedor possivel pra todos os angulos da sociedade...
:)

Juaum disse...

Gosto disso, essa coisa de duas pessoas lendo o mesmo texto e produzindo leituras singulares. é interessante.
mas então depois do seu texto me surgiram duas questões...
1ª - essa coisa do dinheiro ser "sustentáculo" do capitalismo me é estranha, pra mim é muito uma questão de quem nasce primeiro o ovo ou a galinha, queria discutir mais sobre isso.
2ª - Lendo esse trecho "O capitalismo deveria, então, ser destruído ou adquirir novas formas, com o trabalho valendo aquilo que proporciona, e não somente servir para gerar dinheiro; deve haver prazer, buscas de significações ou qualquer outra coisa que o homem deseje." ficou em mim uma questão... então o que fazer quando o desejo é produzido? quando o que o homem deseja e que lhe traz algum tipo de prazer é aquele carro importado lindo que custa apenas R$62.987,00 e que, supostamente, o leva para "outro mundo"?
enfim é isso.
=)

Karyne disse...

ok!!!!!!!

Lázaro disse...

Tmb acredito que os ditames da economia definam como feliz "aquele que produz o maximo possivel", porém sobre uma ótica diferente: a mim parece mais que o capitalismo exige um individuo adaptado a ele (o "individuo com capital")e nisso vejo há realmente um pouco de Skinner, mas também de Darwin.
A exigencia e significado de todo sistema economico seriam lembrar-nos que a "felicidade" é alcançada realizando o maximo de nossas pretensoes. Seja se o que desejo é apenas o alimento (como em Walden 2) ou se sou uma Paris Hilton.

Anônimo disse...

Muito legal e interessante a colocação de Lázaro.
Gostei bastante =)

Acho que responde muito bem a pergunta (ou a dúvida) de joão =)

=**

Juaum disse...

mas será que grande parte das pessoas que se satisfazem com comida, na verdade não queriam ser paris hilton?
é problemático isso... realmente.

Anônimo disse...

Eu acho que todo mundo quer ter a vida da Paris Hilton.
Achamos que conseguimos usar o dinheiro melhor que ela, que ela é patricinha, enfim...parece que no nosso poder, tudo fica melhor

Essa é a idéia que o tipo de vida que temos agora coloca na nossa cabeça, mas acredito que tenham pessoas que vão de encontro a essa idéia, essas são as que Lázaro citou como no Walden II, é uma forma diferente da disseminada de encontrar sua "felicidade".

=***

Jade disse...

mas em walden II eles não visavam o lucro, era economia de subsistência... eu acho que se acontecesse com o capitalismo o que você sugeriu, ele deixaria de existir, né não? acho que não tem como o capitalismo adquirir novas formas e continuar sendo capitalismo... tipo soluções capitalistas para o capitalismo de nada adiantariam, né? se o capitalismo realmente adquirisse novas formas, ele deixaria de existir