18 de fev. de 2008

Hillary ou Obama


Em novembro desse ano acontecem as eleições presidenciais dos Estados Unidos. Os republicanos já escolheram seu candidato, John Mc Cain. Os democratas decidem entre Hillary Clinton e Barack Obama.
John Mc Cain não representa nenhuma novidade. Obama além de ter o sobrenome “Husseim” é negro e filho de imigrante africano muçumano. Obama não usa o fato de ser negro para se promover, nem Hillary usa o fato de ser mulher. Ela não levanta a bandeira do feminismo, ele não faz discursos contra o racismo.
Independente de quem seja escolhido pra representar o partido Democrata, caso se eleja, será uma mudança. E essa mudança vai muito além do fato de um negro ou uma mulher se eleger presidente. Não seria a vitória de um negro, ou de uma mulher, seria a vitória de Hillary ou de Obama. Seria a vitória da igualdade que não levanta a bandeira da igualdade – isso sim é igualdade.
Mas realisticamente falando isso é um pouco difícil de acontecer. A igualdade não é tão igualitária assim. A modernidade não é assim tão moderna e tem medo de mudanças.


Referência:

CALLIGARIS, Contardo. Eleições Americanas. Disponível em:
< http://www1. folha.uol. com.br/fsp/ ilustrad/ fq1402200825. htm > , acesso em 14/02/2008.

13 comentários:

Anônimo disse...

A mídia, para mim, está preocupada com ela mesma...assim como estão os candidatos democratas.

Ambos tinham tudo pra promover um markenting de promessas e mudanças, mas prefrem não fazê-lo, talvez essa seja a melhor estrátégia, mas não é amelhor notícia, não aquela que dá primeira página.

Antes mesmo de considerar quem são eles e o que pensam, a mídia captura o que eles poderiam representar, mas que não representam.

Parece-me ser uma boa estratégia: não prometer e, quem sabe, cumprir. Não se aproveitar da imagem em favor de jornais e publicidade que pouco ou nada se importam, de verdade, com as eleições, mas sim com o que estas podem produzir para eles.

PS.: Comentário para os dois textos

=**

Lázaro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lázaro disse...

Mas nao ter uma bandeira pra defender num soa meio estranho, quando nos referimos à políticos??

Quanto ao papel da mídia, Rafa, basta ver o monte de animaçõezinhas que eles põe qnd vao falar da corrida presidencial pra denotar como a questão é tratada à Hollywood; ou pior ainda se lembrarmos que a maior prévia das eleições recebe o nome de "Super-Terça".

Juaum disse...

gostei do texto, jade..
e acho sim que seja possível, ou melhor, necessário, que façam política sem bandeiras.

Juaum disse...

ps: então... acho o contrário, do que vc falou sobre a questão da igualdade ser igualdade literalmente por não carregar essa bandeira.. acho que justamente por matar a possibilidade de um discurso igualitário e talvez por fazer surgir um sobre diferenças.
útopia?

Andressa disse...

Vocês me confundem nessa discussão de igualdade que não quer defender igualdade mas que a igualdade nos candidatos está nisso qto aos discursos dos dois, é isso? No mais, o que acho é que a igualdade está no fatos de todos nós sermos diferentes e no caso dos candidatos, acho que tentam não focar nessas diferenças justamente pq está implicito que todos são iguais por isso ou pq o discurso global que todos somos iguais pq somos humanos já esta tão enraizado que já não desperta interesse falar da luta pelas diferenças. Enfim, pano pra manga dá essa coisa da diferença e igualdade. hehehe Inté galera

Kleber disse...

Lázaro aponta para o modo americano de vida onde a explicação nasce e morre no umbigo. Fácil e complicado falar deles por isso. Há um pragmatismo estranho por lá. Aqui o sórdido gargalha para o público. Lá sorrir ou será sorry?

Laura Regina disse...

ai ai... fiquei meio confusa com este debate sobre igualdade e tal. eh possivel ser igual degendendo uma bandeira de ser coitadinho porq eh negro ou mulher? eu acho q , neste ponto, os candidatos estão certos, querem integrar o maximo de diferenças possiveis (e consequentes votos, eh assim a realidade da coisa...).

e, kleber, nao entendi muito bem o q vc quiz dizer...

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Não é que eles não tenham bandeira pra defender..mas a bandeira que talvez defendam não é aquela que a mídia esperava para ver seu lucro de venda de jornais chegar à Saturno.

Ela (a mídia) usa o que Hilary e Obama representam, mas eles não fazem discursos sobre isso, pelo menos foi o que vcs me fizeram entender com os textos. E eu acho que isso é que vai de encontro à vontade da mídia..daí ela lança a idéia de que eles não defendem uma igualdade que representam, por serem "minorias" (mulher e negro).

Ou seja, a mídia está preocupada com ela mesma assim como os candidatos democratas estão (preocupados com eles mesmos) [2]

A mídia quer puxar pro lado dela, enquanto eles defendem o que quiserem, independentemente do que acham que respresentam. Isso pode ser ruim, pois eles poderiam usar desculpas pra defender "seus grupos" (mulheres e negros), como pode ser um bom sinal, de que eles podem estar sendo mais sinceros ao não usar esses artifícios.

Depende..

=**


PS.: comentário excluído foi meu

Bruna_ disse...

Acredito que mesmo que não esteja presente no discurso de cada um deles, eles já representam aquilo que não está sendo dito( um negro ou mulher no poder e tudo aquilo que esse fato pode significar)
Não já seriam eles a própria bandeira?

Gente se tiver como respondam, assim como a Laura também fiquei confusa com essa discussão

Beijos

Karyne disse...

Igual a Bruna e Laura estou meio confusa.
A idéia deles de não levantarem bandeiras, e que a bandeira são eles próprios, me deixou ainda mais confusa.
Acredito que bandeiras já estejam impregnadas nos seus rostos, ele queiram ou não. Mas eles não precisam levantá-las.
O fato de um político ter ou não que levantar bandeiras, me parece uma realidade brasileira, quando Lula, diz que é proletário, ou algo parecido. Será que nos EUA há essa necessidade de se posicionar do lado de uma minoria (no caso do Brasil, numa maioria que não tem força, nem tem representatividade---minoria). Esse posicionamento, lá nos EUA, pode soar como ameaça, ou coisa parecida, já que as formas de distinção e preconceito são muito mais nítidas.
Não acho estranha a forma como os dois estão se posicionando, já que quem ganha será que fizer a melhor propaganda que atinja mais pessoas, e não de bons projeto de governo, é bastante confortável para eles serem as imagens das próprias bandeiras que não levantam, é o jogo. Atingem tanto aqueles que eles se mostram representar, como ao mesmo tempo àqueles que são contrários aos grupos que eles “representam” (pois dizem não representar).
Acho que ficou meio confuso. Mais é isso. As idéias não estavam muito claras ainda na minha cabeça.

Lázaro disse...

Nos EUA há apenas dois partidos: democratas e republicanos. Os posicionamentos de ambos são claros e amplamente distintos e o próprio eleitorado exige isso.
Talvez o que não tenha ficado claro é que não é o fato de eles não se posicinarem, mas o de essa inércia se dar às custas de uma imagem criada a respeito deles que nao corresponde à verdade. Nesse sentido, os dois candidatos são uma farsa, tiram proveito de eleitores que acreditam num candidato que não existe - por isso defendo que deve sim haver "bandeiras".

Quato ao Lula, desde 1999 que ele nao é mais do proletariado, do operariado, do sindicalizado. O Lula agora é pop.