26 de fev. de 2008

Imitação da Subjetividade

Utilizando-se de uma linguagem simplória podemos explanar alguns pontos importantes em que o texto retrata a emergente perda de identidade que está acontecendo no mundo globalizado.
Diante do constante ataque fulminante da tecnologia, da robótica e da cibernética em que presenciamos na atualidade, percebe-se também uma constante perda da personalidade de cada indivíduo.
A globalização faz com que se produzam os chamados kits de perfis padrão, de acordo com os anseios do mercado (e aqui poderemos citar as modas lançadas nas novelas bem como nos sites da internet que são seguidos a risca pela massa) que são extremamente flexíveis. As identidades locais e as características étnicas e culturais locais estão desaparecendo para dar lugar ás produções em grande escala e que previnem a diferenciação entre grupos.
Evidente que isso não implica necessariamente em uma recusa aos contornos da modernidade, contudo deve-se ter um certo cuidado e saber diferenciar uma abertura para o novo, ou seja, novos produtos, novas tecnologias, novos paradigmas, de uma perda da sua subjetividade, o que retira do indivíduo a sua capacidade de auto-dicernimento.
Uma das várias espécies do mercado e de suas exigências é o de drogas que sustenta e produz a demanda da ilusão e promove uma espécie de toxicomania generalizada – e aqui o texto explana várias espécies de drogas: não se fala aqui apenas em drogas farmacológicas que promovem a ilusão da identidade do indivíduo, mas também as drogas da televisão que influenciam consideravelmente na subjetividade, a droga oferecida pela literatura da auto ajuda, e enfim as drogas oferecidas pela tecnologia (que vem como conseqüência da globalização).
Assim, diante do exposto, percebe-se através da leitura do texto que estamos diante de uma constante força atrativa provocada pela globalização e seus efeitos, esta força tende cada vez mais a retirar da pessoa sua verdadeira identidade, a “despersonalizar”, para incutir um estereotipo globalizado que vai se adequar aos anseios do mercado.

Texto original retirado de: http://caosmose. net/suelyrolnik/ pdf/viciados_ em_identidade. pdf



OBs: Obtive uma enorme ajuda neste texto de um amigo meu, Italo (estudante de Direito), que se interessou pela temática e pelo texto em específico, e me ajudou bastante no texto e na discussão inicial em torno dele. Somos, então, dois autores do texto acima. Desculpem se não era permitido, mas seria injusto não creditar esta participação.

10 comentários:

Lázaro disse...

Que tal convidar seu amigo para embarcar na nau louca da Psicologia?? Brincadeira.

Ótimo texto. Apesar de o texto de Rafinha ter me ajudado a entender, só lançaria um questionamento:
como os kits de perfil padrão podem ser flexíveis e ao mesmo tempo atuar no estancamento da subjetividade promovido pela globalização?

Laura Regina disse...

acho q estes pacotes dão uma certa variedade, mas ao mesmo tempo, são fixos em si mesmo, vc não pode mofifica-los a sua maneira.
:)

Andressa disse...

Cara, eu vejo esses "perfis padrão" como aquelas propostas de ser que parecem que irão lhe definir mas não definem pq nada mais são do que modismos. Por isso parecem fixos, pois tem todo um esquema padrão, mas passam e ficam por um tempo efêmero e não vinga pra sempre. Ou será que esses perfis não são aqueles que parecem que são sempre o mesmo, que parece que retornam, mas nunca são pq caba que são sempre um pouco modificados do que eram antigamente, como aquelas modas que achamos "olha só, voltou", mas não é algo parecido em sua base e só que recauxutado a uma nova realidade?
Mas queria ainda comentar que o texto produzido por Laura e o amigo foi mais claro e tratou mais, eu acho, dos fixos que não duram, da incessante aparição de um novo que vira vício, mas vale lembrar que não é um novo criativo mas reprodutivo, a meu ver.
Mas não entendo pq vc Laura assossiou "perda de subjetividade" com "auto-discernimento"? Eu acho que não tem nada a ver, já que me deu a entender que a pessoa precisa ter uma subjetividade=personalidade, para ter esse auto-discernimento, mas acho que não é por aí não. Podemos até perder a noção de discernimento diante de tantas mudanças, mas nossa subjetividade não se perde, ela se constrói nisso e o discernimento pode ser amadurecido desde que queiramos ter uma visão crítica diante de todo esse movimento frenético, analisando a realidade, enfim... Acho que não existe isso de "verdeira identidade", sendo que a depersonalização talvez não seja ruin, desde que se tenha consciência disso, afinal, mudar não é ruin, talvez ruin seja ser arrastado pela maré sem nem saber porque.
Inté

Kleber disse...

Oi Laura, penso que a gente nunca escreve só. Assim é muito bom quando uma companhia aparece e ajuda na escrita tão intensamente.
Bom, algumas coisas no texto (no seu/dele) soaram estranhas a mim, principalmente a coisa da "verdadeira identidade". Na terça a gente conversa sobre isso. Abraço!

Anônimo disse...

Eu tb não me senti a vontade com os termos de "perda de identidade" e "verdadeira identidade".

Eu acho que não existe uma perda, mas sim uma constante transformação, isso, para quem experimenta, dá uma sensção de perda.
Mas as identidades não são perdidas, são transformadas, o que não quer dizer que não sejam verdadeiras.

Talvez a questão de ser verdadeiro ou não esteja no fato dos "perfis-padrão", mas, de qualquer modo, vc escolhe o perfil que quer seguir, então isso soaria verdadeiro, não?

Diante de tantas opções, escolher uma delas e torná-la verdadeira para si.

Sorrisos =**

Laura Regina disse...

sobre a verdadeira personalidade,
pra mim tava claro q qndo
a pessoa adquire aquela, eh a verdade dela, mas nao eh verdadeira quem ta vendo de fora,
q vê q eh influencia dos perfis-padrao.
desculpem o transtorno. nao me expressei claramente.

Kleber disse...

Laura, quando a gente estuda, os transtornos são necessários. Eles é que, para mim, constituem a possibilidade do aprender. Assim, penso que não deva se desculpar. Talvez requerer um agradecimento.
abs!

Anônimo disse...

Desculpo não >(

Porque não tem o que desculpar, ô menina =p
Seu texto ficou ótimo, muito mais claro e suscinto que o meu, acredito.
Acontece que essas questões de verdade sempre transtornam, tanto nós quanto todo mundo que se envolve com elas.

^^

=**

Bruna_ disse...

Laura pela explicação que vc deu ao Lázaro me lembrou o caso das questões de múltipla escolha( tem escolhas mas a resposta não pode fugir dali)...tem haver?... O que seria a verdade?

Beijos

Karyne disse...

lido