28 de jun. de 2007

beber sólido e comer líquido



“Tudo contém sua negação, tudo contém sua contradição”

Algumas coisas podem parecer muito estranhas a nossa percepção cotidiana, entretanto há muitas outras coisas estranhíssimas que passam despercebidas. As vezes batem em nossos corpos e não fazemos questão alguma de compreendê-las, sequer de reconhecê-las.
Pois bem, acho que esse pessoal da Escola de Frankfurt tinha essa carta no baralho das suas análises e o Pedrinho Guareschi nos aponta isso em seu texto sobre a Comunicação e Teoria Crítica. O texto é curto, mas requer de nós um pensamento que não se entregue às brevidades.
Guareschi lembra que para Karl Marx, “as contradições presentes nas relações de produção maduras” teria por efeito imediato um processo de transformação da sociedade. Revolução social pela consciência das diferenças do viver.
Pois bem, essa promessa-proposta marxista não se deu. As pessoas continuaram cada vez mais a beber sólido e mastigar o líquido e nada de grandes revoluções pipocando pelo planeta. Aqui estamos falando dos primeiros anos do século XX, para se ter uma referência historiográfica.
Pois bem, é nesse cenário que aparece a Escola de Frankfurt propondo ampliar a leitura marxista da vida como ela se faz. Dizem os frankfurtianos que a “crítica radical da sociedade e a crítica da ideologia são inseparáveis”. Isso implica dizer que nada acontece por acaso ou mesmo automaticamente. Se é a liberdade que está em questão, deve-se ter em mente que a liberdade pura, essencial ou plena, é carta fora desse baralho. O mundo se pauta por interesse. Nada se dá desinteressadamente. É necessário para os frankfurtianos, principalmente os dá 1ª geração, tomar partido.
Neutralidades e imparcialidades não cabem na ação que busca transformar a realidade social. Não cabem por também não estarem presentes no pensamento e na ação daqueles que se fazem amigos do capitalismo, por assim dizer. Para a Escola de Frankfurt é preciso “livrar-se da falsa consciência e da coerção auto-imposta”.
Aparece assim na Teoria Crítica um sujeito que sofre para além da mais-valia. Essa frase pode parecer estranha, mas ela quer dizer que ser assaltado diariamente pelo patrão não representa o maior problema na vida do sujeito-trabalhador. Ele pode sofrer também por outros motivos, alguns até fabricados por ele mesmo. Desse modo a psicologia ganha espaço nas análises e proposições dos frankfurtianos.
Por isso Guareschi aponta que a novidade inicial da Escola de Frankfurt pode ser objetivada nesses dois pontos:
· Ampliação do conflito de classe.
· Desenvolvimento da noção de consciência e recuperação da questão da subjetividade.
Bom, desse capítulo, é importante falar também do conceito de Cultura Afirmativa do Marcuse e da Indústria Cultural em Adorno e Horkheimer. Logo falo deles, mas antes seria interessante conversar aqui sobre nossa experiência cotidiana em beber sólido e comer líquido e vice-versa. Abraço!

2 comentários:

Técnicos, educadores e educandos do CRAS Enedina Bomfim disse...

Me sinto bebendo sólido e comendo liquido, pq simplesmente acabo de ler e não sei o que comentar..

Andressa disse...

Boa boa Vanessa! Numa primeira leitura, confesoo que não entendi bem o texto de Kleber, mas relendo o texto do cap 5, fica claro alguns pontos. Vou tentar ajudar.

Bom acredito que o que Kleber propôs no segundo, terceiro e pouco do quarto parágrafo, vem tratar que o pressuposto marxista seria de que a sociedade se transformaria paulatinamente, num processo de amadurecimento das relações de produção e daí automático, poré, isso não aconteceu e ao contrário, a dominação continuou cada vez maior, com contradições muito fortes. Uma outra explicação é a de que a da ideologia que impregnava o olhar de muitos, mas que era bastante criticada pelos frankfurtianos no sentido dela apreender tanto cognitivamente tanto alguém, ser uma falsa ilusão.

No caso a Teoria Crítica está direcionada a uma ação humana que seja capaz de descobrir o que de fato se quer, necessita, não se deixar ludibriar por coerções auto-impostas e auto-frustantes. Tb como forma de conhecimento, porpem diferente das ciências naturais, que são objetificantes, enquanto que a teoria crítica é tem por base ser reflexiva. Ela análise, a fim de libertar e esclarecer não só os próprios agentes, inclusive do eles emsmos fazem, como a sociedade por inteira. Deve-se se ter claro de como a sociedade se configura, de que nada é natural, que as instituições estão aí com seus interesses específicos. Sendo que a humanidade aceita tudo como sendo neutro, natural, livre.
Essa constatação é possível quando há uma reflexão histórica e cultural das frustações e sofrimentos vivenciados por muitos, que é exatamente que tráz a tona a necessidade de se analisar a realidade que vivemos. Portanto e ter sempre um espaço abert para a oportunidade de discussão e criticas à sociedade, que na verdade é construída historicamente, daí a aceitar as contradições, e érceber sim negativamente ertas questões, e não achar que tudo é só um mar de rosas.
Depois coloco mais coisas...Espero ter esclarecido um pouco. Inté