25 de jun. de 2007

Capítulo I - A realidade da Comunicação




Além da preguiça(e das ressacas), deixei passar a discussão com o intuito de me aproveitar de coisas que foram ditas e coisas que estavam por ser ditas. E pelo visto vou ter muitas cartas para usar. O texto de Andressa está recheado de argumentos que me irão servir pra explicar o texto de Pedrinho Guareschi. E o que Vanessa mostrou sobre o behaviorismo também me ajudará.
No fichamento em tópicos antes feito, a construção da realidade aparece puxando toda a discussão. Falar dessa construção da realidade atrelada a comunicação envolve um problema de existência. A qual a comunicação possui o duplo poder: de fazer com que exista(se realize) ou fazer com que deixe de existir. Ao passo que uma determinada informação está sendo dita ela se faz existir e é claramente perceptível o poder da comunicação quando faz o contrário, algo que existia e estava em voga agora está não dito e aos poucos vai deixando de existir. Fazer uma realidade deixar de existir por ser silenciada é algo corriqueiro. No Brasil, é comum perceber interesses políticos de certos grupos, que controlam as informações, em dar maior destaque à cobertura de um evento esportivo a uma possível crise politica que possa atingir os seus interesses. E assim silenciando aos poucos consegue-se com que essa realidade passe a não existir e não existindo não lhe causará problemas.
Antes de continuar, atento aqui para uma passagem do texto de Andressa quando ela tava falando sobre indivíduos e sujeitos:
"...percebe-se uma realidade vista como universal, porém tida para cada um como pessoal e circunstancial, que é construída exatamente pela concepção de mundo difundida, através dos Meios de Comunicação. Estes enraizam cada vez mais tais "modos de subjetivação", "intensidades de vida", "desejos", que são os produtores e agenciadores de sentidos de real, compreendendo que o real se cria no social, ou seja, somos co-produtores de nossa realidades e não só meras vítimas iludidas. "
Os meios de comunicação difunde, sim, uma concepção de mundo. E dizer que o real se cria no social também está valendo. Porém, nem todo mundo produz sua própria realidade. Têm muitas vítimas iludidas, sem poder de crítica e sem ver no horizonte uma realidade que lhe seja própria.
Voltando a falar dos interesses atrelado a comunicação entra-se no terreno do poder. ”Quem detém a comunicação, detém o poder” e sendo assim; na construção da realidade, quem detém essa construção, detém também o poder. Poder esse sobre a existência das coisas, sobre difusão de idéias e sobre a opinião pública e sua criação. Aqueles que se sujeitam a esse poder são oprimidos. Já aos opressores cabe a tarefa de definir. Definir grupos sociais como sendo bons ou ruins. Subjugar tudo aquilo que lhe for prejudicial. Desmerecer tais coisas pelo fato ter o não o poder. Já que Andressa diz no texto dela que Foucault considera o poder como "um exercício, que se efetua, uma relação, que provoca resistências, porém nada fixo, mas sim com pontos móveis e transitórios que se distribuem por toda a estrutura social.". E sendo móvel ele pode estar aqui ou ali. Desse modo maleável o poder é barganha pra aqueles que o possui.
No final do texto de Vanessa ela ressaltou o quanto os autores do capitulo II se mostram preocupados com o uso das teorias psicologicas para o controle das classes não dominantes pelas dominantes:
Com isso, constatamos o uso e abuso desta teoria – bem como de outras – ao invés de “somente” contribuir, favorece a instrumentalização, da casta social dominante, que se utiliza dos meios de comunicação, para manter-se dominante e casta” (p.33).
Instrumentalizar a casta dominante é realmente o certo? Dar-lhes mais poderes para cada vez mais aumentar as diferenças sociais é justo?
Talvez ainda tenha o que falar...
=P

3 comentários:

Andressa disse...

Ah sim, bem legal esse final de seu texto Marcus, de fato, pra que mesmo o profíssional psicólogo foi inventado? Só para curar as pessoas de suas deficiências mentais? Claro que não, mas sim, torná-las aptas e produtivas para um mundo que demanda pessoas "saudáveis" para que sejam úteis ao que designa o sistema capitalista, o Estado.
E para melhor controle dessa massa populacional para que seja cada vez mais produtiva e não problemática com seus devires, tem-se técnicas, assim como artifício para apaziguar os ânimos.

Foram apontados alguns nos seu texto Marcus, como o fato das informações na comunicação "exista(se realize) ou fazer com que deixe de existir", exatamente pela dinamicidade das informações, pelos discursos que são introduzidos com todo um jogo de disfarçar, velar, apontar oq interessa, resignificar conteúdos. Tb o fato de se contribuir para a classificação de indivíduos, discursos, valores, entre outros.

A comunicação tb como instrumento apto para o cargo de controle e restrição de atos e pensamentos da sociedade, assim como a psicologia.

Kleber disse...

Marcus, lendo seu texto pensei em amanhã, terça, levar para a nossa reunião todos os textos produzidos e postados aqui. Acho que seria uma oportunidade para os autores falarem mais do que escreveram e dos comentadores questionarem ainda mais o que leram. Vou fazer isso. Amanhã levo os textos impressos e meus comentários. Abraço!

Andressa disse...

Marcus, não tinha perguntado ainda mas gostaria de saber de vc, o pq dessa foto q inicia o texto, ein? hehe Valeu!