15 de jun. de 2007

Cap. III: Comunicação e Psicanálise

O texto de Neuza Guareschi é pequeno, e Nelma já comentou boa parte dele, mas ai vai a minha contribuição:
Os instintos se manifestam nas pessoas como uma necessidade que deve ser de sobrevivência. "Entretanto, o que se passa dentro de nós até satisfazer a esta necessidade do organismo, a pressão é a quantidade de energia que utilizamos para isso,que vai depender do objeto, que é a ação ou expressão ou qualquer coisa que nos permita satisfazer o instinto." pag.39. Nós acabamos investindo energia libidinosa nas relações objetais, de modo que um copo de água não matas mais, simplismente, a nossa sede, tem que ser uma "a coca-cola bem gelada". As propagandas agem exatamente nessa relação de tesão com o objeto.
A autora também faz uma análise de como as propagandas exploram os sentimentos de castração e o complexo de Édipo, nos homens e nas mulheres:
"O homem, toda vez que vê um comercial com uma mulher nua ou seminua, devido a desejos que possui no inconsciente, fará a fantasia de que, adquirindo o produto que ela está mostrando, conseguirá alcançar um estado de prazer. Embora, conscientemente, saiba que não vai comprar a mulher, isto o ajudará a afastar o temor da não-ereção que lhe origina a angústia da castração."pág40
A mulher ao ver na televisão outra mulher seminua, não desejará a mulher mas o produto por ela mostrado, pois assim seu corpo será tão desejado quando o da mulher da propaganda. "Dessa forma, ao mesmo tempo em que inconscientemente está competindo com a mãe na distputa com o pai, passa, também, a ter emoções que afastam os seus sentimentos de castração.
Guareschi mostra-nos exemplos de propagandas de datas comemorativas (dia da mães, dia dos pais, casamento) demostrando o uso da comunicação de uma maneira inconscicente. No Dia da mãe a mãe é passada como um ser perfeito, maravilhoso, que não possui sentimento egoístas, e que nos dera a vida; isso nos traz sentimentos de culpa introjetado na relação com a mãe, e desenvolvemos fantasias de que com um presente podemos reparar essa culpa que sentimos por ela. No Dia dos pais são mostrados pais para todos os gostos, e sempre um presente é insinuados para cada tipo de pai, esse presentes têm que representar simbolicamente o seu poder e status social, também representa em geral um símbolo fálico. No casamento os "...os objetos devem sempre simbolizar a pureza e a disposição de doação que a noiva transmite, assim como o vigor, soberania e decisão do noivo."pag.42, e deve passar uma conotação de como o amor de ser: "infinito enquanto dure."
Era isso que tinha para dizer, desculpe de fui repetitiva com o de Nelma.
Bem mas é isso.

4 comentários:

Andressa disse...

Poisé, não tinha comentado do texto de Nelma, mas comento aqui do de Karyne q tb apontou essa questão dos papéis definidos para as datas comemorativas dos pais e das mães, que só ratificam as características ditadas pela psicanális, pela cultura e por sua vez pela mídia.

Nelma disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nelma disse...

Essa idéia do casamento é bem engraçada. Afinal, como a autora menciona, os presentes são "todos, geralmente, de bom tamanho, fortes e duradouros", estando isto "diretamente relacionado com o sentido do casamento": "infinito enquanto dure, conforme dizia o poeta" (p.42). No parágrafo seguinte: "Coincidência ou não, os tipos de presentes que se costumam dar para os que se casam não mudaram, mas o que mudou foi o casamento. Antigamente, as pessoas casavam-se somente uma vez; com o passar dos anos, as pessoas passaram a casar-se mais de uma, e, atualmente, é quase que comum casar-se várias vezes. Se fizermos uma comparação entre o número de casamentos por pessoas e o desenvolvimento do capitalismo nas últimas décadas, veremos que os dois estão numa linha ascendente" (p.42).

Há cerca de um mês, enquanto estava fazendo uma pesquisa para uma outra disciplina, li que, nos Estados Unidos, o número de pessoas que continuam casadas após cinco anos de matrimônio é inferior ao de divórcios. O percentual é de 40 para os que continuam juntos, e de 60 para os que se separam.

Kleber disse...

muitos panos para muitas mangas. Essa questão remente ao intenso processo de individualização que se experimenta hj. Acho que podemos começar uma leitura e discussão sobre isso. abs!