12 de jun. de 2007



Sobre a Tele VISÃO.








Ainda continuando o assunto iniciado por Herica, o que diferencia as práticas de controle que se exercem na televisão daquelas que se exercem na internet - se é que existe realmente alguma prática de controle no mundo cibernético - é a questão da possibilidade garantida de controle sobre o que se passará na televisão. Lá, tudo precisa passar por um filtro que seleciona os conteúdos referentes aos interesses de uma classe dominante. Assim, acredito que não se trata apenas de catar os fatos que são favoráveis às elites dominantes, mas sim de convergir todos os fatos e todas as meias-verdades para uma longa sequência de filtros que desembocam o objetivo maior. Tudo é aproveitado e tudo é direcionado a um propósito, e quem tem as chaves para o processo são a donas de televisão. Ora! como seria possível colocar uma notícia que prejudicasse de alguma forma tal companhia (a dona de tal emissora) ?
É por essas razões que os fatos mostrados nunca serão os reais, nem mesmo quando os que dão a notícia vinheram de uma emissora concorrente, porque aí, óbvio, os enviezamentos já virão do lado negativo e não saberemos se o que eles falam e algo tão ruim quanto eles fizeram entender. Essa concorrência gera posturas cada vez mais descompromissadas por parte dos jornalistas, que, na ânsia de chegar primeiro a algum fato - não importa qual seja - correm atrás de qualquer coisa sem se preocupar com a relevância do assunto. Isso gera um efeito ainda mais danoso, pois os jornalistas concorrentes vão querer cobrir também aquela notícia, provocando na população a sensaçao de que de fato tal notícia é importante.
Mas de quem seria o problema? Do jornalista, que se não fizer isso, acabará no olho da rua por não conseguir ganhar dos adverários? Do(s) dono(s) da emissora, que como qualquer negociante, apenas quer deixar o seu produto mais chamativo aos olhos do público? Ou de nós mesmos, que somos os únicos que podemos mudar nossas exigências quanto ao que passa na TV? Os canais educativos e informativos estão por toda parte mas não lhes damos o valor necessário. Com se muda uma realidade viciada em algo tão líquido quanto os conteúdos temporários de televisão de hoje em dia, que informa coisas triviais que deixarão de ser verdade (ou melhor, deixarão de ser) em questão de dias. Isso vai se perpetuando até que vemos nossos telejornais repletos de notícias de massa, que conduzem a maior parte da população e a distrai para os reais problemas sociais.
dan.

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