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21 de jun. de 2007

Considerações Finais - Sobre a Televisão

Durante toda leitura Bourdieu aponta para o grande peso simbólico que a televisão exerce. E nesse sentido aparece-nos a expressão “omnibus”, que segundo autor significa “para todo mundo”. Com tal a expressão, o autor chama atenção para as notícias de variedade: fatos ou informações-ônibus constituem notícias que não chocam ninguém, não envolvem disputas, não dividem, não tocam em nada de importante, mas mesmo assim formam consenso e interessam a todo mundo. Elas ocupam tempo e são consideradas fúteis “é que essas coisas tão fúteis são de fato muito importante na medida em que ocultam coisas preciosas”. Nesta afirmação, a quem o autor se refere? As coisas preciosas são ocultadas pela televisão, ou também as são pelo público na medida em que tem consciência que ao ligarem a televisão verão coisas sem tanta importância? Quando a televisão dedica-se a este tipo de informação ela está no mínimo formando uma espécie de monopólio da informação sobre a formação das cabeças de uma parcela importante da população.
Outras linhas do texto colocam que “as notícias de variedades têm por efeito produzir o vazio político, despolitizar e reduzir a vida do mundo à anedota e ao mexerico, fixando e prendendo a atenção em acontecimentos sem conseqüências políticas, que são dramatizados para deles “tirar lições”, ou para restituir sentido ao insignificante...”
A questão é: porque informações que não “acrescentam”, que não chocam, etc, ocupam tanto tempo na vida das pessoas e ainda são capazes de produzir consenso???? Qual seria, então, a “informação ideal” que a televisão deveria passar? O autor tem o ponto do vista que considera a televisão como monopolizadora, ou seja, deixam de passar coisas preciosas para se dedicarem a notícias de variedade. Mas, por outro lado, será que a população seria tão vítima assim da TV?

12 de jun. de 2007



Sobre a Tele VISÃO.








Ainda continuando o assunto iniciado por Herica, o que diferencia as práticas de controle que se exercem na televisão daquelas que se exercem na internet - se é que existe realmente alguma prática de controle no mundo cibernético - é a questão da possibilidade garantida de controle sobre o que se passará na televisão. Lá, tudo precisa passar por um filtro que seleciona os conteúdos referentes aos interesses de uma classe dominante. Assim, acredito que não se trata apenas de catar os fatos que são favoráveis às elites dominantes, mas sim de convergir todos os fatos e todas as meias-verdades para uma longa sequência de filtros que desembocam o objetivo maior. Tudo é aproveitado e tudo é direcionado a um propósito, e quem tem as chaves para o processo são a donas de televisão. Ora! como seria possível colocar uma notícia que prejudicasse de alguma forma tal companhia (a dona de tal emissora) ?
É por essas razões que os fatos mostrados nunca serão os reais, nem mesmo quando os que dão a notícia vinheram de uma emissora concorrente, porque aí, óbvio, os enviezamentos já virão do lado negativo e não saberemos se o que eles falam e algo tão ruim quanto eles fizeram entender. Essa concorrência gera posturas cada vez mais descompromissadas por parte dos jornalistas, que, na ânsia de chegar primeiro a algum fato - não importa qual seja - correm atrás de qualquer coisa sem se preocupar com a relevância do assunto. Isso gera um efeito ainda mais danoso, pois os jornalistas concorrentes vão querer cobrir também aquela notícia, provocando na população a sensaçao de que de fato tal notícia é importante.
Mas de quem seria o problema? Do jornalista, que se não fizer isso, acabará no olho da rua por não conseguir ganhar dos adverários? Do(s) dono(s) da emissora, que como qualquer negociante, apenas quer deixar o seu produto mais chamativo aos olhos do público? Ou de nós mesmos, que somos os únicos que podemos mudar nossas exigências quanto ao que passa na TV? Os canais educativos e informativos estão por toda parte mas não lhes damos o valor necessário. Com se muda uma realidade viciada em algo tão líquido quanto os conteúdos temporários de televisão de hoje em dia, que informa coisas triviais que deixarão de ser verdade (ou melhor, deixarão de ser) em questão de dias. Isso vai se perpetuando até que vemos nossos telejornais repletos de notícias de massa, que conduzem a maior parte da população e a distrai para os reais problemas sociais.
dan.

10 de jun. de 2007

Debates falsamente verdadeiros

Particularmente esta explanação que irei destaca foi uma das mais intrigantes que Bourdieu coloca. Justamente para nós, enquanto pesquisadores da cibercultura, uma vez que nos põe a pensar sobre as limitaçoes que esse ambiente cibernético pode ter, e ainda se realmente existir isso, como podemos superá-lo ou, pelo menos, trabalhar dentro dessa perspectiva de limitaçao. Estou me referindo ao trecho da pag 44 "Certos sociólogos tentaram destacar o implícito não-verbal da comunicação verbal: dizemos tanto pelos olhares, pelos silêncios, pelos gestos, pelas miminas, pelos movimentos dos olhos etc. quanto pela propria palavra. e também pela entonação, por toda espécie de coisas. (...) Há tantos níveis na expressão, ainda que apenas no nível da palavra propriamente dita que ninguém, mesmo o mais senhor de si mesmo, a menos que represente um papel ou pratique a linguagem empolada, pode controlar tudo"
O podemos dizer do implícito não-verbal da comunicação dentro do Orkut, ou qualquer outro espaço cibernético?? Até que ponto ele pode deixar de nos dizer algo de importante, considerando que ele quase sempre desaparece quando nos mostramos virtualmente?
Parece-me que é exatamente este implícito da linguagem que está entre a fronteira de um campo real e virtual de experiência, vivência... e seria isso que nós estamos fazendo agora. Quando nós sabemos que o olhar, o silencio, os gestao nao estarao nas nossas maos e nem evidente para o receptor, nos preocupamos mais ainda com o que iremos falar (já que só estaremos utilizando um recurso da nossa linguagem: a palavra pura, sem seus elementos implícitos). Ou não. Como coloca Bourdieu em relaçao a TV, podemos utilizar deste espaço virtual para manipular somente aquilo que queremos transmitir ao receptor, pq já que os elementos implicitos nao aparecerao (e este elemento escapa do nosso total controle) uma "melhor" manipulaçao do que iremos transmitir atravez da linguagem é possivel.
Fazendo uma ponte deste implícito da comunicação nao-verbal com um dos nosso futuros estudos, a identidade, temos outro fragmento do texto "Sobre a Televisao: "É preciso palavras extraordinárias. De fato, paradoxalmente, o mundo da imagem é dominado pelas palavras. A foto não é nada sem a legenda que diz o que é preciso ler. Nomear como se sabe, é fazer ver, é criar, levar à existência. (...) Porque essas palavras fazem coisas, criam fantasias, medos, fobias ou, simplesmente, representaçoes falsas" . "A imagem tem a particularidade de poder produzir o que os críticos literários chamam o efeito real, ela pode fazer ver e fazer crer no que faz ver"
Não deixei de associar esse discurso de imagem + palavras ao perfil que alguém constrói de si no Orkut. Mas acho que são questões para pensarmos quando estivermos de fato estudando os 3 assuntos especificos!!

é isso!
Bjos

Retomando a discussão "Sobre a Televisão"

Retomando a discussão do livro "Sobre a Televisão", que ainda fazíamos no blog anterior "Contemporâneo", Kleber deixou um último recado não postado aqui, mas que retomarei apenas a parte que convém para recomeçar a discussão, em que ele indaga: "quase fim de semana e muitas festas juninas pela frente. Bom, um espetáculo local. Espetáculo, não necessariamente espetacular, como sugere Bourdieu em suas análises da mídia. Bom, de qualquer modo vim aqui para dizer que gosto do que vocês tem escrito e comentado e querer saber do que acham dessa história de "debates verdadeiramente falsos ou falsamente verdadeiros". Alguém pescou isso? Que relação essa questão pode ter com as contradições e tensões que Bourdieu enumera no mesmo texto?"
Poisé, quanto ao comentário do espetáculo, não tem outra, é mais um recurso de se resgatar e manipular um viés de informação sobre as festas juninas de forma tão positivo e cultural do nordeste, afim de que não se passe a informação mais necessária a criação de um recurso crítico. Afinal de contas, em época de festejos, não cai bem falar de quem passa fome, de roubalheira de políticos, entre outros. E porque não comentar de outros dias comemorativos como Dia dos Namorados? Isso e outros dias considerados comemorativos.
Quanto a questão levantada de debates verdadeiramente falsos, no texto menciona ser uma relação de pessoas que se conhecem intimamente, e mesmo quando debatem em posições opostas, demonstram ter combinado, ter uma cumplicidade. Com essa parte pensei no poder que a amizade pode ter, ou qualquer nível de relação que se nomeie, maracutaia, enfim, que sobrepuja a responsabilidade profissional. Nessa viagem me lembro de deputados e outros da política que provém os seus próprios ganhos através desses acertes.
No outro temos debates falsamente verdadeiros tratando num primeiro nível, o dos fenômenos, colocando a posição do apresentador, como aquele que faz intervenções restritivas, é um tipo de censor, impõe o assunto, a problemática, manipula o urgente, distribui também o tempo e tons das palavras, que no entanto, muitas vezes não são controladas, pois existe os sinais não verbais.
E daí se aponta ao problema da democracia, em que se coloca no livro que "nem todos os que servem da palavra são iguais no estúdio". Ou seja, 'trata-se de se colocar a serviço de alguém cuja a palavra seja importante...". Me pergunto, repassando isso a uma prática psi, será que também temos essa responsabilidade ao trabalhar com a sociedade, seja como cliente numa clínica, seja ao se fazer trabalhos de pesquisas, que tragam a benesse necessária a população, que anseia respostas ou novas questões, que geralmente só os especialistas em seu auxílio pode dar? Num segundo nível, o da composição do estúdio, se coloca que há todo um trabalho manipulativo do que se é percebido, toda uma condição social da construção desse percebido, que muda o sentido das imagens. Isso se concebe desde as pessoas que se convida, até a maneira que as organiza, em duas categorias apontadas: os que se explicam e os que vão para explicar, observar, "proferir um metadiscurso". (esse último não podemos nos incluir não,numa prática psi?) Esse cenário está auxiliado a um outro determinante que é o dispositivo previamente montado com todo um roteiro previsto, conversas, participantes, tudo para se evitar a improvisação. Existe ainda a lógica do jogo de linguagem, em que toda a estrutura de um discurso é regida sob regras, de maneira a se evitar os enfretamentos, mais produtivos e espontâneos, para um debate programado e conciliador.
Em seguida se faz uma reflexão do instrumento televisão, que se coloca como não autônomo, tendo em vista que há uma série de restrições, mesmo nas relações entre os jornalistas, que são a concorrência e a conivência, sendo esse segundo ligado àquela cumplicidade apontada, que vai de acordo com os interesses comuns. Comenta o autor da televisão um instrumento sem freio, massificador, homogeneizador de telespectadores, o que seria subestimar de sua capacidade de resistência ou mesmo da capacidade da televisão se tornar um fomentador da produção cultural, incluindo aí a artística e científica (Creio que se ressalta o cuidado disso, já que mesmo assim, seria oportunizar um espaço de expressão livre desse cultural, não manipulado, como se percebe na televisão atual). Mas aí brota o tema da pressão econômica, do índice de audiência, para éntrão entrar no mérito do que se é exigido pela profissão e aspirado pelas escolas de jornalismo. Ou seja, mais uma vez, na prática psi, o que podemos observar de exigência para o profissional psicólogo e de discrepante em relação ao que apreendemos no meio universitário? Será que seremos ou somos capazes de manter essas "aspirações" do meio discente para as nossas práticas profissionais em instituições e outros meios que nos repreendem com regras, normas, exigências, entre outros?
Bom gente, essa foi a minha colaboração para a discussão, fechando o capítulo 1 do livro e quem sabe possamos passar para o segundo e terminar o que nos designamos a fazer. É difícil mas nós tentamos, né? No decorrer do debate me posiciono melhor na discussão focando mais para o meio da internet, consumo, Orkut e afins, porque quando digitava só vinha prática psi, nem sei bem porque. De qualquer forma, tá aí! Continuemos... Inté

5 de jun. de 2007

Gentem, me desculpem pela ausência, é que meu computador quebrou nesta última semana e eu fiquei sem poder postar/visitar o blog, pq todos os acessos q eu pude fazer tiveram que ser bem rápidos e pra coisas urgentes como e-mail/orkut (hohohoho). Bom, muitas coisas que eu destaquei vcs comentaram, e uma das grandes questões que ficaram pra mim foi esta última apresentada por Kleber, dos "debates verdadeiramente falsos ou falsamente verdadeiros". Eu ja pensei um pouco e ainda não consegui chegar a algum tipo de reflexão, em grande parte devido a uma outra grande questão que eu fiquei no texto; na página 44, ele fala: "certos sociólogos tentaram destacar o implícito não-verbal da comunicação verbal: dizemos tanto pelos olhares, pelos silêncios, pelos gestos, pelas mímicas, pelos movimentos dos olhos, etc. quanto pela própria palavra. E também pela entonação (...)há tantos níveis na expressao, ainda que apenas no nível da palavra propriamente dita (..) que ninguém (...) poderia controlar tudo"Fiquei curiosa como o quanto essa lógica se encaixaria no orkut. Lá, aparentemente e a priori, o nível de expressão que predominaria seria a palavra; no entanto, comecei a pensar em como o orkut, juntamente com seus recursos e seus usuários, poderiam ter "inventado" novos níveis de expressão não-verbal do "eu", a exemplo de fotos, comunidades, recados, perfil, etc., e o quanto esses novos níveis influenciariam na construção do ser virtual, o quanto as expressões desse ser virtual corresponderiam às do real ou até mesmo o quanto esse construído ser virtual corresponderia ao real E, nesse ponto, acho que estou tocando no assunto da identidade ou da identificação (o que for mais certo ou adequado. Acho que outro termo que poderia ser encaixado nessa lógica orkutiana é o do "auto-conceito". Também se pode questionar que, com a "nova" lógica de comunicação e expressão dentro orkut, que lugar caberia às formas ao vivo e não-verbais de expressão, tão representantes do nosso "dizer" (dizendo até mesmo o que nem sempre queremos)? Seriam elas eliminadas ou substituídas, visto que no virtual praticamente tudo que se diz tem a oportunidade de ser pensando e analisado? Escrito por Ligia às 12h25[(1) Um conto] [envie esta mensagem] []

[Andressa] [aampontes@hotmail.com] Olá Lígia, q bom q apareceu!Pois bem, queria ressaltar alguns termos que vc colocou que poderiam ser mais explicados, noq se refere ao que vc quis dizer, como por exemplo: " construção do ser virtual", em que esse virtual muitas vezes Kleber nos puxa a orelha dizendo q não é assim q se fala e blá blá blá... Entendi o q vc quis dizer mas seria interessante discutir que não é virual mas outro nome, já que virtual são outras tantas coisas. Achei interessante a análise de "níveis de expressão não-verbais", apesar de que não sei se não níveis mas opções. Tb interessante colocar a identificação, já que tem a ver com o tal do consumismo, idéia de mercado, venda e tal de uma imagem... Mas oq quis dizer com esse outro termo "auto-conceito"? Ah, qto às formas não-verbais e expressões ao vivo que falou, realmente acredito q por mais q tenha-se construídos outras narealidade cibernética, não dará conta dessas do cotidiano, tendo em vista que são outras e alpem disso novas experiências. Inté 04/06/2007 16:56
30/05/2007
“Desde que já não estivesse de antemão no jogo manipulador que se faz com as informações, com a produção de significados, de desejos, tudo em prol de se manter a lógica capitalista, a lógica de mercado. Assim tb podemos pensar a internet, tb como um fomentador do consumismo exarcebado e da manutenção de tal lógica”. Acho bem verdade isso que Andressa acabou de falar, nessa questão do se vender, por querer consumir, e para isso você está engendrado nessa lógica, como Bordieu falou e Herica citou: todos são manipuladores e manipulado, não só na televisão, mas na internet e no orkut. As pessoas se permitem vender, porque a “graça” do jogo parece ser consumir mesmo, tudo e todos a todo tempo e aí também entra a questão do “ser é ser percebido”, o que então poderia se entender como que a lógica do ser percebido perpassa de algum modo pelo ser consumido e de certo modo, saber que se é consumido.


“O ato de apagar pode ser um ato de crítica, de pensar nos porquês, apesar de pensar nisso vai além, pois não se limita ao fato de se preservar ou não, existir recados e o controle ou não dos mesmos, a livre comunicação”. Essa questão é bem verdade também, apagar não exime totalmente a pessoa de estar envolvida na tal lógica da identificação com a opressão simbólica, nem da lógica dos manipulados, mas assim, pelo menos é possível apontar que houve uma pensamento acerca da plataforma orkut, pois houve ao menos de ser tomada uma decisão.

É isso...Escrito por Vanessa às 20h55[(1) Um conto] [envie esta mensagem] []
[Andressa] [aampontes@hotmail.com] Não sei se me coloquei claramente mas, acredito que essa questão de manipular e ser manipulado é algo como um jogo, que vi num texto de Bourdieu, sobre o Interesse. O que percebi é que se trata de algo intrinseco do cotidiano e somos tão envolvidos que não temos a criticidade necessária para refutar essa lógica. Ou seja, manipilamos por fazer parte do processo, e manipulados por estar envolvido num jogo que nos apreende, concentimos e nos perdemos. Qq coisa desenvolvo mais a idéia...Inté 31/05/2007 11:32
“Para que o que poderia ter se tornado um extraordinário instrumento de democracia direta, não se converta em instrumento de opressão simbólica". Essa citação realmente é muito importante, primeiro por deixar claro que Bordieu não pretende uma defesa da Televisão, ao menos, não como ela se configura atualmente e por tornar claro que o aparente objetivo inicial da televisão pode não estar sendo seguido, e realmente para mim e para Bordieu(creio eu) não está, na verdade pelo contrário, ela age como “instrumento de opressão simbólica”.
No entanto, como proposto por Kleber, é preciso estabelecer o que seria para nós ‘Democracia direta’ e também ‘Opressão Simbólica’. Penso que a democracia direta está para a realidade como semanticamente, assim, seria propor a igualdade claramente, na verdade, não apenas propor, mas de certa forma influenciar, valorizar, demonstrar (através do visual e do áudio, no caso da TV) a importância da democracia. Falando bem piegasmente (existe essa palavra?), transmitir aquilo que de fato é, entende? Não supervalorizar determinado partido porque esse paga para tanto, não colocar os negros sempre na cozinha, na senzala, nas novelas... Enfim, coisas assim... no momento me fogem exemplos.
Já a opressão simbólica, seria praticamente o oposto da democracia direta. A partir do momento que a televisão valoriza um determinado partido, ele oprime aqueles que não possuem condições de pagar, ou melhor, seria aqueles que não se subordinam a tais situações, ou ainda, quando os negros são excluídos da possibilidade de ascensão social nas novelas, oprime simbolicamente os negros, que se sentem subordinado a tais situações/posições. Essa opressão seria simbólica porque ela não se dá na realidade em si, os fatos ocorrem na televisão, e muitas vezes se trata da ficção, no entanto, ela é muito forte, posto que mesmo na tela da televisão, a opressão ultrapassa os limites e influenciam direta ou indiretamente as pessoas, o país e as situações em geral que envolvem o social. Ah, essa opressão pode ser encarada como simbólica também porque aqueles que são oprimidos de uma forma ou de outra sabem dessa opressão, como se existisse uma concordância entre os que oprimem e são oprimidos, e no caso da televisão especialmente, posto que, explicitamente ou ativamente não há nenhuma manifestação em massa referente a tal opressão.

Aí, acho que viajei...

Aterrizando agora... É engraçado porque parece que tudo o que pensei já foi dito. Também associei muitas vezes a televisão com o orkut, até mesmo transpondo o que está dito para e sobre a televisão, para a plataforma que estudamos. A questão apontada por Bordieu citando Berkeley, na página 16 do “ser, é ser percebido”, é muito presente na plataforma Orkut, ao menos, aparentemente, enfocando todas aquelas questões de apagar ou não scraps, ter ou não muitos amigos, comunidades de apagar ou não scraps e etc. Outra frase (já falada por Herica) que também tem muita ligação é: “Não se está ali para dizer alguma coisa, mas por razões bem outras, sobretudo para se fazer ver e ser visto”(16), o que corrobora a relação feita acima acerca da frase de Berkely.

Outra coisa que chamou minha atenção é que, aparentemente as pessoas não pensam sobre os porquês de se estar na Tv, de assistir e de ir a programas de televisão, penso, o Orkut opõe-se a essa lógica já que, o fato das pessoas apagarem o orkut, pode sim apontar um modismo, uma privatização do público, sequenciar uma “morte”, mas aponta, ou ao menos, passa por menor que seja, por um pensamento acerca do porque de tudo aquilo, ou no mínimo do porque de apagar.

Enfim, depois falo mais...=)
[kleber] [klebermatos@uol.com.br] Essa relação entre opressão simbólica e orkut tem tudo a ver. O orkut tem muito disso, muito mesmo, principalmente nessa referência, que vc resgata, de que na contemporaneidade, "ser -é ser percebido". Taí um bom mote para tocar a discussão da produção de identidades. A identidade é a busca do ser, do lugar do ser. abs!30/05/2007 06:39
[Andressa] [aampontes@hotmail.com] E desde qd q se pensa q ser é ser percebido? Quer dizer então q identidade é mais algo que se quer mostrar doq oq de fato é? Nesse caso estamos fugindo cada vez mais de uma autenticidade. Por sua vez, só ratificamos as produções de subjetividades, sendo guiadas por tendências e lógicas mercadológicas, de consumo. Ou seja, ser o que vigora, oq "tá na onda". Será q viajei? Inté31/05/2007 11:23
29/05/2007
No que diz respeito às indagações de Kleber, qto a "Democracia direta", acredito que antes devemos pensar oq significa uma democracia, que pode ser "fazer valer o direito da maioria". Qto ao "direta" não pensei muito sobre o caso, vcs podem ajudar qto a isso...hehehe. Mas se é possível observar a democracia acontecendo de fato em nossa realidade, acho q não, tendo em vista q a maioria da população sofre mais q a minoria e não se vê nem seus direitos serem resguardados. A TV, como instrumento de maniutenção da ordem simbíloca, estaria participando do exercício da democracia, desde que já não estivesse de antemão no jogo manipulador que se faz com as informações, com a produção de significados, de desejos, tudo em prol de se manter a lógica capitalista, a lógica de mercado. Assim tb podemos pensar a internet, tb como um fomentador do consumismo exarcebado e da manutenção de tal lógica.

Pois bem, então pensamos de que maneira diferente a TV e outros meios de comunicação poderiam estar participando em prol dessa democracia, principalmente indo de encontro a essa lógica? Como se coloca no livro, a partir do momento que a televisão não mais se afastar das informações pertinentes que preenchem o tempo raro c o vazio, ou seja, com informações que dariam subsídios para q os cidadãos pudessem contra-argumentar, pensar, criticar, lutar por seus direitos. Com isso não mais se estaria no que se refere a "censura invisível", que diz respeito ao fato de se limitar as condições de comunicação como o tempo, os assuntos, os discursos restringidos, por sua vez a autonomia! Coloca-se no livro a questão tb da "censura econômica", como uma pressão econômica sendo feita sobre os detentores do instrumento TV.

Aí então podemos encaixar o caso da Venezuela, que teve então cortado pelo Estado a renovação do contrato da rede RCTV, sob o argumento do presidente Hugo Chavez de prejudicar o socialismo. FALA NO JORNAL FOLHA ON LINE: "O fechamento da RCTV é mais um passo em direção à destruição da democracia na Venezuela. Chávez quer criar uma cultura em que vigore o pensamento único, e nem a oposição política nem a oposição social têm forças para resistir a esse ataque", diz Trino Márquez, 56, doutor em sociologia e professor da Universidade Central da Venezuela. Essa seria então considerada mais um tipo de manipulação de conteúdo a favor do que interessa ao Estado, não pondo em risco seus idéiais e lógicas. O diretor da Escola de Comunicação Social da Universidade Central de Caracas, Adolfo Herrera diz que a medida busca amedrontar outros meios de comunicação. "É um terrorismo disfarçado", afirma ele. Ora, não estamos muito longe desse mesmo terrorismo. Não será esse mesmo terrorismo imposto a nossos meios de comunicação, seja TV brasileira, seja na Internet ou outros meios de comunicação?

A colocação de Hérica foi pertinente ao falar da questão de "aqueles que dele participam são tão manipulados quanto manipuladores", apesar de que meu raciocínio foi diferente. Pensei na questão de participarmos do jogo da enunciação de significados, de partipar da lógica de mercado, mesmo no Orkut, mesmo no dia a dia, se trata do fato de não percebermos isso no intimo de nossas ações, porém, qd analisadas elas podem ser percebidas, criticadas e reavaliadas, afim de se tomar posturas diferenciadas. Assim acontece, mas não acredito que a incidência do poder significante imposto pela lógica de mercado seja tão fácil de se diluir, como Danilo pareceu ao colocar: "Mas é mais do que na hora de nos perguntarmos se o mesmo acontece na internet. Aqui, as classes dominantes se diluem e perdem o poder em certo sentido. Não existe uma midia que controla oque passa - o youtube está aí pra provar isso". Acredito q existem linhas de fuga mas que seja um trabalho de "microenunciação" (existe isso?), enfim, de suposta crítica e discussão, tendo clara a situação como ela é, foi e se processa.

Por isso tb ressalto a colocação de Vanessa qd fala: "fato das pessoas apagarem o orkut, pode sim apontar um modismo, uma privatização do público, sequenciar uma “morte”, mas aponta, ou ao menos, passa por menor que seja, por um pensamento acerca do porque de tudo aquilo, ou no mínimo do porque de apagar". Ou seja, o ato de apagar pode ser um ato de crítica, de pensar nos porquês, apesar de pensar nisso vai além, pois não se limita ao fato de se preservar ou não, existir recados e o controle ou não dos mesmos, a livre comunicação.

Bom, vou terminando por aqui, no decorrer das discussões e leitura vou me posicionando tb. Inté galera!

[kleber] [klebermatos@uol.com.br] Andressa, fiquei querendo saber mais de vc, sobre essa questão da democracia e do Chavez. Vou até voltar e ler de novo. è que democracia em si, acho que não existe. Ela é uma experiência e quando é uma, pode ser várias. Pois bem, para nossa experiência, digo a ordem simbólica brasileira, aquilo foi uma afronta. Mas a experiência é deles, dos venezuelanos. A ordem simbólica, se formos tratar assim, lá é outra. Gostei no seu texto e também nos outros a repercursão do que a gente tem falado. Isso mostra aqui, uma discussão. Muito bom. Animador. ABS!30/05/2007 06:48

[Andressa] [aampontes@hotmail.com] Pois é, como disse, se a democracia é um exercício da maioria, do cidadão, pode se dizer que não existe. Qto a ordem simbólica de lá já não sie bem como caracterizar, mas tendo em vista a realidade social de lá como não sendo tão boa, pode dizer que se aproxima da brasileira. Mas mesmo numa sociedade rica, em q a maioria vive bem (EUA), ainda assim vale refletir se a democracia é válida como uma forma de posicionamento de todos. Acredito que não. É uma farsa, para manter cada qual mais individual, segregando os sujeitos de seu coletivo. Inté31/05/2007 11:19
28/05/2007
Sobre a Televisao
Esta primeira citaçao posta pelo prof também foi a primeira afirmaçao que me chamou tençao, por talvez deixar claro a priore o olhar que o autor tem sobre o que está escrevendo (a televisao). Resta-nos discutir sobre como a tv pode realmente ser um instrumento de democracia sem exprimir alguma censura, viés, interpretações ou seleções, por quem tem acesso a ela, que possam levar a tal opressão.
Durante o primeiro capitulo, o estúdio e seus bastidores, relacionei muitos pontos do texto com a lógica do orkut, algumas coisas que já discutimos sobre essa plataforma. Uma das primeiras foi a respeito da idéia que o autor coloca de “ser é ser visto na televisão”, botando a tv como exibiçao narcisica. “Ao aceitar participar sem se preocupar em saber se se poderá dizer alguma, revela-se muito claramente que não se está ali para dizer alguma coisa, mas por razoes bem outras, sobre tudo para SE FAZER VER E SER VISTO” (pág. 16). Não tive como não associar esta afirmação com aquela discussão que tivemos sobre popularidade no que diz respeito ao “se fazer ver e ser visto”, e sobre o carater publico/privado que o orkut carrega. Nele nao necessariamente as pessoas estão preocupadas, no inicio pelo menos, o que será dito, mas o que pode ser dito ou mostrado para se deixarem ver.
Censura invisível: pelo que me parece o autor aponto que ela acontece em detrimento do assunto que é escolhido e exposto pelo jornalistas, do tempo (limitações), da pressão econômica determinada pelas pessoas que tem poder sobre a tv, etc. Aqui, podemos então voltar a questão da democracia e da opressão simbólica, talvez estes fatores que possivelmente influenciam a tv e o modo de como são aproveitados (digamos assim) contribuiriam e muito para essa opressão – principalmente o assunto escolhido e a forma de como é exposto.
Outra afirmação que me gerou uma pulguinha atrás da orelha: “as pessoas, de maneira geral, não gostam muito de ser tomadas como objetos, objetivadas, (...), quanto mais se avança na análise de um meio, mais se é levado a isentar os indivíduos de sua responsabilidade, e quanto melhor se compreende como ele funciona, mais se compreende também que aqueles que dele participam são tão manipulados quanto manipuladores” (p21). Me chamou atenção pq a relacionei com as pesquisas em psicologia, se isto aconteceu com a nossa pesquisa, considerando que nas entrevistas falamos para os usuários da nossa pesquisa e, considerando que nas comunidades não nos apresentamos.
Ainda tenho aqui algumas questões, mas estariam mais pra frente, por enquanto é isso!!
[kleber] [klebermatos@uol.com.br] Muito bom Hérica. As questões que vc traz são meuito importantes. Pego aqui o final, primeiramente; "manipulados e manipuladores" ao mesmo tempo. Acho que podemos conversar sobre isso, principalmente porque essa é a questão que mais se aproxima do campo psi no seu texto. Esse tipo de relação nos importa muito. Vamos aguardar um pouco para receber contribuições dos demais companheiros de pesquisa. Abraço!
[kleber] [klebermatos@uol.com.br] "...Então, como os meios que predominam na TV podem se moldar aos novos paradigmas de uma internet livre?". Danilo, na postagem anterior faz uma discussão sobre o que eu havia pontuado e termina o texto com essa questão. Acho que podemos tratar dela aqui. O que acham do que ele disse?29/05/2007 08:18
[Andressa] [aampontes@hotmail.com] Realmente foram muito boas as colocações de Hérica e até agora estão no início do texto, oq tem muito pano pra manga a ser discutido. No que diz respeito às indagações de Kleber, acredito que antes devemos pensar oq significa uma democracia, que seria, fazer valer o direito da maioria. Qto ao direta não pensei muito sobre o caso. Mas se a democracia de fato existe em nossa realidade, acho q não, tendo em vista q a maioria sofre mais q a minoria e não se vê nem seus direitos serem resguardados. A tv estaria participando do exercício da democracia, desde que já não estivesse de antemão no jogo manipulador que se faz com as informações, com a produção de significados, de desejos, tudo em prol de se manter a lógica capitalista, a lógica de mercado. Assim tb podemos pensar a internet, tb como um fomentador do consumismo exarcebado e da manutenção de tal lógica. 29/05/2007 21:33

O que quer Pierre Bourdieu com a TV?

Para que aquilo que "poderia ter se tornado um extraordinário instrumento de democracia direta, não se converta em instrumento de opressão simbólica" (p.13).
penso que essa citação pode nos ajudar a caminhar pelo texto do Bourdieu. Com essa linha escrita é possível apontar encaminhamentos interessantes para nosso estudo. Democracia direta, o que pressupõe? Como se configura em nossos dias? Como a Tv e os meios de comunicação de massa poderiam dela participar? Questões outras poderíamos formular e precisamos fazer isso. Entretanto, agora precisamos nos encontrar nas questões do Bourdieu. Quando discute o "estúdio e seus bastidores", ele fala de uma censura invisível. COMO ELA FUNCIONA? Fala em seguida no livro de um processo que OCULTA MOSTRANDO. Como isso acontece?
No e-mail da turma eu falei que Hugo Chavez fechou a Globo de lá. Não renovou a concessão. A mídia liberal tá mandando ver em críticas contra a liberdade e tal. Acho que é um momento interessante para refletir sobre isso. Aguardo comentários e postagens sobre>
Abraço PS: Amanhã não tem reunião. A reunião é HOJE (TODO DIA), por aqui, até a próxima terça. Conectem-se.
Escrito por Kleber Matos às 07h54[(2) Enciclopédia] [envie esta mensagem] []

[Danilo] [danilo_joker86@hotmail.com] Como o próprio Bourdieu assinala,não se trata de ser contra a televisão, mas sim, de saber quais os rumos que esta tomou e que não necessariamente estariam dentro das intenções primordiais da criação de um instrumento de comunicação massificado - ou será que a possibilidade facil e tentadora de controle existia desde o começo?. Acho que assim com oa televisão, o orkut toma rumos aleatórios de acordo com o momento histórico e que saem do controle de apenas uma massa dominante. o senso comum diz que a classe dominante, as elites, controlam o que passam ou deixa de passar na televisão. Mas é mais do que na hora de nos perguntarmos se o mesmo acontece na internet. Aqui, as classes dominantes se diluem e perdem o poder em certo sentido. Não existe uma midia que controla oque passa - o youtube está aí pra provar isso - Não existe nenhuma gravadora que coloque preços altos e obrige-nos a comprar os seus cd's - podemos baixar em 30 minutos, e de graça - 28/05/2007 23:31
[Danilo] [danilo_joker86@hotmail.com] [ continuando] não precisamos ter medo de sermos aceitos por algum filtro que avaliará nossas palavras, porque podemos ter um blog e publicar quantas vezes quisermos, sobre o que quisermos. Então, como os meios que predominam na TV podem se moldar aos novos paradigmas de uma internet livre?28/05/2007 23:35