15 de ago. de 2007
ATA - Reunião 14.08.07
- Entrevista com Marcus, Andressa e Lígia (UFS Ciência)
- Greve: nova proposta de trabalho feita por Kleber
TAREFAS
- Colocar o email do grupo para receber as informações do Blog
- Kleber: postar mais detalhadamente sobre a nova proposta de trabalho (interesses, tarefas, metodologia, propostas).
-Todos: colocar aqui o MSN para uma possível reunião com interessados em tal trabalho.
PRÓXIMA REUNIÃO
- Continuar a leitura e a discussão do texto “As dobras da subjetivação capitalística”
13 de ago. de 2007
Estamos dobrando?
Assim, solicito de todos a leitura do capítulo A invenção do social, principalmente dos dois primeiros tópicos que eu trabalhei aqui, pois amanhã a discussão passa por isso.
Como estamos todos crescidinhos, o mínimo precisa ser cobrado. Sei das dificuldades de trabalhar em grupo, mas esse grupo já tem uma bagagem para não se permitir algumas coisas e eu estou contando com isso.
Não podemos permitir uma divisão flagrante entre pessoas que estão e pessoas que estão mais ou menos no grupo. Acho que a pesquisa do Pibic reforça essa idéia, mas ela não é verdadeira por si. O Pibic é uma responsabilidade extra num grupo que precisa ter seu interesse pautado noutra modalidade de compromisso: vontade.
Nossas leituras estão avançando bem, mas todos nós estamos avançando de algum modo com elas? Isso precisa ser dito. O blog é o espaço preferencial para isso, já que ele é o nosso AO VIVO, 24 horas. Está sendo? Estamos dobrando enquanto um grupo?
10 de ago. de 2007
“As dobras da subjetivação capitalística”
Desse modo, refletir sobre a diferença do pensamento que faz curva e do pensamento em linha reta ajuda a compreender o que Rosane Silva quer com esse texto que apresento. Sei que é estranho divagar sobre a flexibilidade de um pensamento, mas para discutir a dobra de alguma coisa, temos que nos relacionar antes com uma ferramenta de acesso a essa coisa que também faça dobra, do contrário, perde-se contato com aquilo que está em análise e faz dobra.
Em outras palavras, é necessário um pensamento que faça curva para perceber e analisar aquilo que em movimento, não se mantém em linha reta. Aponto assim para a questão que inicia esse comentário: no que se refere à análise de algo, muitas vezes se perde a dobra, por não utilizar uma ferramenta que torne essa dobra perceptível. Ressalto que isso não é uma questão técnica. É antes uma questão política e tem a ver com aquilo que Andressa falava do texto de Heliana Conde sobre experiência e temporalidade e os três modos de análise dos sentidos: positivista; indiciário e genealógico.
Dito isso, passo ao texto que tematiza as dobras da subjetivação capitalísticas e o que isso tem a ver com as condições para a invenção de uma psicologia social. Lembro que estou a falar da 2ª configuração do social e como essa institucionalização demandou um conhecimento sobre o indivíduo e sobre o mundo.
Essa 2ª configuração do social implicava numa complexificação imensa daquilo que requeria uma administração formal da vida. Na 1ª configuração se tratava apenas de uma assistência aos desvalidos (século XIII), agora (século XIX) essa política era insuficiente. A vida estava enriquecida de sentidos, tornara-se mais plural e para administrar esse pluralismo ou essas novas práticas sociais, foram requeridos novos saberes, novos entendimentos para compreensão e administração dessa experiência. Essa requisição apontava para o caráter científico para lidar com a dimensão do humano da vida.
Rosane usa Foucault para mergulhar nessa questão. Lembra que a “emergência histórica de cada uma das ciências humanas se deu por ocasião de um problema, de uma exigência, de um obstáculo de ordem teórica é prática” (SILVA apud FOUCAULT, 2005, p. 27). Ora, o que eles estão a dizer é que a política com mais força naquele momento buscava estabelecer uma ORDEM para encaminhar o PROGRESSO. Isso já se fazia a passos largos nos domínios das ciências naturais e exatas. Entretanto, no que diz respeito às relações humanas, havia uma grande carência de saber normativo. Requeria-se a objetivação urgente do social e daquilo que era individual. Esses dois processos eram complementares, mas havia interesse em administrá-los de maneira distinta. Olhando uma representação contemporânea do saber normativo, podemos pensar um pouco sobre isso: SOCIOLOGIA, PSICOLOGIA, PSICOLOGIA SOCIAL. Estranha separação, entretanto real.
Voltando ao texto, acho que a lógica das dobras ajuda a analisar essa questão. Silva (2005) nos encaminha para esse modo de análise, que seria perceber a curvatura das coisas, ou seja, seu processo de subjetivação. Ressalta que “um processo de subjetivação traduz, o modo singular pelo qual se produz a flexão ou a curvatura de um certo tipo de relação de forças” (2005, p. 28). Essa curvatura se caracteriza como um movimento onde a linha (o dentro) verga diante das forças (fora) com as quais se relaciona. Ou como prefere Silva, “a dobra, nesse caso, pode ser caracterizada como o ponto de inflexão através do qual se constitui um determinado tipo de relação consigo; o modo pelo qual se produz um Dentro do Fora” (apud Deleuze, 2005 p.28).
As dobras no que se refere as seus modos de inflexão, podem ser alocadas em quatro formatações, para o filósofo que trouxe ao mundo esse modo de caracterizar transformações no fazer humano, no caso Gilles Deleuze. Diz ele no texto de Silva:
“A primeira concerne à ‘parte material de nós mesmos que vai ser cercada, apanhada na dobra’ (o corpo, entre os gregos; a carne, entre os cristãos, e assim por diante). A segunda é a ‘regra singular’ pela qual ‘a relação de forças é vergada para tornar-se relação consigo” (pode ser tanto uma regra ‘divina’, ‘racional’, estética, ou outra, conforme o caso). A terceira é a maneira pela qual se constitui uma relação entre saber e verdade. A quarta se refere àquilo que, de diferentes maneiras, o sujeito espera (a eternidade, a saúde, a liberdade ou a morte). Esta última dobra pressupõe uma divisão entre o dentro e o fora” (2005, p. 29).
Rosane busca no seu trabalho compreender a 2ª configuração do social e a objetivação do social e do indivíduo a partir dessas dobras. Aponta então que:
Ø Primeira dobra: disciplinar o corpo, vinculando-o a um lugar preciso de produção. Vigilância espaço/temporal.
Ø Segunda dobra: modelo racional de equivalência, segmentação e homogênese dos universos de valor.
Ø Terceira dobra: indivíduo que se reconhece como sujeito e como objeto de conhecimento.
Ø Quarta dobra: movimento de dupla captura: individual e social. Individualização do social e “achatamento e sistemática homogeneização da experiência subjetiva”.
Dobra por dobra, vamos então desdobrar um pouco o sentido de cada uma. A primeira dobra, Rosana entende que se refere ao processo de individualização dos corpos. Isso está detalhado no capítulo A disciplina, do livro Vigiar e Punir (M. Foucault). Essa primeira dobra buscar fundar um sujeito disposto a manipulação da vida e dele mesmo. É a primeira flexibilização que a humanidade experimenta de modo coletivo e amplo. Para tanto, a possibilidade de controle desse ser, disposto à disciplina, implica em irrestrito controle das condições espaciais e da relação dele com o tempo.
Inicia-se aí uma política de localização espaço-temporal dos seres humanos, pois essa é a única maneira que existe para fazer com que ele se reconheça enquanto um ser diferenciado dentro de um contingente de outros seres humanos. É como se o GPS psicológico tivesse sido inventado lá, ao longo do século XIX. O controle do espaço se dá pela inscrição nos espaços, ou seja, pela especificidade funcional de um espaço onde se está localizado. O quartel, o hospital e a escola são os primeiros lugares a implementar essa política. O tempo é agregado a esse dispositivo disciplinar. Ele é que faz a inscrição do corpo dócil, quando está nesses lugares, ou seja, o tempo dos gestos e o tempo de permanência produzem saberes sobre os gestos e as permanências.
Exemplo: haveria diferenças entre pessoas que ficam dias num espaço, que ficam muitas horas todos dias, que ficam poucas horas alguns dias, que ficam alguns minutos ocasionalmente num espaço? Vamos pensar pelas dobras e ver o sentido que a administração do tempo de permanência permite saber sobre o espaço que se analisa.
É analisando esse tipo de acontecimento que essa primeira dobra vai fundar o corpo individual, quando se fala da 2ª configuração do social. Diz Rosane Silvas: “A noção de indivíduo é então forjada através da lógica disciplinar instaurada no interior de um ambiente fechado, a partir de sujeição dos corpos a uma regra de visibilidade no espaço e uma regra de segmentaridade no tempo; com isso, seria possível exercer uma vigilância generalizada” (2005, p. 31).
Não se pode esquecer que o capitalismo estava em processo de grande ascensão no século XIX e suas digitais estavam também na implementação dessa sociedade disciplinar, que constrói indivíduos em corpo humanos e lhe confere um estatuto, no caso uma identidade, que é efeito de uma produção de subjetividade privatizada, ou seja, formalizada para um viver delimitado (se isso ficou confuso, explico em reunião).
Chegamos então a 2ª dobra, que Rosane define como a reificação imaterial. Expressão estranha essa; reificação imaterial. Digamos assim, ele está querendo nos dizer que paira no ar um processo de refundação de uma idealidade. A realização de uma abstração.
Lembro que até a Revolução Francesa e o movimento do Romantismo, a subjetividade estava ligada aos modos de produção territorializados, ou seja, se vivia o que se vivia em nome de alguma coisa a qual era possível apontar, alguma coisa que tinha uma materialidade formulada, como a família, por exemplo. O pai que fazia a filha se casar por um interesse da família, a tia que queria que a sobrinha fosse freira por um interesse da família, a mãe que queria um filho doutor na família.
A 2ª configuração do social vai iniciar um processo que rompe com essas territorialidades que estavam estabilizadas. A partir do momento em que o indivíduo emerge nesses territórios, nos mesmo se deflagra um processo de fragmentação, um desmanchamento ou o que Deleuze e Guattari chamam de desterritorialização. Ainda referente aquele exemplo da família, é como se o filho chegasse para a mãe e dissesse: “Hey mãe !! Não sou mais menino. Não é justo que também queira parir meu destino. Você já fez a sua parte. Me pondo no mundo, que agora é meu dono , mãe. E nos seus planos não estão você” (música de Erasmo Carlos. Já ouviram falar?).Essa frase do poema de Erasmo foi experimentada inúmeras vezes nesse dito mundo, antes dele experimentar essa condição de vida, pelo anos de 1960. Mas ele pode experimentá-la porque ela se fez força ou dobra, nessa desterritorialização de valores fundados um século antes de seu nascimento.
Mas aquilo que se desterritorializa tende a uma nova composição. Daí aquela energia/valor/sentido desgarrada se conectar a uma outra (nova dobra) buscando a experiência de estalização. Sem os valores fundados e fundantes, a dimensão do indivíduo vai ter um peso significativo nesse desDOBRAmento. Essa maneira de transformar a si e o mundo é que traz sentido para essa história reificação imaterial, pois há um contínuo e disperso modo de se apropriar da vida de modo EGOísta, que vai produzir o que Félix Guattari chama um modo de subjetivação capitalístico.
Pra fixar: essa dimensão imaterial pode ser tomada como a “constituição de um novo tipo de relação consigo. Duplo movimento: desterritorialização, marcado pela destruição dos sistemas de valor tradicionais, e outro de reterritorialização, marcado pela recomposição dos valores que foram destruídos em cima de modelos funcionalmente similares a estes” (SILVA, 2005, p. 33).
Nessa dobra é importante marcar que essa apropriação do sentido a uma identidade, potencializa uma homogeneização da vida. Mais produção de identidade pelo que se é possível representar, dentre elas as possibilidades de consumo, por exemplo.
A 3ª dobra tida como a objetivação de si e do mundo poderia ser denominada também como a dobra do saber. Nela a 2ª constituição social experimenta a produção de um “regime de verdade” com a finalidade de trazer conscistência para seu negócio.
A expressão regime (dieta) na contemporaneidade não guarda dificuldade de compreensão de sentido. Guarda, entretanto, dificuldade de experiência linear e efetiva, que não se dobre ao primeiro impulso. Lá no século XIX, a dieta não se relacionava a obesidade, mas àquilo que não deveria ser utilizado como verdade. Dieta da verdade ou regime de verdade. Diz Silva que um regime de verdade é “conjunto de regras segundo as quais se distingue o verdadeiro do falso e se vinculam ao verdadeiro, efeitos específicos de poder, (por isso) não há relação de poder sem constituição correlativa de um campo de saber, nem saber que não suponha e não constitua ao mesmo tempo relações de poder” (apud FOUCAULT, 2005, p. 34).
É nessa dobra ou clivagem que se estabelecem as mais declaradas juras de amor entre o conhecimento e o capitalismo. A racionalidade moderna, para Rosane, vai legitimar o princípio da equivalência generalizada. “(...) a realização máxima desse sistema de racionalidade se traduz pela invenção de uma subjetividade privatizada cujo protótipo é precisamente esse homo psychologicus que emerge ao mesmo tempo como sujeito e objeto de investigação no quadro desse novo corpo de conhecimentos chamado “ciências humanas”, e que constitui assim o fundamento necessário para legitimar a idéia de indivíduo tão cara ao desenvolvimento do modelo capitalista” (2005, p. 35)
Nesse momento o sujeito moderno realiza a máxima cartesiana de REPRESENTA A SI E AO MUNDO de modo específico e positivo. Fica estabelecida como realidade a dicotomia sujeito/mundo, posto teres eles agora representações distintas. Quando vivo, Descartes havia estabelecido essa relação enquanto promessa. Sou porque penso, aquilo que não pensa é o mundo. Agora o ser e o mundo tinham especificidades distintas. A lógica cartesiana estava caracterizada.
Por fim a 4ª dobra, a dupla captura. Rosane acaba de dizer que houve uma caracterização do que é um sujeito, do que é o mundo com a emergência e desenvolvimento da 2ª configuração do social. Essa caracterização separa, distingue um do outro normativamente, legalmente. Aqui é importante lembrar daquela história de relações informais e relações formais que marcam a emergência do SOCIAL.
Pois bem, o dito social e a sua política, diante da separação, estabelecem modos de aproximação entre o sujeito e o mundo. Maneira de o sujeito reconhecer o mundo e de ser reconhecido nele. Percebam que usei o prefixo RE antes conhecer. Isso foi proposital, pois o conhecer agora está limitado ao normativo, à regra do social inventado e caracterizado cientificamente.
É nesse instante que acontece a dupla captura. Rosane explica assim: “O artifício desse movimento de dupla captura consiste em criar uma regra de identidade entre esses dois registros (o social e o individual) que ao mesmo tempo os opõe (como se fossem duas séries dicotômicas) e os aproxima (como se pudesse explicar ou ser explicado pelo outro), criando desse modo, uma espécie de aderência entre os dois termos” (2005, p. 38).
Demorei, mas cheguei.
Abraço!
8 de ago. de 2007
- Rafaela:
- Xerox de "Cartografia Sentimental": R$ 9,50 (com Karine)
- Resenhas - Data de Entrega: 28.08.07 (ver regras da ABNT)
- Lígia e Rafaela: capítulo 5 "Comunicação e Controle Social"
- João e Bruna: artigo "O Ciberespaço: o termo, a definição e o conceito" (Silvana Drumond Monteiro)
- Karine e Nelma: "Cartografia Sentimental"
- Andressa: "Para Desencaminhar o Presente Psi"
- Fichamentos de textos de Foucault - Data de Entrega: 28.08.07
- Marcus (Danilo e Lígia): "A disciplina" ("Vigiar e Punir")
- Herica: "A loucura e a sociedade" ("Problematização do Sujeito: Psicologia, Psiquiatria e Psicanálise")
- Andressa: "O Nascimento da medicina social" ("Microfísica do Poder")
- Conclusão do texto "Para Desencaminhar o Presente Psi"
- Presença: Andressa, Bruna, Danilo, Herica, João, Karine, Lígia, Marcus, Rafaela, Vanessa
TAREFAS:
- Kleber: enviar novamente para o email do grupo o projeto do Pibic / inserir Bruna e Rafaela nos Blogs
- Andressa: inserir novas integrantes no email do grupo
- Trabalhar resenha de Marcus e Danilo ("Comunicação e Controle Social")
- Herica e Vanessa: concluir resenha ("Sobre a Televisão")
- Resenhas e Fichamentos
PRÓXIMA REUNIÃO:
- Local: sala próxima ao Departamento (UFS) / Hora: 14 hs / Data: 14/08/07
Outros interesses:
- Próxima reunião do Departamento: dia 22.08.07
"proibido colar cartazes"
A técnica do escritor em treze teses
Quem tem a intenção de passar à redação de uma obra mais extensa procure seu bem-estar e permita-se, depois da tarefa concluída, tudo o que não prejudica a continuação.
Fale do realizado, se quiser; contudo, durante o decorrer do trabalho, não leia nada dele para outros. Toda satisfação que você se proporciona através disso bloqueia seu ritmo. Com observância desse regime, o crescente desejo de comunicação acaba tornando-se motor do acabamento.
Nas circunstâncias de trabalho, procure escapar à mediania do cotidiano. Meia tranqüilidade, acompanhada de ruídos insípidos, degrada. Em contrapartida, o acompanhamento de um estudo musical ou de uma confusão de vozes pode tornar-se tão significativo para o trabalho quanto a perceptível quietude da noite. Se esta aguça o ouvido interior, aquele se torna a pedra de toque de uma dicção cuja própria plenitude sepulta em si os ruídos excêntricos.
Evite utensílios quaisquer. A pedante fixação a certos papéis, penas, tintas, é de utilidade. Não luxo, mas abundância desses utensílios é indispensável.
Não deixe nenhum pensamento passar incógnito e mantenha seu caderno de notas tão rigorosamente quanto a autoridade constituída mantém o registro de estrangeiros.
Torne sua pena esquiva à inspiração, e ela a atrairá com a força do imã. Quanto mais refletidamente você retarda a redação de uma idéia que ocorre, mais maduramente desdobrada ela se oferecerá a você. A fala conquista o pensamento, mas a escrita o domina.
Jamais deixe de escrever porque nada mais lhe ocorre. É um mandamento da honra literária só interromper quando um prazo (uma refeição, um encontro marcado) deve ser observado ou a obra está terminada.
Preencha a suspensão da inspiração passando a limpo o realizado. Com isso a intuição despertará.
Nulla dies sine línea – mas talvez semanas.
Nunca considere perfeita uma obra sobre a qual não se sentou uma vez desde a noite até o dia claro.
Não escreva a conclusão da obra no local de trabalho habitual. Nele você não encontraria coragem para isso.
Graus da composição: pensamento – estilo – escrita. O sentido de passar a limpo é que, em sua fixação, a atenção diz respeito somente à caligrafia. O pensamento mata a inspiração, o estilo acorrenta o pensamento, a escrita remunera o estilo.
A obra é a máscara mortuária da concepção.
2 de ago. de 2007
ATA - Reunião 31.07.07
- Comunicação da saída de John e possibilidade de entrada de mais 1 membro
- Entrevista na TV Aperipê: Marcus, Lígia e Andressa (ver com Fernanda se pode mesmo ser os 3)
- Discussão e esclarecimentos de questões sobre o texto postado por Kleber da 3ª parte "A invenção da Piscologia Social"
- Continuação do "Para desencaminhar o presente psi" -> Futuro do pretérito
- Criar uma agenda aqui no Blog com os contatos de todos o integrantes (podemos colocar nosso telefones, etc, aqui nos comentários)
- Entrega de Resenha dos pibiqueiros: a primeira a ser trabalhada será a de Marcus e Danilo (já publicada aqui no blog para discussão) - "Comunicação e Controle Social"
- Presença: Andressa, Danilo, Herica, João, Lígia, Marcus, Nelma, Vanessa
- Distribuição de outras resenhas para os demais participantes: João e Lígia ("Comunicação e Controle Social"; Nelma, Karine e Lorena (texto a ser definido por Kleber)
PRÓXIMA REUNIÃO
- Terminar a apresentação e discussão dotexto de Heliana Conde
- Ver o andamento das resenhas

31 de jul. de 2007
RESENHA
Livro organizado por Pedrinho Guareschi em 1991.
Uma análise dos meios de comunicação de massa. Procura detectar os mecanismos ocultos responsáveis pela alienação dos indivíduos. O autor aborda temas como ideologia, consciência de massa e manipulação.
O livro em questão divide-se em cinco capítulos: A realidade da comunicação – visão geral do fenômeno; Comunicação, Gestalt e Behaviorismo; Comunicação e Psicanálise; Comunicação e Produção de Subjetividade; e Comunicação e Teoria Crítica.
O capítulo inicial dessa obra faz com que pensemos como a comunicação está presente na construção da realidade, na detenção do poder, na cultura, no próprio controle social e como ela modifica tudo isso e fomenta um novo ser humano.
Fala-se na construção da realidade a partir de o que é comunicado, veiculado, passa a existir e o que não o é cai no esquecimento, no vazio, passando assim a não ser mais realidade. A comunicação tem duplo poder de fazer uma coisa existir ou deixar de existir. Esse poder, aqui colocado, é algo que deve ser particularmente analisado. Afinal de contas, deter essa construção da realidade significa possuir certo poder. Poder esse sobre a existência das coisas, sobre difusão de idéias e sobre a opinião pública e sua criação. Possuir a comunicação possibilita definir os outros, definir alguns grupos sociais como sendo bons ou ruins, piores ou melhores, de acordo com os que detém o poder. Ter o rosto na televisão ou a voz no rádio faz com que se consiga ser eleito. A conclusão lógica para isso é que a voz que desponta e a imagem que aparece é a de alguém que passa a existir, como afirma Guareschi. E no momento de se dar o voto, escolhe-se aqueles que existem.
No campo da cultura é que de longe se percebe a importância fundamental da comunicação. Sendo os meios de comunicação indispensáveis tanto na criação como na transmissão, mudança, legitimação e reprodução de determinada cultura. Capazes, assim, de subjugar outras culturas.
Esse subjugue passa a exercer parte da constituição do controle social. Dominação estabelecida pela comunicação se faz a partir da interioridade da consciência do outro. E assim o dominador estabelece em cima do dominado uma condenação e uma estigmatização a prática da verdade. Desse modo, a verdade só será daquele que possuir o poder da comunicação e consequentemente terá o controle em suas mãos. Deve-se então deixar de falar em Meio de Comunicação Social para em meios de informação, a serviço do controle social.
O segundo capítulo vai relacionar o behaviorismo e a Gestalt com a comunicação social, pois elas julgam que os princípios básicos dessas teorias psicológicas permitem uma reflexão a cerca da comunicação. Os anúncios e os anunciantes passam a se utilizar mais fortemente destas teorias e de outras a partir do momento que informar sobre o produto simplesmente não funcionava mais para a venda destes, assim essas mensagens passaram agora a impulsionarem uma compra irracional.
As duas teorias enfatizam o ambiente, e as respostas e percepção do sujeito. Dessa forma, as duas servem à manipulação ou ao menos a possibilidade de manipular o sujeito e talvez por isso, são tão amplamente usadas pela comunicação social direta ou indiretamente e consciente ou inconscientemente. O importante aqui é perceber as ferramentas que casa sistema ou teoria utiliza pra emitir pareceres.
No terceiro capitulo, o da Psicanálise, temos essa compreensão de ferramenta sendo utilizada também. A autora desse capítulo, Neuza Guareschi, coloca que nada acontece por acaso. E especialmente nas propagandas é perceptível o quanto esse sistema é manuseado. Não que seja como uma receita de bolo, mas que essa utilização estabelece uma razão para ser praticada nas propagandas é fato.
Guareschi comenta ainda sobre a sociedade capitalista na qual vivemos, onde as relações entre as pessoas são de exploração e dominação, e que poucos são os que podem acompanhar o consumismo exacerbado que se implanta nesse tipo de sociedade. A autora diz que mesmo sem condições a maioria deseja aquilo que as propagandas nos mostram. É, então, neste momento que a pressão, isto é, a quantidade de energia despendida para satisfazer o instinto, é muito maior justamente naqueles que não possuem essa condição, este desgaste maior de energia na busca da satisfação, é a “fábrica” das frustrações, que por sua vez geram as angústias que deixam as pessoas confusas e até perturbadas psiquicamente. Essa questão remete ao intenso processo de individualização que se experimenta hoje.
O capítulo seguinte vem tratar da relação feita entre os Meios de comunicação de massa e a produção de subjetividade, tendo por ponto de partida o desenvolvimento do capitalismo moderno que afeta as relações de produção e por sua vez determina a construção de uma subjetividade. É exatamente ligando esse processo aos Meios de Comunicação que essa situação se configura, pois se utilizando da linguagem intensiva, que estabelece conexão direta entre as instâncias psíquicas (definem o modo de perceber e construir o mundo) e o que é produzido pelo capitalismo. Por isso o desejo se torna uma intensidade sempre à procura da linguagem para que possa se expressar. Assim o processo basicamente acontece quando a mídia capta as intensidades, que são investidas de significados ao se criar uma linguagem onde o desejo se concretiza e acontece. Com isso o desejo perde ou anula seu anterior caráter ativo de possibilidade de produções singulares no social, que também faz perder a possibilidade de uma multiplicidade de singularidades revolucionárias. Tal fato aconteceu já que o desejo se vinculou a uma intensidade pluralística de sentidos. Portanto,é possível afirmar que os Meios de Comunicação são um importante equipamento maquínico capitalístico, já que cria o indivíduo do capitalismo mundial integrado (globalizado), ao mesmo tempo produz uma massa desenraizada produtiva (ou seja um indivíduo que técnico, que não se importa com sua história, que esquece dela), o que mantém um sistema hierarquizante de produções.
Creio que os meios de comunicação difundem, sim, uma concepção de mundo. E dizer que o real se cria no social também está valendo. Porém, nem todo mundo produz sua própria realidade. Têm muitas vítimas iludidas, sem poder de crítica e sem ver no horizonte uma realidade que lhe seja própria.
Aqueles que se sujeitam a esse poder são oprimidos. Já aos opressores cabe a tarefa de definir. Definir grupos sociais como sendo bons ou ruins. Subjugar tudo aquilo que lhe for prejudicial. Desmerecer tais coisas pelo fato de ter ou não poder. Foucault considera o poder como "um exercício, que se efetua, uma relação, que provoca resistências, porém nada fixo, mas sim com pontos móveis e transitórios que se distribuem por toda a estrutura social.". E sendo móvel ele pode estar aqui ou ali. Desse modo maleável o poder é barganha pra aqueles que o possui.
E a pergunta que fica é instumentalizar a casta dominante é realmente o certo? Dar-lhes mais poderes para cada vez mais aumentar as diferenças sociais é justo?
27 de jul. de 2007
Configurações do social
Fiz comentário dizendo que a genealogia pode ser entendida como uma metodologia que analisa como as coisas acontecem. Aqui nesse texto estou a tratar disso. Como para Rosane Neves da Silva o social aconteceu no mundo ocidental. Essa genealogia do social é fundamental para a compreensão da tese da invenção da psicologia social, que é a proposição do livro que estamos a discutir.
Pois bem, para Rosane “... a invenção do social implica um modo de intervenção que se distingue das relações informais entre os membros da sociedade em questão” (18p.). Isso significa que o social seria uma dimensão distinta das relações informais, mas estaria voltado para a administração de algo que acontece nessas relações. Por isso ela acentua a questão do modo de intervenção. Resumindo; a invenção de uma forma para lidar com a informalidade.
O desdobramento seguinte dessa afirmação é que essa ação que se volta para questões das relações informais, necessita assumir uma feição que lhe garanta o reconhecimento dessa modalidade de intervenção. Então, para Rosane, o social inventado requer uma configuração que se estabeleça, digamos assim, como sua política.
Ressalta que “É importante assinalar que, quando colocamos a idéia de configuração do social, não temos a intenção de precisar a origem das mesmas em termos cronológicos. As configurações são tomadas aqui como a superfície de inscrição de um conjunto de práticas que adquirem consistência em um determinado momento, ... (e que) traduzem um certo arranjo entre estratégias de poder e as técnicas de subjetivação”(SILVA, 2005, 18 p.).
Rosane então passa a apresentar duas configurações dessas estratégias de poder e técnicas de subjetivação que configuram o que ela está chamando de social. Nessa análise, ela vai se valer de dois importantes historiadores: Robert Castel e Jacques Donzelot. Por sinal esse segundo escreveu A polícia das famílias. Ótimo livro. Vale conferir quando houver oportunidade.
Daí emerge a 2ª configuração do social, que vai tratar da relação entre trabalho e pauperismo, já caracterizado pelos modos de produção capitalista. Diz Rosane Silva que “... a problematização do social resulta de uma fratura entre uma ordem jurídico política fundada sobre a igual soberania de todos, e uma ordem econômica que acarreta um aumento da miséria” (2205, 23 p.)
Como pano de fundo, a necessidade de mascaramento da realidade social. As multidões apareciam como um fenômeno e demandavam uma administração. Requeriam pela racionalidade de então um modo de administração. O social se torna objeto do conhecimento. “Aí reside a principal diferença com relação a primeira configuração: a objetivação do social enquanto um novo domínio de saber” (SILVA, 2005, 26 p.).
Parte 3 - "Das lições da história às experiências e experimentações: o abalo do presente"
Dando prosseguimento ao texto de Heliana Conde, a autora se utiliza do artigo de D'amaral e Pedro que trata da discussão sobre modos de temporalidade que os historiadores constroem e narram. Estes podem ser:
- História universal do tipo positivista - como se o narrador ocupasse o lugar do "fins dos tempo", ou seja, a extremidade de uma linha reta que caracteriza o tempo e a história. Esta história estaria caminhando em nossa direção. Pensa-se o passado como naturalmente justificado por uma cadeia causal de fatos justificados. Os positivistas foram os primeiros a admitir um fim da história, onde ocupariam o lugar idealizado, em que se estaria a meta, o objetivo, a finalidade a ser alcançada.
- O modo do paradigma indiciário - termo esse descrito por Carlo Ginzburg e significa dizer as práticas historiográficas quando posicionadas contra a história tipo positivista. Essa vertente acredita que o presente vive do passado e deste deve procurar uma verdade oculta e invisível. Seria então o presente um momento particular, pois construído a partir de certa realidade do passado.
- Modo de relacionar tempo e narrativa - do tipo foucaultiano, em que não foca nem na 1ª e nem na 2ª forma de entender temporalidade, mas sim numa que relaciona o presente com ele mesmo. Ou seja, uma história do presente expressada por Foucault para designar o trabalho construtivo do historiador, ao perceber o desprendimento do presente dele mesmo, quando "a história do presente é feita no presente sobre o presente".
Para melhor contribuir nesse entendimento que Conde se utiliza de um artigo de Deleuze que menciona que Foucault estaria fazendo um trabalho de filosofia dos dispositivos.Na afirmação de Deleuze: "Nós pertencemos aos dispositivos e agimos neles", aponta-se os conceitos de história e atual, em que o primeiro seria o que somos, e o segundo o que estamos em vias de nos tornar.
Fica mais claro ao distinguirmos o que seria o ontem, o hoje e o passado. Nesse caso o ontem é a dimensão do presente, pois é o que somos e deixamos de ser ao mesmo tempo. O hoje significa ser o atual, já que se trata do que estamos nos tornando. E o passado seria a história que se configura no espaço entre o ontem e o hoje. Dessa maneira, o passado não é o que nos fundamenta, mas sim algo ficcionado, de acordo com aquilo que existe nesse espaço entre o ontem e hoje, presente e atual, respectivamente. Porém, só válido desde que haja uma reflexão sobre esse movimento e quando assimilando novas experimentações.
Para Conde, esta possibilidade de conceber o mundo sob esse prisma de temporalidade fica estampado nos trabalhos de Deleuze, assim como nos últimos de Foucault. A problematização aparece sempre, mesmo quando interligada aos temas da biografia, da experiência e dos usos estratégicos da história. O que acontecia é que a experiência, aliada a uma reflexão historiográfica, quando envolvida por uma inquietação, torna-se um ponto de partida para um trabalho teórico, prático e político. Daí podemos chamar de "experiências transformadoras", como Foucault mesmo denominou. Seria a partir dessas experiências, as quais estariam comprometidas em se engajar politicamente, confrontar normas institucionais, entre outros, que o trabalho teórico de Foucault se construiu, levando a "algum fragmento de autobiografia".
Assim foram com obras como História da Loucura, em que freqüentou hospitais psiquiátricos ou na obra Arqueologia do saber (dessa obra não saberia bem explicar como procedeu a sua experiência). Também aconteceu com a obra Vigiar e Punir, que a partir das experiências do Grupo de Informações sobre as Prisões (GIP), aparentemente particular a um certo lugar, demonstrava-se bem mais ampla, pois estaria inscrita em algo que estava em curso, em ações não afastadas, mas comuns. Este livro torna-se um sucesso como empreendimento historiográfico, já que se trata de um livro-experiência em pró da transformação, e não um mero livro-verdade ou livro-demonstração.As experiências dita transformadora, ficam claras em obras foucaltianas da década de 70 e 80, em que focava nos modos de subjetivação, ética e governamentabilidade, pois denunciava a compreensão identitária e subjetiva sob a forma de componentes compreendidos como naturais e profundos. O próprio autor afirma, praticar uma espécie de ficção história, sob o propósito de interferindo entendimento que fica entre nossa realidade e o que se sabe da história passada.
Um dos filósofos bastante admirados por Foulcault foi Nietzche, que emite a idéia de que não é interessante relacionar os homens ao seu tempo, mas sim que a cada momento eles estejam em luta contra seu tempo, o que significa que a obras trazidas por autores seja eles qual for deveriam ter "efeito sobre a vida e sobre a ação". Foucault mesmo numa entrevista em 1978 para Ducio Trombadori relata que um experimentador, mais do que um teórico, constrói seus livros a partir de experiências, sendo esta caracterizada pela transformação que traz e se encontra na escrita para mudar a si mesmo e aos outros. Estaria se falando de uma des-subjetivação, pois seria o ato de "arrancar o sujeito de si mesmo, fazer com que ele não seja mais ele mesmo". No fim, esse tipo de livro possibilitará estabelecer novas relações.
Conde conclui que os livros-experiências psi não nos intoxicaria com saberes psicológicos pretensamente nobres, orgânicos e maiores, como os livros-verdade ou livros-demonstração. Por isso que no texto-apresentação do livro "Foulcault e a Psicologia", a autora busca fazer articulações entre biografia, temporalidade e experiência, por se sentir tocada pelas idéias das "experiências biográficas transformadoras" dos autores que compõem o livro. Estes autores seriam o exemplo de que se pode ir além das grandes narrativas e ter livros tal qual obras de arte que se propõem fazer arqueologias, problematizações auto-reflexivas e interferências em jogos de verdade. A alternativa de se fazer livros-verdade seria uma tentativa de iluminar o olhar daqueles que só enxergam um ilusório descaminho, isto por estarem desimplicados com a realidade, precisando nada mais do que se livrar do que sufoca e com isso "respirar junto", assim como menciona Guatarri, indicado pela autora, como se houvesse conspiração realizada pelos leitores destes livros.
26 de jul. de 2007
ATA - Reunião 24.07.07
- Visita de Fernanda da TV Aperipê: entrevista com Kleber dia 06.08; matéria com Andressa e Marcus daqui a 15 dias
- Discussão da organização do grupo: cada um fica resposável por suas próprias tarefas
- Continuação da Apresentação do texto "Para Desencaminhar o presente Psi": leitura e discussão dos textos postados por Andressa aqui no Blog
- Indicação de Leitura ---> "Cartografia Sentimental"
- Presença: Andressa, Danilo, Herica, Karine, João, Lígia, Nelma, Marcus, Vanessa.
TAREFAS:
- Kleber: postar os textos do capítulo 1 "A Invenção da Psicologia Social"
- Após a 'postagem' de Kleber, os outros capítulo já podem ser publicados aqui.
- Resenha dos pibiqueiros. Data de entrega: 31.07.07 (com proposta de prorrogação). Kleber pretender conversar sobre as resenhas produzidas individualmente com os pibiqueiros
PRÓXIMA REUNIÃO
- Dia: 31.07.07 / Hora: 14 hs / Local: UFS (sala próxima ao departamento)
- Continuar a apresentação do texto de Heliana Conde
- Discutir as resenhas com pibiqueiros
Futuras leituras:
- "Elementos para a crítica da cibercultura" (Francisco Rüdiger) - leitura obrigatória
- "Cartografia Sentimental: transformações contemporâneas do desejo" (Suely Rolnik) - leitura complementar
24 de jul. de 2007
Uma maneira de produzir resenhas
A resenha se constitui de comentários sobre o conteúdo de uma obra, sendo elaborada para fins de sua publicação/divulgação ou como atividade acadêmica. Para a sua elaboração são recomendados além de uma leitura rigorosa a observação dos seguintes a observação dos seguintes procedimentos:
- colocar a referência de forma destacada, antes do início do texto.
- iniciar a redação com informes sobre o autor, época em que o texto foi escrito, comentários breves sobre objetivos do texto e sua idéia central.
- fazer a síntese de cada parte do assunto, ou capítulo, seguindo a mesma estrutura lógica adotada pelo autor do texto, e fazendo ao mesmo tempo reflexões sobre os elementos contidos em sua análise.
- criticar o texto, considerando: publicação, revisão textual, atualização de gráficos e tabelas, atualização da bibliografia utilizada, sequência e organização do texto.
- concluir com comentários pessoais, analisando a importância do texto, sua influência na área a que pertence e as consequências mais relevantes.
- elaborar o texto de forma sintética, com 3 a 5 páginas.
Texto retirado de:
COSTA, A. R. F. , BERTOLDO, E., PIZZI, L.C.V., LUIS, S.M.B. Orientações metodológicas para a produção de trabalhos acadêmicos. 7 ed. Maceió: EDUFAL, 2006.
23 de jul. de 2007
21 de jul. de 2007
Para desencaminhar o presente Psi - parte 2 "Futuro do Pretérito"
Para tal insurreição destes tipos de saberes, inclui tanto o saber histórico, estes dessingularizados no interior de sistemas de saber, quanto o de pessoas. Este, particiularmente, diz respeito a um saber que não é unanime, mas é diferencial, por se opor a todos os outros saberes ao seu redor. Por conta disso foi deixado de lado, ou mesmo subordinado. Por isso é que Foucault afirma a importância da crítica local, pois unindo esse dito saber sem valor na erudição, ou desqualificado pela hierarquia dos conhecimentos e das ciências, é antes de tudo o saber histórico da luta.
Conde defronta em seguida a afirmação de Barthes e a indagação-resposta de Arlette Farge à afirmação feita. O primeiro coloca que a história seria como um sonho, pois consegue conjulgar, sem assombro e convicção, a morte a e vida. Porém o segundo rebate indagando que como pode ser possível fazer tal conjulgação, dessa vez com assombro e convicção, de maneira que história não seja sonho. Isso faz pensar que história não poderia funcionar de outra forma, quer dizer, não se trata de ser sonho, algo ilusório, mas sim ativo, convicto e mesmo que com assombro, já que mesmo aquilo que desestabiliza deve ser encarado. (Inserção de entendimento de minha parte, podem retrucar...). A autora então completa com as palavras de Farge que história seria "um meio de se decidir quanto ao presente e, quem sabe, quanto ao futuro?", e a autora continua afirmando: "O futuro do presente se vê, assim, implicado no futuro do pretérito".
De acordo com a autora, Foucault chama atenção do quanto a história pode ter de estratégico, visto que é possível elaborar certas narrativas, ou mesmo encerrar as grandes, para que se constitua algo distinto do que se tem como desencantado ou quietista. Existiria uma "valiosa inquietação" ante ao que concebe "dado, coerente, óbvio, lógico, previsível, evidente, funcional ou nobremente científico". É possível observar com isso que Foucault não concorda com a cientificidade, mas ao contrário, com a possibilidade, de ao unir os saberes históricos e pessoais, produzir genealogias, que são consideradas "anti-ciências", já que tem a função de ir de encontro aos tais discursos totalizantes. Torna-se, então, uma postura de contariedade diante do que é dito estabelecido.
19 de jul. de 2007
"Para desencaminhar o presente Psi: biografia, temporalidade e experiência em Michel Foucault"
Continuando a fazer uma menção geral de seu objetivo, a autora comenta que Michel Foucault afirmou que seus escritos seriam “fragmentos de autobiografia”. Essa afirmação poderia ser comparada a certa “identificação disciplinar” que alguns psicólogos tivessem em relação às hipóteses de trabalho de Foucault. Mas pensando em biografia, tem-se nas colocações de Didier Eribon apenas que Foucault teria tido uma juventude passando por hospitais psiquiátricos, fascinado pelo teste Rorschart, lecionou Psicologia e inclusive pensou em se tornar um. Ora, essa forma de se fazer Biografia, ao olhar de Conde, demonstra ser oposto à menção de sujeito constituinte, que possui muito mais do que meras considerações de ações, posições, entre outros. Ou seja, torna-se necessário evitar enfoques redutores, daí a necessidade de acordo com a autora e se tecer as explicações e articulações do que Foucault fez sobre temporalidade e experiência.
Nesse intuito, tentando dar conta dessas conceituações, a autora inicia comentando sobre a obra “A palavra e as coisas” que teria sido mais um exemplar do ápice do estruturalismo na França, onde inclusive se estaria tratando de epistemes - “conjunto de regras a que obedecem os modos de ver e dizer presentes em um conjunto de saber simultâneos”, ou seja, saberes que vieram antes de serem enquadrados pelas ciências. Entres esses epistemes tem o descontínuo, caracterizado por uma série de sistemas de longa duração. Porém, afim de defender dessa menção anteriormente que Conde vai trazer duas passagens desse mesmo livro: uma que trata do descontínuo, considerado por aquilo que dá acesso à erosão do que vem de fora, ao pensamento que está fora do domínio daquilo que se tem contato, de certa forma, conduzido pela cultura de uma sociedade, daí a autora se indaga de como um pensamento pode ter lugar no mundo e não cesse de começar sempre de novo?
A segunda passagem colocada por Conde fala do problema das mutações, de se é possível explica-las por acontecimentos ou leis. Tais mutações são exatamente aquilo que faz com que se perceba as coisas de forma diferente. No entanto, a autora enfatiza que não basta explicar as mutações, mas sim analisar essa abertura na continuidade, esse acontecimento radical que transforma a superfície do saber e que se é possível observar os abalos e efeitos. Nesse caso, de acordo com livro mencionado, ressalva-se que quanto às descontinuidades, levando em conta os pensamentos ou discursos, tona-se necessário fazer correlações, seja para descobrir ou inventar, com outros tipos de séries. Já no que tange as estruturas, para que de fato apareçam, não devem seguir leis, mas sim os acontecimentos, desde que problematizados. Ou seja, Conde relata que para um livro tão estruturalista, como pode ter Foucalt ter combinado acontecimento e estrutura, “dar conta da estrutura através do acontecimento!”? No entanto, o acontecimento aqui não está ligado a grandes feitos, nem mesmo fatos consumados, mas que apontem a entrada de forças ou ocorrências de acontecimentos rupturais. Com isso, para a coerência do sujeito e/ou suas causalidades poderia ser admitida a diferença.
Para melhor elucidar essas e outras questões, Conde se utilizará do comentador, um tipo de função que não agradava a Foucault, mas que no caso de Mitchell Dean, coube ser trazido. Este teórico se dizia insatisfeito com o recurso das categorias globalizantes, que seria tudo aquilo que compõe a modernização. Através destas categorias é que ciências sociais tentam compreender o presente, conseguiram o prestígio de uma ciência nomotética*, sob o preço de negar a presença da história, apesar de serem chamadas de ciência da história. A sociologia estaria integrando duas formas duas formas aparentemente contrastantes, de acordo com Dean.
Uma dessas formas é a teoria progressivista, que “defende um esquema de progresso social fundado em uma teleologia”, seja “da razão, da tecnologia ou da produção”. Existiriam, então, narrativas denominadas de alto modernismo, que embasariam suas explicações de maneira geral ou causal, com um caráter semelhante ao de uma lei. A outra forma mencionada é a da teoria crítica, que estaria negando e preservando as formas presentes de razão e sociedade. Esta teoria estaria buscando uma versão alternativa para a razão instrumental, com narrativas que estariam incluidas no modelo denominado modernismo crítico. Tais narrativas podem exemplificadas pela Teoria da Racioalidade Comunicativa de Habernas e a Dialética do Iluminismo de Adorno e Horkheimer.
18 de jul. de 2007
ATA - Reunião 17.07.07
- Pibic: 1 bolsa confirmada - Marcus ficou definido como pibiqueiro
- PICVOL (Programa de Iniciação Científica Voluntária): pedido de 2 bolsas para Herica e Andressa
- Apresentação e discussão do texte do Heliana Conde "Para desencaminhar o presente Psi" - Andressa
- Presença: Andressa, Danilo, Herica, Karine, Marcus, Nelma, Vanessa.
Tarefas:
- Pibiqueiros: atualizar o currículo Lattes; fazer uma resenha dos textos "Sobre a Televisão" (Herica), "Comunicação e controle social" (Marcus), "Para desencaminhar o presente psi" (Andressa). Com o prazo de 15 dias para entrega, dia 31.07.07. Os pibiqueiros podem convidar outros membros do grupo para produzir a resenha.
- Lembrar que a resenha deve fazer referências ao que está no Blog "Entre Nós", pois serão publicadas no Blog "Conversações", destinado à divulgação do nosso trabalho)
- Todos: continuar postando e comentando os textos dos capítulos - "A invenção da Psicologia Social"
Para Próxima Renião:
- Continuação do texto de Heliana Conde
16 de jul. de 2007
REUNIÃO
13 de jul. de 2007
Sobre a invenção do social 1
12 de jul. de 2007
Horário da reunião
11 de jul. de 2007
ATA - Reunião 10/07/07
- Leitura e discussão do texto de Andressa referente ao capítulo 4 do livro "Comunicação e Controle Social;
- Sobre o Pibic: os "pibiqueiros" terão as tarefas de ler, fichar e postar textos de acordo com a leitura de cada linha de pesquisa (amizade, consumo ou identidade). As bibliografias serão colocadas por Kleber na casa da cópia para que todos tenham acesso
Amizade: Andressa e Lorena
Identidade: Marcus, Danilo, Vanessa e Lígia
Consumo: Herica, Karine, Nelma, John e João
- "A Invenção da Psicologia Social": os textos dos capítulos deste livro já podem ser postados aqui no Blog
Cap 1: Andressa, João, Jonh e Kleber
Cap 2: Karine, Nelma, Lorena e Lígia
Cap 3: Vanessa e Herica
Cap 4: Marcus e Danilo
- Reflexão sobre o andamento do Blog "Entre Nós" nos últimos 15 dias:
Todos devem comentar sobre os textos postados para, entre outras coisas, apontar entendimentos ou desentendimentos sobre o que foi escrito.
Para próxima reunião:
- Conclusão da leitura do texto de Andressa - cap. 4 "Comunicação e Controle Socal";
- Apresentação do texto de Heliana Conde "Para desencaminhar o presente psi" - Andressa
- Para tal apresentação, os demais devem providenciar a leitura desse texto, o qual está disponível no email do grupo.
Próxima leitura:
- "Elementos para a crítica da Cibercultura" de Francisco Rüdiger