21 de jun. de 2007

Considerações Finais - Sobre a Televisão

Durante toda leitura Bourdieu aponta para o grande peso simbólico que a televisão exerce. E nesse sentido aparece-nos a expressão “omnibus”, que segundo autor significa “para todo mundo”. Com tal a expressão, o autor chama atenção para as notícias de variedade: fatos ou informações-ônibus constituem notícias que não chocam ninguém, não envolvem disputas, não dividem, não tocam em nada de importante, mas mesmo assim formam consenso e interessam a todo mundo. Elas ocupam tempo e são consideradas fúteis “é que essas coisas tão fúteis são de fato muito importante na medida em que ocultam coisas preciosas”. Nesta afirmação, a quem o autor se refere? As coisas preciosas são ocultadas pela televisão, ou também as são pelo público na medida em que tem consciência que ao ligarem a televisão verão coisas sem tanta importância? Quando a televisão dedica-se a este tipo de informação ela está no mínimo formando uma espécie de monopólio da informação sobre a formação das cabeças de uma parcela importante da população.
Outras linhas do texto colocam que “as notícias de variedades têm por efeito produzir o vazio político, despolitizar e reduzir a vida do mundo à anedota e ao mexerico, fixando e prendendo a atenção em acontecimentos sem conseqüências políticas, que são dramatizados para deles “tirar lições”, ou para restituir sentido ao insignificante...”
A questão é: porque informações que não “acrescentam”, que não chocam, etc, ocupam tanto tempo na vida das pessoas e ainda são capazes de produzir consenso???? Qual seria, então, a “informação ideal” que a televisão deveria passar? O autor tem o ponto do vista que considera a televisão como monopolizadora, ou seja, deixam de passar coisas preciosas para se dedicarem a notícias de variedade. Mas, por outro lado, será que a população seria tão vítima assim da TV?

19 de jun. de 2007

Capítulo IV - Comunicação e Produção da Subjetividade


O presente capítulo vem tratar da relação feita entre os Meios de comunicação de massa e a produção de subjetividade, tendo por ponto de partida o desenvolvimento do capitalismo moderno que afeta as relações de produção e por sua vez determina a construção de uma subjetividade.

Essa subjetividade fabricada, modelada, recebida e consumida atinge o inconsciente dos indivíduos, já que "são afetos produzidos, socialmente, pelo capitalismo moderno e estão diretamente relacionados com o modo dos indivíduos perceberem o mundo, de se "modelizarem" os comportamentos e de se articularem as suas relações sociais". Interessante notar que parece existir uma repetição a menção de modelagem da subjetividade, no Behaviorismo, enquanto que aqui se coloca por modelização, sendo a primeira explicada por aproximações sucessivas, e a segunda é quando a subjetividade é criada socialmente a partir de um processo de homogeneização. Esse processo se dá quando a "subjetividade capitalística" vem trazer uma idéia de individualidade, assim como de interioridade, tal como uma essência humana, pré-social. Este quadro retira o caráter transformador da sociedade, para no fim formar uma massa homogênea, porém estratificada individualmente, com o ideal de trabalhador livre.

Está-se falando de uma grande máquina - o capitalismo moderno - produzindo um "jeito de ser" tanto tanto a nível macropolítico - definindo questões sócio-político-econômico-culturais da sociedade - como a nível micropolítico do desejo - estes que permeiam os pequenos gestos do nosso cotidiano (o qual foi tratado no capítulo III sobre Psicanálise). Ou seja, respectivamente, tem-se, não só num plano representacional (consciência), como também planos semióticos heterogêneos (inconsciente) o qual é reduzida a um proceso de subjetivação dominante e cristalizado por conta do poder. Compreende-se a produção de uma micropolítica como a reprodução (ou não) dos modos de subjetivação dominante, tendo ao mesmo tempo os vetores de expressão criativa (de singularidades) que se delineiam.

Ao se tratar da produção inconsciente, o qual é reduzida aos processos de subjetivação dominante e cristalizada a partir de um poder instituido, Foucault é citado por tratar do conceito da mecânica do poder. O autor vem relatar que ela se expande por toda a sociedade nas formas mais regionais e concretas, por parte de instituições e tomando o corpo através de técnicas de dominação (muito se assemelha às técnicas behavioristas que condicionam o corpo e o apreendem a nível do comportamento). Nesse caso o corpo é dominado pela sociedade, quando penetrando pelo cotidiano, carcaterizado como micropoder, que atravessa as relações no microtecido social. Poder é considerado, por Foucault como um exercício, que se efetua, uma relação, que provoca resistências, porém nada fixo, mas sim com pontos móveis e transitórios que se distribuem por toda a estrutura social.

Adiante no texto, afim de se ter uma melhor visão da questão das formas de dependência, salienta-se que isso se deve ao fato de não só ser conseqüência de processos econômicos e sociais (que envolve forças produtivas, conflito de classes e estruturas ideológicas), como também envolve as relações de exploração e de dominação. Não é a toa que a produção da subjetividade se dá tanto a nível dos opressores como dos oprimidos. No entanto, tudo isso só não dá conta do mecanismo de sujeição da subjetividade que acontece na combinação complexa de técnicas de individuação - em que o a subjetividade tem por carcterística a interioridade e individualidade - e de procedimentos de totalização ou homogeneização já mencionado.

Daí, se aponta para a formação de uma massa que tanto é "indivíduo", como "sujeitos", sendo o primeiro caracterizado como despersonalizado, visto por um ideal igualitário capitalista (fruto da homogeneização) e o segundo resultado de um sistema hierarquizante e autoritário de códigos morais que regem as relações pessoais. Ao observar essa situação, percebe-se uma realidade vista como universal, porém tida para cada um como pessoal e circunstancial, que é construída exatamente pela concepção de mundo difundida, através dos Meios de Comunicação. Estes enraizam cada vez mais tais "modos de subjetivação", "intensidades de vida", "desejos", que são os produtores e agenciadores de sentidos de real, compreendendo que o real se cria no social, ou seja, somos co-produtores de nossa realidades e não só meras vítimas iludidas.

Tentando dar conta dessa idéia do desejo, é explicado no texto como movimentos intensivos que são expressados através da subjetividade, entendidas como modos de os indivíduos perceberem o mundo e articularem suas relações sociais. O desejo, de acordo com Rolnik, é um produtor de universos psicossociais, a partir de três movimentos: 1) por meio dos afetos - intensivo e inconsciente - com o poder de atração e repulsa; 2) quando afetos buscam exteriorizar - tomando corpo em matéria de expressão; 3) Com a formação de territórios existenciais - num plano visível, consciente, estando num aglomerado de diferentes matérias de expressão, onde os afetos se situam e se concretizam.

É exatamente ligando esse processo aos Meios de Comunicação que essa situação se configura, pois se utilizando da linguagem intensiva, que estabelece conexão direta entre as instâncias psíquicas (definem o modo de perceber e constuir o mundo) e o que é produzido pelo capitalismo. Por isso o desejo se torna uma intensidade nômade sempre à procura da linguagem para que possa se expressar. Assim o processo basicamente acontece quando a mídia capta as intensidades (que são movediças e mutantes), que são investidas de significados ao se criar uma linguagem onde o desejo se concretiza e acontece, daí a formar o desejo no social. Com isso o desejo perde ou anula seu anterior caráter ativo de possibilidade de produções singulares no social, que também faz perder a possibilidade de uma multiplicidade de singularidades revolucionárias. Tal fato aconteceu já que o desejo se vinculou a uma intensidade homogeneizadora de sentidos.

Portanto é possível afirmar que os Meios de Comunicação são um importante equipamento maquínico capitalístico, já que cria o indivíduo do capitalismo mundial integrado (globalizado), ao mesmo tempo produz uma massa desenraizada produtiva (ou seja um indivíduo que técnico, que não se importa com sua história, que esquece dela), o que mantém um sistema hierarquizante de produções. É através dos Meios de Comunicação, em que a massa social não se comunica, que se ratifica como um meio bastante eficiente na criação de códigos totalizantes de dominação.
No entanto, "os movimentos se desmancham e novos se articulam de forma independente", assim se coloca no texto, afim de mostrar que é possível burlar a interdição da mídia e desenvolver circuitos de comunicação auto-suficientes e de exteriorização intensiva de atualidade, que traz a oportunidade de potencialidade de ação capaz de fazer implodir ou explodir as estruturas institucionais hegemônicas. Da mesma maneira, a forma estética pode, enquanto intensidade criativa, não só socializar a memória, como também recuperar o potencial de transformação e construção do social, através da criação de uma outra linguagem transversal, transubjetiva e social.

18 de jun. de 2007

Capítulo II: Comunicação, Gestalt e Behaviorismo

O texto de Lazzarotto e Rossi vai relacionar o behaviorismo e a Gestalt com a comunicação social, pois elas julgam que os princípios básicos dessas teorias psicológicas permitem uma reflexão a cerca da comunicação. A medida que o texto apresenta esses princípios, são relacionados como a publicidade, em especial, utiliza-se deles. Enfatizei principalmente a Gestalt por que acredito que seja a teoria que a maioria tem menor conhecimento. Além disso, relacionei sempre que lembrei com alguma propaganda que se utilizava da teoria, ao menos aparentemente.
Os anúncios e os anunciantes passam a se utilizar mais fortemente destas teorias e de outras a partir do momento que informar sobre o produto simplesmente não funcionava mais para a venda destes, assim essas mensagens passaram agora a impulsionarem uma compra irracional.

O condicionamento e o comportamento observável são os conceitos behavioristas mais utilizados pela mídia. Acredito que a Propaganda nova da Skol, aquela dos ratinhos, é muito clara nesse sentido. Por que as propagandas se utilizam desses conceitos indiretamente, mas essa propaganda ela mostra o behaviorismo explicitamente.
O outro conceito do behaviorismo importante é o comportamento reflexo (involuntário) e o operante. A idéia do comportamento operante acho que reforça aquela discussão que teve a partir do fichamento de Nelma do capítulo III. Quando as propagandas de refrigerante, por exemplo, colocam pessoas famosas e bonitas, faz com que os consumidores que a bebem vejam como conseqüência o sucesso e não a celulite. Nesse caso, a sede seria o estímulo incondicionado, beber o refrigerante o estímulo condicionado e o reforço seria o sucesso.
O reforço também está presente nas propagandas. O positivo quando os produtos “prometem” exclusividade, bom preço, prêmios, beleza, sucesso e etc. e o negativo é mais usado com o produto concorrente. A modelagem, condicionamento a partir de aproximações sucessivas, também é utilizado pela comunicação. Isso se exemplifica com o lançamento de produtos, em que o produto ele vai surgindo aos poucos, mesmo nas propagandas. A gente pode ver um exemplo aqui em aju, com o lançamento do Burger King, primeiro tinha lá uma construção no shopping e ninguém sabia o que era depois colocaram um site (http://www.soumuitocurioso.com.br/) que não falava o que era o produto, quando você entra descobre qual a loja, acredito que em breve o produto irá cada vez mais ser destacado.

A gestalt tem 3 postulados:
1 – O todo é percebido de maneira distinta da soma das partes. Em comercial a gente pode ver, por exemplo, a propaganda da antártica, porque tem a cerveja e Juliana Paes, e juntas formam a BOA, assim cada separada são diferentes das duas juntas.
2 – No processo perceptivo percebe-se o campo estimulatório constituído de fenômenos ligados por associação.
3 – O campo perceptivo é organizado. Assim a mídia aparece como “perfeita”, “cabada”, o indivíduo não se dá conta do imperfeito, e não parte para a crítica e reflexão, consumindo sem pensar.

Outro conceito da gestalt é a percepção figura e fundo, em que algo está destacado -figura- e algo está como o nome diz de fundo. Um exemplo claro deste, são as propagandas de cigarro, em o cigarro como figura, aparece bem destacado e como fundo aparece à frase “fumar é prejudicial à saúde”.

São 5 os princípios, vou falar os que mais me chamaram a atenção:
àProximidade: “os meios de comunicação colocam sempre próximos o produto ou imagem a ser vendida com algo que lhe traga benefícios e vantagens”.
Assim, acredito que diferentemente da Psicanálise, as propagandas com cunho sexual, não sexualizam o produto e sim, fazem com que o produto tenha uma imagem positiva, ou que seu consumo produza algum benefício que não necessariamente sexual. Acho que continuo sem concordar com aquela idéia do capítulo III.
àSemelhança: “o produto vendável ao lado, ou ligado a uma figura importante, famosa”. Esse conceito é comumente visto em muitas propagandas.
àExperiência passada: “o indivíduo faz associação direta com sua própria experiência”, por exemplo, a associação da boa qualidade de determinada pasta de dente e o beijo.

“Os meios de comunicação munem-se de condições para manipular não somente o sujeito, mas também sua forma de conhecer objetos.” (p.31) Assim, utiliza-se da freqüência de repetição do slogan, a intensidade, a mudança de movimento (é mais atraente uma propaganda com uma pessoa falando do que parada), e ainda a sensibilização do mecanismo de percepção individual.

As duas teorias enfatizam o ambiente, e as respostas e percepção do sujeito. Dessa forma, as duas servem à manipulação ou ao menos a possibilidade de manipular o sujeito e talvez por isso, são tão amplamente usadas pela comunicação social direta ou indiretamente e consciente ou inconscientemente.

“Com isso, constatamos o uso e abuso desta teoria – bem como de outras – ao invés de “somente” contribuir, favorece a instrumentalização, da casta social dominante, que se utiliza dos meios de comunicação, para manter-se dominante e casta” (p.33). Acho que devemos pensar sobre isso...

Bem é isso...

16 de jun. de 2007

Endereço da próxima reunião: Casa de Danilo.
Rua Terêncio Sampaio, 85, Bairro Grageru.
pontos de referência. Acapulco bar (entrar a direita e subir a ladeira) a numeração é desordenada, mas fica do lado do curso Status.
Se ainda assim não acharem a rua, é só lembrar que ela é paralela à avenida Francisco Porto, e é só entrar um rua atrás.
Se ainda asim não acharem, voltem pra casa = P

Atenciosamente,
A Direção.

15 de jun. de 2007

Cap. III: Comunicação e Psicanálise

O texto de Neuza Guareschi é pequeno, e Nelma já comentou boa parte dele, mas ai vai a minha contribuição:
Os instintos se manifestam nas pessoas como uma necessidade que deve ser de sobrevivência. "Entretanto, o que se passa dentro de nós até satisfazer a esta necessidade do organismo, a pressão é a quantidade de energia que utilizamos para isso,que vai depender do objeto, que é a ação ou expressão ou qualquer coisa que nos permita satisfazer o instinto." pag.39. Nós acabamos investindo energia libidinosa nas relações objetais, de modo que um copo de água não matas mais, simplismente, a nossa sede, tem que ser uma "a coca-cola bem gelada". As propagandas agem exatamente nessa relação de tesão com o objeto.
A autora também faz uma análise de como as propagandas exploram os sentimentos de castração e o complexo de Édipo, nos homens e nas mulheres:
"O homem, toda vez que vê um comercial com uma mulher nua ou seminua, devido a desejos que possui no inconsciente, fará a fantasia de que, adquirindo o produto que ela está mostrando, conseguirá alcançar um estado de prazer. Embora, conscientemente, saiba que não vai comprar a mulher, isto o ajudará a afastar o temor da não-ereção que lhe origina a angústia da castração."pág40
A mulher ao ver na televisão outra mulher seminua, não desejará a mulher mas o produto por ela mostrado, pois assim seu corpo será tão desejado quando o da mulher da propaganda. "Dessa forma, ao mesmo tempo em que inconscientemente está competindo com a mãe na distputa com o pai, passa, também, a ter emoções que afastam os seus sentimentos de castração.
Guareschi mostra-nos exemplos de propagandas de datas comemorativas (dia da mães, dia dos pais, casamento) demostrando o uso da comunicação de uma maneira inconscicente. No Dia da mãe a mãe é passada como um ser perfeito, maravilhoso, que não possui sentimento egoístas, e que nos dera a vida; isso nos traz sentimentos de culpa introjetado na relação com a mãe, e desenvolvemos fantasias de que com um presente podemos reparar essa culpa que sentimos por ela. No Dia dos pais são mostrados pais para todos os gostos, e sempre um presente é insinuados para cada tipo de pai, esse presentes têm que representar simbolicamente o seu poder e status social, também representa em geral um símbolo fálico. No casamento os "...os objetos devem sempre simbolizar a pureza e a disposição de doação que a noiva transmite, assim como o vigor, soberania e decisão do noivo."pag.42, e deve passar uma conotação de como o amor de ser: "infinito enquanto dure."
Era isso que tinha para dizer, desculpe de fui repetitiva com o de Nelma.
Bem mas é isso.

14 de jun. de 2007

Fichamento do capítulo: “Comunicação e Psicanálise”.

* Fiz uma espécie de fichamento sobre o capítulo 3 do livro “Comunicação e controle social”, intitulado “Comunicação e Psicanálise”. Como eu o havia feito em forma de tópicos, vou tentar articulá-los agora, de modo a dar sentido às minhas idéias. Espero que vocês entendam.

A autora desse capítulo, Neuza Guareschi, logo no primeiro parágrafo, comenta: “observamos que, dentro dessa enorme área de comunicação, um dos pontos que mais geram comentários nas pessoas são as propagandas, principalmente as da televisão” (p.35), afirmando que “na maioria das vezes, a discussão das pessoas fica num nível um tanto superficial na análise destas propagandas como bonita, feia, engraçada, excitante, ridícula, romântica, etc” (p.35).
Ela propõe uma análise da influência da mídia eletrônica a partir de uma visão psicanalítica. Antes disso, aponta para o valor (apelativo) das propagandas.
Os comerciais, sobretudo da televisão, antes “irrelevantes”, hoje despertam a atenção do público, independente da sua faixa etária. É “engraçado” observar que os comerciais eram exatamente o tempo – disponível – que nós tínhamos para realizar alguma tarefa, tais como beber água ou usar o banheiro, sem perder um instante do programa que estivéssemos assistindo. Hoje os intervalos são um chamariz; algo que prende a nossa atenção. Quem nunca presenciou uma criança imitando ou mesmo correndo para a frente da televisão afim de acompanhar algum comercial? Ou melhor, não precisamos ir muito além... Quem nunca reproduziu em seu quotidiano alguma fala interessante “daquela” propaganda?
Segundo a autora, “uma das principais contribuições da Psicanálise é a de que nada acontece por acaso” (p.36).
Neuza Guareschi traz conceitos recorrentes na psicanálise como “instintos”, “inconsciente”, “energia”, “libido”, “desejo”, “pressão”, fazendo assim uma associação com as propagandas e datas comemorativas, que incentivam o consumo.
Pelo que entendi, não é que as propagandas sejam articuladas como uma receita de bolo (“agora eu acrescento um instinto, ativando a libido, que vai agir sobre o inconsciente e voilà, está pronto mais um campeão de vendas”); a autora é quem faz uma análise psicanalítica, tomando por base as propagandas e os elementos nelas presentes.
Nos comerciais, homens e mulheres semi-nus geram desejos conscientes ou inconscientes. A aquisição do produto, metaforicamente, fará com que se alcance um estado de prazer. “As propagandas agem, exatamente, para excitar aquilo que em nós é sentido como prazeroso ou desejoso” (p.39).
Um exemplo interessante apontado pela autora é a emoção e a culpa diante da figura materna. “Uma das datas que mais chama a nossa atenção e que mexe com a nossa estrutura afetiva é o Dia das mães” (p.40). A culpa estaria na relação objeto-mãe presente na fase oral do desenvolvimento; ela também se deve a fantasias agressivas do período infantil. Por que não presentear “este ser quase que do outro mundo”, sem o qual “não estaríamos vivos e não seríamos o que somos” (p.40)?
Em relação à figura paterna, a autora indica o poder como idéia central. “Esses comerciais sempre mostram uma situação onde o homem é dominante, tanto afetiva quanto sexualmente” (p.42).
Finalizando o texto, Guareschi afirma que “não é, com certeza, a intenção dessas propagandas ajudar as pessoas; pelo contrário, o seu objetivo é de tornar essas pessoas iguais às mercadorias que consomem” (p.43); citando, em seguida, Marcondes Filho (1986): “de forma idêntica às mercadorias, as relações humanas que as antecedem desaparecem no ato da troca mercantil. Viram fatos sem história, sem criadores e sem afetos: fetiches”.

Bom... Ta aí. Não sei se no final, ao fazer a citação – já feita pela autora – eu deveria usar o “apud”. Na verdade, tenho quase certeza de que deveria fazê-lo, mas como tudo o que escrevi vai ser lido apenas para que seja feita uma discussão, acho que não preciso formalizar muito.
Gostaria de pedir à pessoa que fosse disponibilizar o endereço da próxima reunião, que fizesse isso (também) através do e-mail do grupo. Obrigada.
Até terça.

resumo abrapso

Esse trabalho analisa os processos de subjetivação nas relações estabelecidas entre usuários da plataforma cibernética Orkut, dimensionando as maneiras pelas quais eles buscam ser compreendidos e identificados, assim como os modos pelos quais encaminham possibilidades de relacionamentos com os outros usuários desse dispositivo. A realização dessa análise tem por referência a ação dos usuários do Orkut em manter ou apagar os comentários (scraps) deixados no seu endereço, o que configura possibilidades de acesso ao que está exposto, por qualquer pessoa que entre naquela página eletrônica. Nessa pesquisa, incialmente essa questáo e pensada em referência à principal política de uso desse dispositivo que se volta para o encontro, a descoberta e a produção de amizades. Metodologicamente esse trabalho inicia-se com a obeservação frequente de páginas do orkut, bem como na administração das próprias páginas no Orkut, já que todos os pesquisadores envolvidos com essa pesquisa mantém endereços eletrônicos junto a esse dispostivo. Essa questão confere uma dimensão participante a atividade metodológica. Isso implica acentuar que as reflexões produzidas pelo grupo não estabelecem rupturas entre as atividades do pesquisador e as configurações daquilo que é pesquisado, mas o estabelecimento de uma política que administre as proximidades e distâncias no campo daquilo que está em processo de problematização. Após o trabalho inicial de obeservação, realizou-se usuaneiras pelas quais buscam ser compreendidos e nos modos pelos quais encaminham possibilidades de relacionamentos com outr57 entrevistas através do próprio dispositivo Orkut, buscando configurações discursivas sobre o movimento de apagar os registros deixados nas páginas do programa. A análise dessas falas aponta para o processo de crescente individualização no uso desse programa, bem como para uma orientação do mesmo, muito distinta daquela que lhe configura, no caso, conhecer pessoas e fazer amigos. Essas ações de exclusão comentários recebidos nas páginas da plataforma Orkut dizem de um modo de experimentar a dimensão tecnológica contemporânea, marcando maneiras de operar na vida cotidiana. Uma modalidade tem o caráter individual, onde cada usuário busca formas de atender demandas que lhe são mais imediatas e requerem um sentido no presente. Entretanto não se pode apontar um processo hegemônico nesse dispositivo cibernético em eliminar rastros do outro em uma página pessoal. Outras modalidades de uso marcam modos mais ampliados de entender como o Orkut se transforma, enquanto experiência coletiva, onde conexões estabelecidas mantêm os registros dos encontros e seus respectivos assuntos. Desse modo, para aprofundar a discussão sobre as atividades de apagar ou manter as mensagens que se recebe, fundamenta esse trabalho uma perspectiva teórico-metodológica que não toma determinismos para caracterizar a relação do humano com a tecnologia. Pensa, então, esses sentidos, não como campos opostos de significação, mas como fluxos articulados que configuram a experiência cibernética, onde a diversidade no coletivo possibilita heterogeneidade na dimensão do singular. Tais implicações são apontadas nos estudos realizados por Michel Foucault, Gilles Deleuze, Bruno Latour, Heliana Conde, Leila Machado e Virgínia Kastrup, autores estes referenciais para o presente trabalho, que consideram a produção da subjetividade através de um enredamento de múltiplas instâncias e organizações da vida e do vivo, não podendo ser reduzida essa dimensão a experiência exclusiva de um sujeito. Assim a análise dos discursos obtidos e os relatos da observação realizada, são postos em consideração aos conceitos e metodologias que implicam os autores citados a essa pesquisa. Busca-se pensar a rede de afetos e interesses privados que apagam seus comentários das páginas do Orkut ao desaparecimento intenso e corriqueiro dos sentidos produzidos na contemporaneidade. Articula-se assim a administração dos afetos e interesses a configuração da história que se faz na atualidade. Nesse sentido articula-se o conceito de rizoma em Gilles Deleuze e Feliz Guattari, ao conceito de rede em Bruno Latour, que é composta de elementos da natureza e da sociedade, intelectuais e políticos, materiais e institucionais. Por rizoma não se entende uma totalidade unificada, mas como sendo composto de singularidades pré-individuais que adquirem velocidade estabelecem conexões entre coisas de maneira aleatória, estando potencialmente aberto a conexões em todas suas dimensões, podendo receber modificações sempre, configurando como um uma ação marcada pela heterogênese. No dizer de Deleuze e Guattari, o rizoma conecta-se com cadeias materiais, biológicas, políticas e econômicas heterogênicas. Articula ainda o conceito de dispositivo em Michel Foucault com os modos de invenção de si e do mundo tematizados por Virgínia Kastrup. Busca também pensar as configurações do campo psicológico ao dimensionar o atravessamento dessas práticas e entendimentos que formalizam e atualizam a dimensão tecnológica na experiência humana no contemporâneo. Tem para isso a parceria da produção intelectual de Leila Machado, Heliana Conde, Michel Foucault, Pierre Lévy, Paul Virilio, Marc Augé, dentre outros. Considerações iniciais dessa análise em desenvolvimento, que relaciona a produção da subjetividade e a dimensão das experiências públicas e privadas na plataforma Orkut, indicam uma modalidade de experiência no uso desse programa que empobrece semanticamente os modos de dizer de si para o mundo e perceber nesse mundo um dito distinto daquele que lhe parece próprio. A primeira leitura dos discursos e a observação realizada nas páginas desses usuários apontam para uma ação que visa objetivar os sentidos, primando pela busca da identificação máxima com a informação mínima. Em outras palavras, apagar as mensagens recebidas em sua página eletrônica de recados implica em abreviar a dimensão pública do espaço cibernético Orkut, bem como incrementar políticas de individualização no mesmo, pois esse processo tem como vetor fundamental desconsiderar a opinião alheia e o olhar do outro que não se pode controlar. Esta ação parece também reduzir as possibilidades tecnológicas postas nesse mesmo ambiente, no que lhe confere ao fundamento social do Orkut, que é encontrar, conhecer e fazer amigos. Sendo assim, excluir os comentários deixados pelos amigos de Orkut, desdobra-se, então, em movimentos de simplificação da experiência singular em seu contexto e sua amplitude semântica. Tal pontuação já se observa e se configura em comunidades do Orkut, voltadas para procedimentos de legitimar moralmente a ação de deletar as mensagens recebidas. Com menor número de participantes, há comunidades que se propõem a resistir ao apagamento. Considerações preliminares desse estudo permitem supor processos de afastamento gradual do uso da plataforma Orkut, como conseqüência do sentido particularizado que dela se faz ou se fez.


Descritores:
Cibercultura
Produção da subjetividade
Orkut
Psicologia

13 de jun. de 2007

ATA - Reunião 12.06.07

Tarefas:
  • Modificação do resumo "Rastros no Orkut" por Kleber até 14.06.07 (quinta-feira)
  • Fazer o fichamento do texto "Comunicação e Controle Social" de todos os capítulos. Cada pessoa pode fazer uma espécie apresentação/narração e discussão do capítulo.
  • Continuar a discussão do "Sobre a Tevelisão", partindo para o capítulo 2, especialmente Herica e Danilo
  • Em breve, Andressa apresentará para nós "Desencaminhando o Presente Psi"

Lembrando que com a possibilidade de greve, nossa próxima reunião será na casa de Danilo, terça-feira 19.06.07 das 15 às 17:30 hs.

12 de jun. de 2007



Sobre a Tele VISÃO.








Ainda continuando o assunto iniciado por Herica, o que diferencia as práticas de controle que se exercem na televisão daquelas que se exercem na internet - se é que existe realmente alguma prática de controle no mundo cibernético - é a questão da possibilidade garantida de controle sobre o que se passará na televisão. Lá, tudo precisa passar por um filtro que seleciona os conteúdos referentes aos interesses de uma classe dominante. Assim, acredito que não se trata apenas de catar os fatos que são favoráveis às elites dominantes, mas sim de convergir todos os fatos e todas as meias-verdades para uma longa sequência de filtros que desembocam o objetivo maior. Tudo é aproveitado e tudo é direcionado a um propósito, e quem tem as chaves para o processo são a donas de televisão. Ora! como seria possível colocar uma notícia que prejudicasse de alguma forma tal companhia (a dona de tal emissora) ?
É por essas razões que os fatos mostrados nunca serão os reais, nem mesmo quando os que dão a notícia vinheram de uma emissora concorrente, porque aí, óbvio, os enviezamentos já virão do lado negativo e não saberemos se o que eles falam e algo tão ruim quanto eles fizeram entender. Essa concorrência gera posturas cada vez mais descompromissadas por parte dos jornalistas, que, na ânsia de chegar primeiro a algum fato - não importa qual seja - correm atrás de qualquer coisa sem se preocupar com a relevância do assunto. Isso gera um efeito ainda mais danoso, pois os jornalistas concorrentes vão querer cobrir também aquela notícia, provocando na população a sensaçao de que de fato tal notícia é importante.
Mas de quem seria o problema? Do jornalista, que se não fizer isso, acabará no olho da rua por não conseguir ganhar dos adverários? Do(s) dono(s) da emissora, que como qualquer negociante, apenas quer deixar o seu produto mais chamativo aos olhos do público? Ou de nós mesmos, que somos os únicos que podemos mudar nossas exigências quanto ao que passa na TV? Os canais educativos e informativos estão por toda parte mas não lhes damos o valor necessário. Com se muda uma realidade viciada em algo tão líquido quanto os conteúdos temporários de televisão de hoje em dia, que informa coisas triviais que deixarão de ser verdade (ou melhor, deixarão de ser) em questão de dias. Isso vai se perpetuando até que vemos nossos telejornais repletos de notícias de massa, que conduzem a maior parte da população e a distrai para os reais problemas sociais.
dan.

11 de jun. de 2007

expansão do resumo - parte 2

Aí gente, coloquei um pouco sobre o texto de Kastrup que fala de rede e de rizoma. Sugiro que se alguém souber mais sobre o conceito de rede, ou até mesmo sobre o método cartográfico, que adicione alguma coisa... pq ainda tá com 943 palavras. Também se poderia fazer outras referências para a parte teórica. Pensei em colocar alguma coisa de pierre lévy... kleber, vc poderia colocar algo de bruno latour?? ou será que assim a parte teorica fica mt grande?


outra coisinha... to vendo que tá rolando a discussão do "sobre a televisão"... gente eu prometo que assim que der vou comentar, mas é pq essa semana tá osso pra mim pq eu vou fazer o CAE (o exame de inglês avançado) e eu to tentando estudar o quanto dá, além de que kleber me arranjou um bendita duma aula sobre pierre lévy preu dar. dae até agora estive meio atarefada com essas coisas... mas vou me organizar aqui e arranjar um tempo pra colaborar com a constução do resumo. bjos a todosss


aí vai....


Sendo o conceito de rede de extrema importância nos atuais estudos sobre dispositivos tecnológicos e seu uso relacionado ao social, rede de Bruno Latour, definida por Virgínia Kastrup, é uma lógica de conexões, apresentando pontos de convergência e bifurcações, que lhe dão a capacidade de aumentar ou diminuir por todos os lados e direções sem que se percam suas características. Além disso, o funcionamento das redes se caracterizaria por uma outra concepção do tempo, baseada na teoria de Bergson, na qual passado, presente e futuro coexistiriam. Essa rede é associada por Kastrup ao conceito de rizoma de Deleuze e Guatarri, que é caracterizado como um sistema aberto cujo modo de funcionamento repudia a causalidade linear, transforma a noção de tempo e excede o domínio das formas. Este rizoma apresentaria alguns princípios de funcionamento, sendo os principais: o da conexão, segundo o qual qualquer ponto de um rizoma pode ser conectado a outro, indo contra a causalidade, o determinismo e a previsibilidade; o da multiplicidade, que diz que o rizoma não é uma totalidade unificada, sendo composto de singularidades pré-individuais que adquirem velocidade estabelecem conexões entre si; o da cartografia, que diz que o “mapa” faz parte do rizoma, pois é aberto e conectável em todas suas dimensões, podendo receber modificações sempre e o da heterogeneidade, que revela que o rizoma conecta-se com cadeias materiais, biológicas, políticas e econômicas heterogênicas. Comparando-se a rede de Latour com o rizoma de Deleuze, pode-se dizer que a primeira é uma versão empírica e atualizada do segundo. A rede é composta de elementos da natureza e da sociedade, intelectuais e políticos, materiais e institucionais, articulando, assim como o rizoma, elementos heterogêneos e sendo, segundo Latour, real, coletiva e discursiva. Diante do referencial teórico explicitado, analisar os desdobramentos da tecnologia nas configurações do fazer humano é o propósito desse grupo de estudos. Atualmente pesquisam-se processos de subjetivação no espaço cibernético Orkut, relações no contemporâneo entre a Psicologia e as novas tecnologias, e a experiência da amizade em dispositivos cibernéticos. O presente trabalho volta-se, mais especificamente, para a análise dos modos de inscrição e de produção da subjetividade no ambiente da cibercultura na plataforma Orkut. Ante a intensa dimensão do uso desse programa entre brasileiros, dentre esses, todos os autores desse estudo, o mesmo estabeleceu-se como campo de observação e análise de movimentos e representações que se busca dar a si. A observação intensa e contínua da relação de usuários do Orkut com seus recados ou scraps, comentários dispostos na página de recados de cada integrante de tal plataforma, marcou o início dessa pesquisa. Buscando entender os sentidos que os usuários desse programa produzem ao administrar sua seção de comentários, foram realizadas 70 entrevistas no próprio ambiente do Orkut com pessoas que apagavam seus scraps, sendo que apenas 57 destas responderam. Em seguida, agregou-se à observação dos pesquisadores os modos de organização e, assim, de legitimação da ação dos usurários de apagarem e não apagarem seus scraps, a saber comunidades, uma vez que a análise desse trabalho também se orienta para a configuração do movimento de individualização do uso dessa plataforma. Essas ações de exclusão ou de manutenção dos comentários recebidos nas páginas da plataforma Orkut dizem de pelo menos dois modos de experimentar a dimensão tecnológica contemporânea, marcando maneiras de operar na vida cotidiana. Uma modalidade tem o caráter individual, onde cada usuário busca formas de atender demandas que lhe são mais imediatas e requerem um sentido no presente. A outra modalidade estaria marcada por um modo mais ampliado de entender como o Orkut se transforma, enquanto experiência coletiva, a partir dessas ações de apagar ou manter as mensagens que se recebe. Fundamenta esse trabalho uma perspectiva teórico-metodológica que não toma determinismos para caracterizar a relação do humano com a tecnologia. Pensa, então, esses sentidos, não como campos opostos de significação. Ao contrário, eles aparecem como fluxos articulados que configuram a experiência cibernética, onde a diversidade no coletivo possibilita heterogeneidade na dimensão do singular. Tais implicações são apontadas nos estudos realizados por Michel Foucault, Gilles Deleuze, Bruno Latour, Heliana Conde, Leila Machado e Virgínia Kastrup, autores estes referenciais para o presente trabalho. Considerações iniciais dessa análise em desenvolvimento, que relaciona a produção da subjetividade e a dimensão das experiências públicas e privadas na plataforma Orkut, indicam uma modalidade de experiência no uso desse programa que empobrece semanticamente os modos de dizer de si para o mundo e perceber nesse mundo um dito distinto daquele que lhe parece próprio. A leitura dos discursos e a observação realizada nas páginas desses usuários apontam para uma ação que visa objetivar os sentidos, primando pela busca da identificação máxima com a informação mínima. Em outras palavras, apagar as mensagens recebidas em sua página eletrônica de recados implica em abreviar a dimensão pública do espaço cibernético Orkut, bem como incrementar políticas de individualização no mesmo, pois esse processo tem como vetor fundamental desconsiderar a opinião alheia e o olhar do outro que não se pode controlar. Esta ação parece também reduzir as possibilidades tecnológicas postas nesse mesmo ambiente, no que lhe confere um importante fundamento social: encontrar, conhecer e fazer amigos. Sendo assim, excluir os comentários deixados pelos amigos de Orkut, desdobra-se, então, em movimentos de simplificação da experiência singular em seu contexto e sua amplitude semântica. Tal pontuação já se observa e se configura em comunidades do Orkut, voltadas para um procedimento de legitimar moralmente a ação de deletar as mensagens recebidas. Com menor número de participantes, há comunidades que se propõem a resistir ao apagamento. Considerações preliminares desse estudo permitem supor processos de afastamento gradual do uso da plataforma Orkut, como conseqüência do sentido particularizado que dela se faz ou se fez.

10 de jun. de 2007

Debates falsamente verdadeiros

Particularmente esta explanação que irei destaca foi uma das mais intrigantes que Bourdieu coloca. Justamente para nós, enquanto pesquisadores da cibercultura, uma vez que nos põe a pensar sobre as limitaçoes que esse ambiente cibernético pode ter, e ainda se realmente existir isso, como podemos superá-lo ou, pelo menos, trabalhar dentro dessa perspectiva de limitaçao. Estou me referindo ao trecho da pag 44 "Certos sociólogos tentaram destacar o implícito não-verbal da comunicação verbal: dizemos tanto pelos olhares, pelos silêncios, pelos gestos, pelas miminas, pelos movimentos dos olhos etc. quanto pela propria palavra. e também pela entonação, por toda espécie de coisas. (...) Há tantos níveis na expressão, ainda que apenas no nível da palavra propriamente dita que ninguém, mesmo o mais senhor de si mesmo, a menos que represente um papel ou pratique a linguagem empolada, pode controlar tudo"
O podemos dizer do implícito não-verbal da comunicação dentro do Orkut, ou qualquer outro espaço cibernético?? Até que ponto ele pode deixar de nos dizer algo de importante, considerando que ele quase sempre desaparece quando nos mostramos virtualmente?
Parece-me que é exatamente este implícito da linguagem que está entre a fronteira de um campo real e virtual de experiência, vivência... e seria isso que nós estamos fazendo agora. Quando nós sabemos que o olhar, o silencio, os gestao nao estarao nas nossas maos e nem evidente para o receptor, nos preocupamos mais ainda com o que iremos falar (já que só estaremos utilizando um recurso da nossa linguagem: a palavra pura, sem seus elementos implícitos). Ou não. Como coloca Bourdieu em relaçao a TV, podemos utilizar deste espaço virtual para manipular somente aquilo que queremos transmitir ao receptor, pq já que os elementos implicitos nao aparecerao (e este elemento escapa do nosso total controle) uma "melhor" manipulaçao do que iremos transmitir atravez da linguagem é possivel.
Fazendo uma ponte deste implícito da comunicação nao-verbal com um dos nosso futuros estudos, a identidade, temos outro fragmento do texto "Sobre a Televisao: "É preciso palavras extraordinárias. De fato, paradoxalmente, o mundo da imagem é dominado pelas palavras. A foto não é nada sem a legenda que diz o que é preciso ler. Nomear como se sabe, é fazer ver, é criar, levar à existência. (...) Porque essas palavras fazem coisas, criam fantasias, medos, fobias ou, simplesmente, representaçoes falsas" . "A imagem tem a particularidade de poder produzir o que os críticos literários chamam o efeito real, ela pode fazer ver e fazer crer no que faz ver"
Não deixei de associar esse discurso de imagem + palavras ao perfil que alguém constrói de si no Orkut. Mas acho que são questões para pensarmos quando estivermos de fato estudando os 3 assuntos especificos!!

é isso!
Bjos

Retomando a discussão "Sobre a Televisão"

Retomando a discussão do livro "Sobre a Televisão", que ainda fazíamos no blog anterior "Contemporâneo", Kleber deixou um último recado não postado aqui, mas que retomarei apenas a parte que convém para recomeçar a discussão, em que ele indaga: "quase fim de semana e muitas festas juninas pela frente. Bom, um espetáculo local. Espetáculo, não necessariamente espetacular, como sugere Bourdieu em suas análises da mídia. Bom, de qualquer modo vim aqui para dizer que gosto do que vocês tem escrito e comentado e querer saber do que acham dessa história de "debates verdadeiramente falsos ou falsamente verdadeiros". Alguém pescou isso? Que relação essa questão pode ter com as contradições e tensões que Bourdieu enumera no mesmo texto?"
Poisé, quanto ao comentário do espetáculo, não tem outra, é mais um recurso de se resgatar e manipular um viés de informação sobre as festas juninas de forma tão positivo e cultural do nordeste, afim de que não se passe a informação mais necessária a criação de um recurso crítico. Afinal de contas, em época de festejos, não cai bem falar de quem passa fome, de roubalheira de políticos, entre outros. E porque não comentar de outros dias comemorativos como Dia dos Namorados? Isso e outros dias considerados comemorativos.
Quanto a questão levantada de debates verdadeiramente falsos, no texto menciona ser uma relação de pessoas que se conhecem intimamente, e mesmo quando debatem em posições opostas, demonstram ter combinado, ter uma cumplicidade. Com essa parte pensei no poder que a amizade pode ter, ou qualquer nível de relação que se nomeie, maracutaia, enfim, que sobrepuja a responsabilidade profissional. Nessa viagem me lembro de deputados e outros da política que provém os seus próprios ganhos através desses acertes.
No outro temos debates falsamente verdadeiros tratando num primeiro nível, o dos fenômenos, colocando a posição do apresentador, como aquele que faz intervenções restritivas, é um tipo de censor, impõe o assunto, a problemática, manipula o urgente, distribui também o tempo e tons das palavras, que no entanto, muitas vezes não são controladas, pois existe os sinais não verbais.
E daí se aponta ao problema da democracia, em que se coloca no livro que "nem todos os que servem da palavra são iguais no estúdio". Ou seja, 'trata-se de se colocar a serviço de alguém cuja a palavra seja importante...". Me pergunto, repassando isso a uma prática psi, será que também temos essa responsabilidade ao trabalhar com a sociedade, seja como cliente numa clínica, seja ao se fazer trabalhos de pesquisas, que tragam a benesse necessária a população, que anseia respostas ou novas questões, que geralmente só os especialistas em seu auxílio pode dar? Num segundo nível, o da composição do estúdio, se coloca que há todo um trabalho manipulativo do que se é percebido, toda uma condição social da construção desse percebido, que muda o sentido das imagens. Isso se concebe desde as pessoas que se convida, até a maneira que as organiza, em duas categorias apontadas: os que se explicam e os que vão para explicar, observar, "proferir um metadiscurso". (esse último não podemos nos incluir não,numa prática psi?) Esse cenário está auxiliado a um outro determinante que é o dispositivo previamente montado com todo um roteiro previsto, conversas, participantes, tudo para se evitar a improvisação. Existe ainda a lógica do jogo de linguagem, em que toda a estrutura de um discurso é regida sob regras, de maneira a se evitar os enfretamentos, mais produtivos e espontâneos, para um debate programado e conciliador.
Em seguida se faz uma reflexão do instrumento televisão, que se coloca como não autônomo, tendo em vista que há uma série de restrições, mesmo nas relações entre os jornalistas, que são a concorrência e a conivência, sendo esse segundo ligado àquela cumplicidade apontada, que vai de acordo com os interesses comuns. Comenta o autor da televisão um instrumento sem freio, massificador, homogeneizador de telespectadores, o que seria subestimar de sua capacidade de resistência ou mesmo da capacidade da televisão se tornar um fomentador da produção cultural, incluindo aí a artística e científica (Creio que se ressalta o cuidado disso, já que mesmo assim, seria oportunizar um espaço de expressão livre desse cultural, não manipulado, como se percebe na televisão atual). Mas aí brota o tema da pressão econômica, do índice de audiência, para éntrão entrar no mérito do que se é exigido pela profissão e aspirado pelas escolas de jornalismo. Ou seja, mais uma vez, na prática psi, o que podemos observar de exigência para o profissional psicólogo e de discrepante em relação ao que apreendemos no meio universitário? Será que seremos ou somos capazes de manter essas "aspirações" do meio discente para as nossas práticas profissionais em instituições e outros meios que nos repreendem com regras, normas, exigências, entre outros?
Bom gente, essa foi a minha colaboração para a discussão, fechando o capítulo 1 do livro e quem sabe possamos passar para o segundo e terminar o que nos designamos a fazer. É difícil mas nós tentamos, né? No decorrer do debate me posiciono melhor na discussão focando mais para o meio da internet, consumo, Orkut e afins, porque quando digitava só vinha prática psi, nem sei bem porque. De qualquer forma, tá aí! Continuemos... Inté

Fichamento do capitulo 1 de "Comunicação e controle social"

  • Capítulo 1
    A realidade da comunicação – visão geral do fenômeno.



  • 1. Comunicação e construção da realidade
    “uma coisa existe,ou deixa de existir, à medida em que é comunicada, veiculada”. Ponto em que mostra o duplo poder da comunicação: criar realidades ou deixar que existam por serem silenciadas.

  • 2. Comunicação e poder
    ”quem detém a comunicação, detém o poder”. Voltando na construção da realidade, quem detém essa construção, detém também o poder. Poder esse sobre a existência das coisas, sobre difusão de idéias e sobre a opinião pública e sua criação.

    Possuir a comunicação possibilita definir os outros, definir alguns grupos sociais como sendo bons ou ruins, piores ou melhores, de acordo com os que detém o poder.

    Ter o rosto na televisão ou a voz no rádio faz com que se consiga ser eleito nas eleições. A conclusão lógica para isso é que “a voz que desponta e a imagem que aparece é a de alguém que passa a existir”. E no momento de se dar o voto, escolhe-se aqueles que existem.

  • 3. Comunicação e cultura
    No campo da cultura é que de longe se percebe a importância fundamental da comunicação. “Os meios de comunicação estão sempre presentes e são fator indispensável tanto na criação como na transmissão, mudança, legitimação e reprodução de determinada cultura” e por isso são capazes de subjugar outras culturas fazendo com que essas outras culturas queiram transformar-se de acordo com aqueles que detém esses meios de comunicação.

  • 4. Comunicação e controle social
    O interesse por trás da comunicação faz com que tenhamos produção de verdades parciais estabelecendo assim relações de poder comandadas pelos interesses partidários e classistas. E por isso, “é ingenuidade pensar numa verdade abstrata ou numa informação objetiva que obedeça às regras da verdade moral”.

    Dominação estabelecida pela comunicação se faz a partir da interioridade da consciência do outro. E assim o dominador estabelece em cima do dominado uma condenação e uma estigmatização a prática da verdade. Desse modo, a verdade só será daquele que possuir o poder da comunicação e consequentemente terá o controle em suas mãos. Um poder hegemônico.

    “a verdade e os valores éticos passam pela mediação da comunicação”. Deve-se então deixar de falar em Meio de Comunicação Social para em meios de informação, a serviço do controlo social.

  • 5. A aldeia global
    A comunicação é uma relação e o ser humano se forma, historicamente, e se estrutura a partir das relações que vai colocando. O importante saber é até que ponto a comunicação estaria configurando um novo ser humano e se estamos entrando num novo mundo cultural.



Tentativa de ampliação do resumo

Bom gente, está aí o que consegui aumentar... assim como está com título e texto tem 666 palavras... bom a outra sugestao seria colocar uma fundamentaçao teórica que Lígia se dispos a fazer! =)
Qualquer alteraçao ou desenvolvimento do texto serao bem-vindos!!
xero
=*
RASTROS NO ORKUT: a produção de sentidos entre deletar e manter scraps


Analisar os desdobramentos da tecnologia nas configurações do fazer humano é o propósito desse grupo de estudos. Atualmente pesquisam-se processos de subjetivação no espaço cibernético Orkut, relações no contemporâneo entre a Psicologia e as novas tecnologias, e a experiência da amizade em dispositivos cibernéticos. O presente trabalho volta-se, mais especificamente, para a análise dos modos de inscrição e de produção da subjetividade no ambiente da cibercultura na plataforma Orkut. Ante a intensa dimensão do uso desse programa entre brasileiros, dentre esses, todos os autores desse estudo, o mesmo estabeleceu-se como campo de observação e análise de movimentos e representações que se busca dar a si. A observação intensa e contínua da relação de usuários do Orkut com seus recados ou scraps, comentários dispostos na página de recados de cada integrante de tal plataforma, marcou o início dessa pesquisa. Buscando entender os sentidos que os usuários desse programa produzem ao administrar sua seção de comentários, foram realizadas 70 entrevistas no próprio ambiente do Orkut com pessoas que apagavam seus scraps, sendo que apenas 57 destas responderam. Em seguida, agregou-se à observação dos pesquisadores os modos de organização e, assim, de legitimação da ação dos usurários de apagarem e não apagarem seus scraps, a saber comunidades, uma vez que a análise desse trabalho também se orienta para a configuração do movimento de individualização do uso dessa plataforma. Essas ações de exclusão ou de manutenção dos comentários recebidos nas páginas da plataforma Orkut dizem de pelo menos dois modos de experimentar a dimensão tecnológica contemporânea, marcando maneiras de operar na vida cotidiana. Uma modalidade tem o caráter individual, onde cada usuário busca formas de atender demandas que lhe são mais imediatas e requerem um sentido no presente. A outra modalidade estaria marcada por um modo mais ampliado de entender como o Orkut se transforma, enquanto experiência coletiva, a partir dessas ações de apagar ou manter as mensagens que se recebe. Fundamenta esse trabalho uma perspectiva teórico-metodológica que não toma determinismos para caracterizar a relação do humano com a tecnologia. Pensa, então, esses sentidos, não como campos opostos de significação. Ao contrário, eles aparecem como fluxos articulados que configuram a experiência cibernética, onde a diversidade no coletivo possibilita heterogeneidade na dimensão do singular. Tais implicações são apontadas nos estudos realizados por Michel Foucault, Gilles Deleuze, Bruno Latour, Heliana Conde, Leila Machado e Virgínia Kastrup, autores estes referenciais para o presente trabalho. Considerações iniciais dessa análise em desenvolvimento, que relaciona a produção da subjetividade e a dimensão das experiências públicas e privadas na plataforma Orkut, indicam uma modalidade de experiência no uso desse programa que empobrece semanticamente os modos de dizer de si para o mundo e perceber nesse mundo um dito distinto daquele que lhe parece próprio. A leitura dos discursos e a observação realizada nas páginas desses usuários apontam para uma ação que visa objetivar os sentidos, primando pela busca da identificação máxima com a informação mínima. Em outras palavras, apagar as mensagens recebidas em sua página eletrônica de recados implica em abreviar a dimensão pública do espaço cibernético Orkut, bem como incrementar políticas de individualização no mesmo, pois esse processo tem como vetor fundamental desconsiderar a opinião alheia e o olhar do outro que não se pode controlar. Esta ação parece também reduzir as possibilidades tecnológicas postas nesse mesmo ambiente, no que lhe confere um importante fundamento social: encontrar, conhecer e fazer amigos. Sendo assim, excluir os comentários deixados pelos amigos de Orkut, desdobra-se, então, em movimentos de simplificação da experiência singular em seu contexto e sua amplitude semântica. Tal pontuação já se observa e se configura em comunidades do Orkut, voltadas para um procedimento de legitimar moralmente a ação de deletar as mensagens recebidas. Com menor número de participantes, há comunidades que se propõem a resistir ao apagamento. Considerações preliminares desse estudo permitem supor processos de afastamento gradual do uso da plataforma Orkut, como conseqüência do sentido particularizado que dela se faz ou se fez.

5 de jun. de 2007

04/06/2007 SUGESTÕESResolvi fazer outro post pq me lembrei de questões que vi no CONPSI e pensei que seriam importantes à nossa pesquisa. Nas palestras sobre tecnologia, amizade, identidade e consumo que, os palestrantes, para se referir à atualidade, usavam sempre um conceito chamado HIPERMODERNIDADE. Talvez fosse interessante que começássemos a tentar pesquisar isso. Também vi duas ótimas palestras sobre SECOND LIFE e EROTIZAÇÃO DO CONSUMO, nas quais vi coisas que poderiam ser muito úteis à nossa pesquisa. Se quiserem levo as anotações prox reunião. bjos, Lígia. Escrito por Ligia às 12h49[(1) Um conto] [envie esta mensagem] []

[Andressa] [aampontes@hotmail.com] BOA lÍGIA! Tb quero colocar o que presenciei qto a contribuições para nossa pesquisa, tanto em painéis, qto em mesas, além do método cartográfico, de que presenciei a mesa MARAVILHOSA de Virgínia Kastrup. Teve tb claro, o trabalho do Orkut que Hérica presenciou a metade e poderia me ajudar. Tb concordo que incluir outras plataformas e usos no espaço ciber, como o Second Live seja, interessante. Novos modos de se experienciar, portar, subjetivar. Ou seja, novos espaços de consumo!! Tb levarei amanhã terça e vamos colocar como pauta de conversa essas constribuições aí! Inté 04/06/2007 17:01
Gentem, me desculpem pela ausência, é que meu computador quebrou nesta última semana e eu fiquei sem poder postar/visitar o blog, pq todos os acessos q eu pude fazer tiveram que ser bem rápidos e pra coisas urgentes como e-mail/orkut (hohohoho). Bom, muitas coisas que eu destaquei vcs comentaram, e uma das grandes questões que ficaram pra mim foi esta última apresentada por Kleber, dos "debates verdadeiramente falsos ou falsamente verdadeiros". Eu ja pensei um pouco e ainda não consegui chegar a algum tipo de reflexão, em grande parte devido a uma outra grande questão que eu fiquei no texto; na página 44, ele fala: "certos sociólogos tentaram destacar o implícito não-verbal da comunicação verbal: dizemos tanto pelos olhares, pelos silêncios, pelos gestos, pelas mímicas, pelos movimentos dos olhos, etc. quanto pela própria palavra. E também pela entonação (...)há tantos níveis na expressao, ainda que apenas no nível da palavra propriamente dita (..) que ninguém (...) poderia controlar tudo"Fiquei curiosa como o quanto essa lógica se encaixaria no orkut. Lá, aparentemente e a priori, o nível de expressão que predominaria seria a palavra; no entanto, comecei a pensar em como o orkut, juntamente com seus recursos e seus usuários, poderiam ter "inventado" novos níveis de expressão não-verbal do "eu", a exemplo de fotos, comunidades, recados, perfil, etc., e o quanto esses novos níveis influenciariam na construção do ser virtual, o quanto as expressões desse ser virtual corresponderiam às do real ou até mesmo o quanto esse construído ser virtual corresponderia ao real E, nesse ponto, acho que estou tocando no assunto da identidade ou da identificação (o que for mais certo ou adequado. Acho que outro termo que poderia ser encaixado nessa lógica orkutiana é o do "auto-conceito". Também se pode questionar que, com a "nova" lógica de comunicação e expressão dentro orkut, que lugar caberia às formas ao vivo e não-verbais de expressão, tão representantes do nosso "dizer" (dizendo até mesmo o que nem sempre queremos)? Seriam elas eliminadas ou substituídas, visto que no virtual praticamente tudo que se diz tem a oportunidade de ser pensando e analisado? Escrito por Ligia às 12h25[(1) Um conto] [envie esta mensagem] []

[Andressa] [aampontes@hotmail.com] Olá Lígia, q bom q apareceu!Pois bem, queria ressaltar alguns termos que vc colocou que poderiam ser mais explicados, noq se refere ao que vc quis dizer, como por exemplo: " construção do ser virtual", em que esse virtual muitas vezes Kleber nos puxa a orelha dizendo q não é assim q se fala e blá blá blá... Entendi o q vc quis dizer mas seria interessante discutir que não é virual mas outro nome, já que virtual são outras tantas coisas. Achei interessante a análise de "níveis de expressão não-verbais", apesar de que não sei se não níveis mas opções. Tb interessante colocar a identificação, já que tem a ver com o tal do consumismo, idéia de mercado, venda e tal de uma imagem... Mas oq quis dizer com esse outro termo "auto-conceito"? Ah, qto às formas não-verbais e expressões ao vivo que falou, realmente acredito q por mais q tenha-se construídos outras narealidade cibernética, não dará conta dessas do cotidiano, tendo em vista que são outras e alpem disso novas experiências. Inté 04/06/2007 16:56
30/05/2007
“Desde que já não estivesse de antemão no jogo manipulador que se faz com as informações, com a produção de significados, de desejos, tudo em prol de se manter a lógica capitalista, a lógica de mercado. Assim tb podemos pensar a internet, tb como um fomentador do consumismo exarcebado e da manutenção de tal lógica”. Acho bem verdade isso que Andressa acabou de falar, nessa questão do se vender, por querer consumir, e para isso você está engendrado nessa lógica, como Bordieu falou e Herica citou: todos são manipuladores e manipulado, não só na televisão, mas na internet e no orkut. As pessoas se permitem vender, porque a “graça” do jogo parece ser consumir mesmo, tudo e todos a todo tempo e aí também entra a questão do “ser é ser percebido”, o que então poderia se entender como que a lógica do ser percebido perpassa de algum modo pelo ser consumido e de certo modo, saber que se é consumido.


“O ato de apagar pode ser um ato de crítica, de pensar nos porquês, apesar de pensar nisso vai além, pois não se limita ao fato de se preservar ou não, existir recados e o controle ou não dos mesmos, a livre comunicação”. Essa questão é bem verdade também, apagar não exime totalmente a pessoa de estar envolvida na tal lógica da identificação com a opressão simbólica, nem da lógica dos manipulados, mas assim, pelo menos é possível apontar que houve uma pensamento acerca da plataforma orkut, pois houve ao menos de ser tomada uma decisão.

É isso...Escrito por Vanessa às 20h55[(1) Um conto] [envie esta mensagem] []
[Andressa] [aampontes@hotmail.com] Não sei se me coloquei claramente mas, acredito que essa questão de manipular e ser manipulado é algo como um jogo, que vi num texto de Bourdieu, sobre o Interesse. O que percebi é que se trata de algo intrinseco do cotidiano e somos tão envolvidos que não temos a criticidade necessária para refutar essa lógica. Ou seja, manipilamos por fazer parte do processo, e manipulados por estar envolvido num jogo que nos apreende, concentimos e nos perdemos. Qq coisa desenvolvo mais a idéia...Inté 31/05/2007 11:32
“Para que o que poderia ter se tornado um extraordinário instrumento de democracia direta, não se converta em instrumento de opressão simbólica". Essa citação realmente é muito importante, primeiro por deixar claro que Bordieu não pretende uma defesa da Televisão, ao menos, não como ela se configura atualmente e por tornar claro que o aparente objetivo inicial da televisão pode não estar sendo seguido, e realmente para mim e para Bordieu(creio eu) não está, na verdade pelo contrário, ela age como “instrumento de opressão simbólica”.
No entanto, como proposto por Kleber, é preciso estabelecer o que seria para nós ‘Democracia direta’ e também ‘Opressão Simbólica’. Penso que a democracia direta está para a realidade como semanticamente, assim, seria propor a igualdade claramente, na verdade, não apenas propor, mas de certa forma influenciar, valorizar, demonstrar (através do visual e do áudio, no caso da TV) a importância da democracia. Falando bem piegasmente (existe essa palavra?), transmitir aquilo que de fato é, entende? Não supervalorizar determinado partido porque esse paga para tanto, não colocar os negros sempre na cozinha, na senzala, nas novelas... Enfim, coisas assim... no momento me fogem exemplos.
Já a opressão simbólica, seria praticamente o oposto da democracia direta. A partir do momento que a televisão valoriza um determinado partido, ele oprime aqueles que não possuem condições de pagar, ou melhor, seria aqueles que não se subordinam a tais situações, ou ainda, quando os negros são excluídos da possibilidade de ascensão social nas novelas, oprime simbolicamente os negros, que se sentem subordinado a tais situações/posições. Essa opressão seria simbólica porque ela não se dá na realidade em si, os fatos ocorrem na televisão, e muitas vezes se trata da ficção, no entanto, ela é muito forte, posto que mesmo na tela da televisão, a opressão ultrapassa os limites e influenciam direta ou indiretamente as pessoas, o país e as situações em geral que envolvem o social. Ah, essa opressão pode ser encarada como simbólica também porque aqueles que são oprimidos de uma forma ou de outra sabem dessa opressão, como se existisse uma concordância entre os que oprimem e são oprimidos, e no caso da televisão especialmente, posto que, explicitamente ou ativamente não há nenhuma manifestação em massa referente a tal opressão.

Aí, acho que viajei...

Aterrizando agora... É engraçado porque parece que tudo o que pensei já foi dito. Também associei muitas vezes a televisão com o orkut, até mesmo transpondo o que está dito para e sobre a televisão, para a plataforma que estudamos. A questão apontada por Bordieu citando Berkeley, na página 16 do “ser, é ser percebido”, é muito presente na plataforma Orkut, ao menos, aparentemente, enfocando todas aquelas questões de apagar ou não scraps, ter ou não muitos amigos, comunidades de apagar ou não scraps e etc. Outra frase (já falada por Herica) que também tem muita ligação é: “Não se está ali para dizer alguma coisa, mas por razões bem outras, sobretudo para se fazer ver e ser visto”(16), o que corrobora a relação feita acima acerca da frase de Berkely.

Outra coisa que chamou minha atenção é que, aparentemente as pessoas não pensam sobre os porquês de se estar na Tv, de assistir e de ir a programas de televisão, penso, o Orkut opõe-se a essa lógica já que, o fato das pessoas apagarem o orkut, pode sim apontar um modismo, uma privatização do público, sequenciar uma “morte”, mas aponta, ou ao menos, passa por menor que seja, por um pensamento acerca do porque de tudo aquilo, ou no mínimo do porque de apagar.

Enfim, depois falo mais...=)
[kleber] [klebermatos@uol.com.br] Essa relação entre opressão simbólica e orkut tem tudo a ver. O orkut tem muito disso, muito mesmo, principalmente nessa referência, que vc resgata, de que na contemporaneidade, "ser -é ser percebido". Taí um bom mote para tocar a discussão da produção de identidades. A identidade é a busca do ser, do lugar do ser. abs!30/05/2007 06:39
[Andressa] [aampontes@hotmail.com] E desde qd q se pensa q ser é ser percebido? Quer dizer então q identidade é mais algo que se quer mostrar doq oq de fato é? Nesse caso estamos fugindo cada vez mais de uma autenticidade. Por sua vez, só ratificamos as produções de subjetividades, sendo guiadas por tendências e lógicas mercadológicas, de consumo. Ou seja, ser o que vigora, oq "tá na onda". Será q viajei? Inté31/05/2007 11:23
29/05/2007
No que diz respeito às indagações de Kleber, qto a "Democracia direta", acredito que antes devemos pensar oq significa uma democracia, que pode ser "fazer valer o direito da maioria". Qto ao "direta" não pensei muito sobre o caso, vcs podem ajudar qto a isso...hehehe. Mas se é possível observar a democracia acontecendo de fato em nossa realidade, acho q não, tendo em vista q a maioria da população sofre mais q a minoria e não se vê nem seus direitos serem resguardados. A TV, como instrumento de maniutenção da ordem simbíloca, estaria participando do exercício da democracia, desde que já não estivesse de antemão no jogo manipulador que se faz com as informações, com a produção de significados, de desejos, tudo em prol de se manter a lógica capitalista, a lógica de mercado. Assim tb podemos pensar a internet, tb como um fomentador do consumismo exarcebado e da manutenção de tal lógica.

Pois bem, então pensamos de que maneira diferente a TV e outros meios de comunicação poderiam estar participando em prol dessa democracia, principalmente indo de encontro a essa lógica? Como se coloca no livro, a partir do momento que a televisão não mais se afastar das informações pertinentes que preenchem o tempo raro c o vazio, ou seja, com informações que dariam subsídios para q os cidadãos pudessem contra-argumentar, pensar, criticar, lutar por seus direitos. Com isso não mais se estaria no que se refere a "censura invisível", que diz respeito ao fato de se limitar as condições de comunicação como o tempo, os assuntos, os discursos restringidos, por sua vez a autonomia! Coloca-se no livro a questão tb da "censura econômica", como uma pressão econômica sendo feita sobre os detentores do instrumento TV.

Aí então podemos encaixar o caso da Venezuela, que teve então cortado pelo Estado a renovação do contrato da rede RCTV, sob o argumento do presidente Hugo Chavez de prejudicar o socialismo. FALA NO JORNAL FOLHA ON LINE: "O fechamento da RCTV é mais um passo em direção à destruição da democracia na Venezuela. Chávez quer criar uma cultura em que vigore o pensamento único, e nem a oposição política nem a oposição social têm forças para resistir a esse ataque", diz Trino Márquez, 56, doutor em sociologia e professor da Universidade Central da Venezuela. Essa seria então considerada mais um tipo de manipulação de conteúdo a favor do que interessa ao Estado, não pondo em risco seus idéiais e lógicas. O diretor da Escola de Comunicação Social da Universidade Central de Caracas, Adolfo Herrera diz que a medida busca amedrontar outros meios de comunicação. "É um terrorismo disfarçado", afirma ele. Ora, não estamos muito longe desse mesmo terrorismo. Não será esse mesmo terrorismo imposto a nossos meios de comunicação, seja TV brasileira, seja na Internet ou outros meios de comunicação?

A colocação de Hérica foi pertinente ao falar da questão de "aqueles que dele participam são tão manipulados quanto manipuladores", apesar de que meu raciocínio foi diferente. Pensei na questão de participarmos do jogo da enunciação de significados, de partipar da lógica de mercado, mesmo no Orkut, mesmo no dia a dia, se trata do fato de não percebermos isso no intimo de nossas ações, porém, qd analisadas elas podem ser percebidas, criticadas e reavaliadas, afim de se tomar posturas diferenciadas. Assim acontece, mas não acredito que a incidência do poder significante imposto pela lógica de mercado seja tão fácil de se diluir, como Danilo pareceu ao colocar: "Mas é mais do que na hora de nos perguntarmos se o mesmo acontece na internet. Aqui, as classes dominantes se diluem e perdem o poder em certo sentido. Não existe uma midia que controla oque passa - o youtube está aí pra provar isso". Acredito q existem linhas de fuga mas que seja um trabalho de "microenunciação" (existe isso?), enfim, de suposta crítica e discussão, tendo clara a situação como ela é, foi e se processa.

Por isso tb ressalto a colocação de Vanessa qd fala: "fato das pessoas apagarem o orkut, pode sim apontar um modismo, uma privatização do público, sequenciar uma “morte”, mas aponta, ou ao menos, passa por menor que seja, por um pensamento acerca do porque de tudo aquilo, ou no mínimo do porque de apagar". Ou seja, o ato de apagar pode ser um ato de crítica, de pensar nos porquês, apesar de pensar nisso vai além, pois não se limita ao fato de se preservar ou não, existir recados e o controle ou não dos mesmos, a livre comunicação.

Bom, vou terminando por aqui, no decorrer das discussões e leitura vou me posicionando tb. Inté galera!

[kleber] [klebermatos@uol.com.br] Andressa, fiquei querendo saber mais de vc, sobre essa questão da democracia e do Chavez. Vou até voltar e ler de novo. è que democracia em si, acho que não existe. Ela é uma experiência e quando é uma, pode ser várias. Pois bem, para nossa experiência, digo a ordem simbólica brasileira, aquilo foi uma afronta. Mas a experiência é deles, dos venezuelanos. A ordem simbólica, se formos tratar assim, lá é outra. Gostei no seu texto e também nos outros a repercursão do que a gente tem falado. Isso mostra aqui, uma discussão. Muito bom. Animador. ABS!30/05/2007 06:48

[Andressa] [aampontes@hotmail.com] Pois é, como disse, se a democracia é um exercício da maioria, do cidadão, pode se dizer que não existe. Qto a ordem simbólica de lá já não sie bem como caracterizar, mas tendo em vista a realidade social de lá como não sendo tão boa, pode dizer que se aproxima da brasileira. Mas mesmo numa sociedade rica, em q a maioria vive bem (EUA), ainda assim vale refletir se a democracia é válida como uma forma de posicionamento de todos. Acredito que não. É uma farsa, para manter cada qual mais individual, segregando os sujeitos de seu coletivo. Inté31/05/2007 11:19
28/05/2007
Sobre a Televisao
Esta primeira citaçao posta pelo prof também foi a primeira afirmaçao que me chamou tençao, por talvez deixar claro a priore o olhar que o autor tem sobre o que está escrevendo (a televisao). Resta-nos discutir sobre como a tv pode realmente ser um instrumento de democracia sem exprimir alguma censura, viés, interpretações ou seleções, por quem tem acesso a ela, que possam levar a tal opressão.
Durante o primeiro capitulo, o estúdio e seus bastidores, relacionei muitos pontos do texto com a lógica do orkut, algumas coisas que já discutimos sobre essa plataforma. Uma das primeiras foi a respeito da idéia que o autor coloca de “ser é ser visto na televisão”, botando a tv como exibiçao narcisica. “Ao aceitar participar sem se preocupar em saber se se poderá dizer alguma, revela-se muito claramente que não se está ali para dizer alguma coisa, mas por razoes bem outras, sobre tudo para SE FAZER VER E SER VISTO” (pág. 16). Não tive como não associar esta afirmação com aquela discussão que tivemos sobre popularidade no que diz respeito ao “se fazer ver e ser visto”, e sobre o carater publico/privado que o orkut carrega. Nele nao necessariamente as pessoas estão preocupadas, no inicio pelo menos, o que será dito, mas o que pode ser dito ou mostrado para se deixarem ver.
Censura invisível: pelo que me parece o autor aponto que ela acontece em detrimento do assunto que é escolhido e exposto pelo jornalistas, do tempo (limitações), da pressão econômica determinada pelas pessoas que tem poder sobre a tv, etc. Aqui, podemos então voltar a questão da democracia e da opressão simbólica, talvez estes fatores que possivelmente influenciam a tv e o modo de como são aproveitados (digamos assim) contribuiriam e muito para essa opressão – principalmente o assunto escolhido e a forma de como é exposto.
Outra afirmação que me gerou uma pulguinha atrás da orelha: “as pessoas, de maneira geral, não gostam muito de ser tomadas como objetos, objetivadas, (...), quanto mais se avança na análise de um meio, mais se é levado a isentar os indivíduos de sua responsabilidade, e quanto melhor se compreende como ele funciona, mais se compreende também que aqueles que dele participam são tão manipulados quanto manipuladores” (p21). Me chamou atenção pq a relacionei com as pesquisas em psicologia, se isto aconteceu com a nossa pesquisa, considerando que nas entrevistas falamos para os usuários da nossa pesquisa e, considerando que nas comunidades não nos apresentamos.
Ainda tenho aqui algumas questões, mas estariam mais pra frente, por enquanto é isso!!
[kleber] [klebermatos@uol.com.br] Muito bom Hérica. As questões que vc traz são meuito importantes. Pego aqui o final, primeiramente; "manipulados e manipuladores" ao mesmo tempo. Acho que podemos conversar sobre isso, principalmente porque essa é a questão que mais se aproxima do campo psi no seu texto. Esse tipo de relação nos importa muito. Vamos aguardar um pouco para receber contribuições dos demais companheiros de pesquisa. Abraço!
[kleber] [klebermatos@uol.com.br] "...Então, como os meios que predominam na TV podem se moldar aos novos paradigmas de uma internet livre?". Danilo, na postagem anterior faz uma discussão sobre o que eu havia pontuado e termina o texto com essa questão. Acho que podemos tratar dela aqui. O que acham do que ele disse?29/05/2007 08:18
[Andressa] [aampontes@hotmail.com] Realmente foram muito boas as colocações de Hérica e até agora estão no início do texto, oq tem muito pano pra manga a ser discutido. No que diz respeito às indagações de Kleber, acredito que antes devemos pensar oq significa uma democracia, que seria, fazer valer o direito da maioria. Qto ao direta não pensei muito sobre o caso. Mas se a democracia de fato existe em nossa realidade, acho q não, tendo em vista q a maioria sofre mais q a minoria e não se vê nem seus direitos serem resguardados. A tv estaria participando do exercício da democracia, desde que já não estivesse de antemão no jogo manipulador que se faz com as informações, com a produção de significados, de desejos, tudo em prol de se manter a lógica capitalista, a lógica de mercado. Assim tb podemos pensar a internet, tb como um fomentador do consumismo exarcebado e da manutenção de tal lógica. 29/05/2007 21:33